Nas águas próximas ao sul do Japão, mais precisamente no leito marinho das Ilhas Ryukyu, ocorre um dos rituais de acasalamento mais impressionantes da natureza, executado por um peixe de pequeno porte. O macho da espécie Torquigener albomaculosus (peixe-balão de manchas brancas), que possui apenas doze centímetros, esculpe meticulosamente com suas barbatanas um ninho circular que pode atingir quase dois metros de diâmetro.
rabalho de construção é incessante e dura mais de sete dias, durante os quais o peixe movimenta suas nadadeiras para gerar, com exatidão matemática, um padrão de sulcos e cristas que se irradiam. A estrutura final se assemelha a um complexo e gigante círculo geométrico na areia, funcionando como uma elaborada exibição para o cortejo.
Pesquisas indicam que a simetria e a complexidade do desenho são fatores cruciais para o sucesso em atrair uma parceira.
Acredita-se que o formato da estrutura influencie as correntes de água para depositar sedimentos de areia mais fina em seu centro, permitindo que a fêmea avalie a qualidade do macho pela habilidade demonstrada.
Ao ser conquistada, a fêmea desova no centro do círculo.
O macho então fertiliza os ovos e permanece no local para guardá-los até a eclosão, momento em que o ninho é deixado para trás e gradualmente desfeito pelas correntes oceânicas.
Apesar de ter sido avistado pela primeira vez em 1995, este fenômeno singular só foi estudado cientificamente a partir de 2011. A espécie responsável por ele foi formalmente identificada e catalogada em 2014.
O aspecto mais fascinante é que o macho consegue erigir essas formas perfeitamente simétricas sem utilizar a visão para guiá-lo ou medir — dependendo exclusivamente de seu instinto e movimentos corporais inatos. Trata-se, portanto, de uma demonstração de vigor e aptidão, materializada através de geometria, repetição incansável e pura persistência.
Crédito: Mente Desbloqueada.
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