sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Halloween

No Brasil, como em outros países, a festa de Halloween foi introduzida inicialmente nas escolas, espalhando-se por outros locais.
Grandes abóboras vazias iluminadas em seu interior, como se fossem caveiras, esqueletos e sombrias figuras encapuzadas, risadas assustadoras e um estribilho obsessivo; gostosuras ou travessuras?
(trick or track?). Assim gritam as crianças quando chegan às portas das casas que visitam. Tudo isso é Halloween, uma moda, uma festa, um novo costume que se impôs nos últimos anos, graças, em parte, à persuasão do cinema e da televisão.
Mas, afinal, o que significa Halloween e porque comemorar? O tema de Halloween foi abordado em todos seus aspectos pelo escritor italiano Paolo Gulisano, autor de numerosos ensaios sobre literatura de fantasia e sobre a cultura anglo-saxônica. Em outubro de 2006 ele concedeu uma entrevista em Roma, de onde pincei alguns trechos sobre a origem do Halloween e o entendimento do escritor sobre a festa.
Diz ele que "há quem vê no Halloween um retorno a formas de "paganismo" e quem, ao contrário, vê um rito folclórico e de consumismo, uma espécie de inócuo carnaval fora de temporada. O fato é que ninguém recorda, não só entre as crianças e jovens e no âmbito mediático popular, a festividade cristã que Halloween está suplantando, Todos os Santos, que ocorre a 1º de novembro, confundindo-se com a comemoração do Dia de Finados, que cai na realidade no dia seguinte."

Perguntado sobre o que significa Halloween, Gulisano assim explica: "o nome Halloween é a deformação americana do termo, no inglês, da Irlanda, All Howllows' Eve: Vigília de Todos os Santos. Esta antiqüíssima festa chegou aos Estados Unidos junto com os imigrantes irlandeses e lá se enraizou, para sofrer recentemente uma radical transformação.
Das telas de Hollywood, a moda de Halloween chegou assim desde há alguns anos à velha Europa e a outras partes do mundo. Por trás de Halloween está uma das mais antigas festas sagradas do Ocidente: uma festa que atravessou os séculos, com usos e costumes que se foram redefinindo no tempo, mas que conservaram o mesmo significado. Suas origens, o significado dos símbolos, são, contudo, desconhecidos para a maioria."
Indagado se a festa se referia ao
paganismo dos celtas, uma vez que em 1º de novembro, que era para eles o primeiro dia do ano, realizava-se a festa na qual os espíritos buscavam corpos para reencarnar-se e que mais tarde a Igreja, na Idade Média, substituiria esta tradição pela festividade de Todos os Santos, que é seguida depois pelo dia de Finados, o escritor afirma: "Halloween não é mais que a última versão, secularizada, de uma ortodoxa festa católica".
Em um de seus livros ele diz que "procurou explicar como pôde suceder que uma tradição plurissecular cristã tenha se convertido no atual carnaval de terror." E acrescenta "digamos antes de tudo, que a origem deste último fenômeno,
Halloween, é completamente americana. Nesse país, ao qual chegaram milhões de imigrantes irlandeses, com sua profunda devoção pelos santos, se tratava de um culto muito fastidioso para a cultura dominante, de caráter puritano. Deste modo, em sua atual versão secularizada, buscou-se descartar o sentido católico de Todos os Santos, mantendo em Halloween o aspecto lúgubre do mais além, com os fantasmas, os mortos que se levantam dos túmulos, as almas perdidas que atormentam aos que em vida lhes fizeram dano: um aspecto que se tenta exorcizar com as máscaras e as brincadeiras."
O escritor discorda daqueles que consideram o
Halloween simplesmente como um fenômeno comercial ou como um segundo Carnaval e afirma que "é importante conhecer e saber valorizar bem suas raízes culturais, e também as implicações esotéricas que se sobrepuseram ambiguamente a esta data. O dia 31 de outubro, com efeito, se converteu em uma data importante para o esoterismo, em cujos textos encontramos estas definições: "Volta do Grande Sabba (encontro entre as bruxas e Satanás) quatro vezes ao ano... Halloween, que é talvez a festa mais querida"; "Samhain (festa celta de 1º de novembro) é o dia mais mágico de todo o ano, ano novo de todo o mundo esotérico". O mundo do oculto a define assim: "é a festa mais importante para os seguidores de Satanás". A data de uma importante celebração de cultura celta antes e da cristã, depois, passou a fazer parte do calendário do ocultismo."
Na opinião do escritor Gulisano, nesta data "pode-se e deve-se fazer festa. Em 1º de novembro, que foi o Ano Novo celta e depois Todos os Santos, é uma festividade extraordinária para os cristãos, e não vale a pena deixá-la nas mãos de charlatões e ocultistas. Não é preciso ter medo do Halloween "mal", e por isso é preciso conhecê-lo bem. Halloween, de qualquer forma, não pode ser ignorado, já faz parte do cenário de nossos tempos. O que fazer, portanto?
Educadores e famílias deveriam mobilizar-se contra a falta de educação, de bom gosto, contra a profanação do mistério da morte e da vida após a morte, mas não é fácil ir contra a corrente, desafiar as modas que imperam em nossa sociedade. Então, pode-se fazer festa em Halloween, recordando o que este dia significou durante séculos e o que continua testemunhando. Deve-se salvar Halloween, dando-lhe todo seu antigo significado, liberando esta festa da dimensão puramente consumista e comercial e, sobretudo, extirpando a pátina de ocultismo sombrio de que foi revestida. Portanto, eu aconselharia organizar a festa e explicar claramente que se está festejando os mortos e os santos, de forma positiva e inclusive engraçada, para que as crianças sejam educadas em uma visão da morte como um acontecimento humano, natural, do qual não se deve ter medo.
"

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Esses foram verdadeiros heróis

Recebido por email e aqui reproduzido, reportando um trecho da história da humanidade.
A história do futebol mundial inclui milhares de episódios emocionantes e comovedores, mas seguramente nenhum seja tão terrívelcomo o protagonizado pelos jogadores do Dinamo de Kiev nos anos 40. Osjogadores jogaram um partida sabendo que se ganhassem seriam assassinados e, no entanto, decidiram ganhar. Na morte deram uma lição de coragem, de vida e honra, que não encontra, por seu dramatismo, outro caso similar no mundo.
Para compreender sua decisão, é necessário conhecer como chegaram a jogar aquela decisiva partida, e por que um simples encontro de futebol apresentou para eles o momento crucial de suas vidas.
Tudo começou em 19 de setembro de 1941, quando a cidade de Kiev (capital ucraniana) foi ocupada pelo exército nazista, e os homens de Hitler aplicaram um regime de castigo impiedoso e arrasaram com tudo.
A cidade converteu-se num inferno controlado pelos nazistas, e durante os meses seguintes chegaram centenas de prisioneiros de guerra, que não tinham permissão para trabalhar nem viver nas casas, assim todos vagavam pelas ruas na mais absoluta indigência. Entre aqueles soldados doentes e desnutridos, estava Nikolai Trusevich, que tinha sido goleiro do Dinamo.
Josef Kordik, um padeiro alemão a quem os nazistas não perseguiam, precisamente por sua origem, era torcedor fanático do Dinamo. Num dia caminhava pela rua quando, surpreso, olhou um mendigo e de imediato se deu conta de que era seu ídolo: o gigante Trusevich.
Ainda que fosse ilegal, mediante artimanhas, o comerciante alemão enganou aos nazistas e contratou o goleiro para que trabalhasse em sua padaria. Sua ânsia por ajudá-lo foi valorizado pelo goleiro, que agradecia a possibilidade de se alimentar e dormir debaixo de um teto.
Ao mesmo tempo, Kordik emocionava-se por ter feito amizade com a estrela de sua equipe.
Na convivência, as conversas sempre giravam em torno do futebol e do Dinamo, até que o padeiro teve uma idéia genial: encomendou a Trusevich que em lugar de trabalhar como ele, amassando pães, se dedicasse a buscar o resto de seus colegas. Não só continuaria lhe pagando, senão que juntos podiam salvar os outros jogadores. O arqueiro percorreu o que restara da cidade devastada dia e noite, e entre feridos e mendigos foi descobrindo, um a um, a seus amigos do Dinamo. Kordik deu trabalho a todos, se esforçando para que ninguém descobrisse a manobra. Trusevich encontrou também alguns rivais do campeonato russo, três jogadores da Lokomotiv, e também os resgatou.Em poucas semanas, a padaria escondia entre seus empregados uma equipe
completa.
Reunidos pelo padeiro, os jogadores não demoraram em dar o seguinte passo, e decidiram, alentados por seu protetor, voltar a jogar. Era, além de escapar dos nazistas, a única que bem sabiam fazer. Muitostinham perdido suas famílias nas mãos do exército de Hitler, e o futebol era a última sombra mantida de suas vidas anteriores.
Como o Dinamo estava enclausurado e proibido, deram um novo nome para aquela equipe. Assim nasceu o FC Start, que através de contatos alemães começou a desafiar a equipes de soldados inimigos e seleções formadas no III Reich.
Em sete de junho de 1942, jogaram sua primeira partida. Apesar de estarem famintos e cansados por terem trabalhado toda a noite, venceram por 7 a 2. Seu seguinte rival foi a equipe de uma guarnição húngara, ganharam de 6 a 2. Depois meteram 11 gols numa equipa romena. A coisa ficou séria quando em 17 de julho enfrentaram uma equipe do exército alemão e golearam por 6 a 2. Muitos nazistas começaram a ficar chateados pela crescente fama do grupo de empregados da padaria e buscaram uma equipe melhor para ganhar deles. Trouxeram da Hungria o MSG com a missão de derrotá-los, mas o FC Start goleou mais uma vez por 5 a 1, e mais tarde, ganhou de 3 a 2 na revanche.
Em seis de agosto, convencidos de sua superioridade, os alemães prepararam uma equipe com membros da Luftwaffe, o Flakelf, que era uma grande time, utilizado como instrumento de propaganda de Hitler. Os nazistas tinham resolvido buscar o melhor rival possível para acabar
com o FC Start, que já gozava de enorme popularidade entre o sofrido povo refém dos nazistas. A surpresa foi grande, porque apesar da violência e falta de esportividade dos alemães, o Start venceu por 5 a 1.
Depois dessa escandalosa queda do time de Hitler, os alemães descobriram a manobra do padeiro. Assim, de Berlim chegou uma ordem de acabar com todos eles, inclusive com o padeiro, mas os hierarcas nazistas locais não se contentaram com isso. Não queriam que a última imagem dos russos fosse uma vitória, porque acreditavam que se fossem simplesmente assassinados não fariam nada mais que perpetuar a derrota alemã.
A superioridade da raça ariana, em particular no esporte, era uma obsessão para Hitler e os altos comandos. Por essa razão, antes de fuzilá-los, queriam derrotar o time em um jogo.
Com um clima tremendo de pressão e ameaças por todas as partes, anunciou-se a revanche para 9 de agosto, no repleto estádio Zenit.
Antes do jogo, um oficial da SS entrou no vestiário e disse em russo:
- "Vou ser o juiz do jogo, respeitem as regras e saúdem com o braço levantado", exigindo que eles fizessem a saudação nazista. Já no campo, os jogadores do Start (camisa vermelha e calção branco)levantaram o braço, mas no momento da saudação, levaram a mão ao peito e no lugar de dizer: - "Heil Hitler!", gritaram - "Fizculthura!", uma expressão soviética que proclamava a cultura física.
Os alemães (camisa branca e calção negro) marcaram o primeiro gol, mas o Start chegou ao intervalo do segundo tempo ganhando por 2 a 1. Receberam novas visitas ao vestiário, desta vez com armas e advertências claras e concretas:
- "Se vocês ganharem, não sai ninguém vivo". Ameaçou um outro oficial da SS. Os jogadores ficaram com muito medo e até propuseram-se a não voltar para o segundo tempo. Mas pensaram em suas famílias, nos crimes que foram cometidos, na gente sofrida que nas arquibancadas gritava desesperadamente por eles e decidiram, sim, jogar.
Deram um verdadeiro baile nos nazistas. E no final da partida, quando ganhavam por 5 a 3, o atacante Klimenko ficou cara a cara com o arqueiro alemão. Deu lhe um drible deixando o coitado estatelado no chão e ao ficar em frente a trave, quando todos esperavam o gol, deu
meia volta e chutou a bola para o centro do campo. Foi um gesto de desprezo, de deboche, de superioridade total. O estádio veio abaixo.
Como toda Kiev poderia a vir falar da façanha, os nazistas deixaram que saíssem do campo como se nada tivesse ocorrido. Inclusive o Start jogou dias depois e goleou o Rukh por 8 a 0. Mas o final já estava traçado: depois dessa última partida, a Gestapo visitou a padaria.
O primeiro a morrer torturado em frente a todos os outros foi Kordik, o padeiro. Os demais presos foram enviados para os campos de concentração de Siretz. Ali mataram brutalmente a Kuzmenko, Klimenko e o arqueiro Trusevich, que morreu vestido com a camiseta do FC Start.
Goncharenko e Sviridovsky, que não estavam na padaria naquele dia, foram os únicos que sobreviveram, escondidos, até a libertação de Kiev em novembro de 1943. O resto da equipe foi torturada até a morte.
Ainda hoje, os possuidores de entradas daquela partida têm direito a um assento gratuito no estádio do Dinamo de Kiev. Nas escadarias do clube, custodiado em forma permanente, conserva-se atualmente um monumento que saúda e recorda àqueles heróis do FC Start, os
indomáveis prisioneiros de guerra do Exército Vermelho aos quais ninguém pôde derrotar durante uma dezena de históricas partidas, entre 1941 e 1942.
Foram todos mortos entre torturas e fuzilamentos, mas há uma lembrança, uma fotografia que, para os torcedores do Dinamo, vale mais que todas as jóias em conjunto do Kremlin. Ali figuram os nomes dos jogadores.

domingo, 19 de outubro de 2008

O bagaço da laranja e seu poder funcional

Ajuda a dissolver até feijoada... Da laranja se aproveita tudo, até o bagaço. Nele está a pectina, que diminui a assimilação de gorduras, combate doenças e tem zero de caloria.
A parte branca entre os gomos de uma laranja pode ser até mais preciosa que o sumo. É lá que está a pectina, uma fibra solúvel que, no intestino, vira uma espécie de gel que emagrece e faz bem para a saúde. É que quando o tal gel se forma é capaz de diminuir a assimilação de açúcares e gorduras e também impedir a reabsorção do colesterol. Mais: além de ajudar a combater a taxa de LDL (colesterol ruim), a pectina é benéfica até para quem tem diabete, já que controla a taxa de glicose no sangue. Por isso, cada vez que comemos o bagaço da laranja estamos aproveitando o que há de melhor na fruta.
A fibra, aliás, é um verdadeiro 'detergente' para o organismo, já que promove uma eficiente varredura retirando metais e toxinas (provenientes tanto de frutas e verduras com agrotóxicos, como de poluentes) indesejáveis no corpo. O bagaço ainda ajuda na digestão dos alimentos gordurosos, favorecendo o trabalho dos intestinos grosso e delgado.
Então, será por isso que a laranja sempre acompanha feijoadas e churrascos? Exatamente. A pectina é ótima para dietas. Por ser rica em fibras, promove uma melhor mastigação e, com isso, proporciona maior saciedade.
Essa substância poderosa também é encontrada em outra frutas como maçã, banana, beterraba, cenoura, repolho, nozes, ervilha e quiabo. Mas é na laranja que ela está presente em maior quantidade. Cada unidade tem cerca de 2 gramas de pectina. Mas é preciso salientar que quem faz dieta de emagrecimento não deve exagerar no consumo de laranja. Lembre-se que o organismo necessita de 3 a 5 porções diárias de frutas.
Se você comer apenas laranjas, talvez extrapole demais o limite das calorias indicadas para perder peso. Procure ingerir só duas ou três unidades por dia.
Por todo seu poder, a laranja é considerada a mais valiosa das frutas e deve ser ser consumida o ano todo. Rica em vitamina C e sais minerais, tem ainda uma quantidade enorme de fitoquímicos, substâncias naturalmente produzidas pelo organismo que previnem doenças crônicas, como a osteoporose e o câncer. Ela também é responsável por ações antiinflamatórias e antioxidantes, que evitam o envelhcimento precoce dos tecidos.
Especialistas acreditam que a laranja diminui a tensão pré-menstrual, o estresse e ajuda a reduzir o risco de diabete e alguns tipos de câncer, como o de cólon, e aneurismas, graças a um de seus componentes, o glutarato. E mais: pesquisadores da Universidade de Western Ontario, no Canadá, acabaram de provar que o consumo diário de 3 copos de suco de laranja ajuda a combater o colesterol.
Propriedades da Pectina
- Possui alto teor de vitaminas A, complexo B, C, ferro.
- Tem ação cicatrizante.
- Diminui o nível de colesterol.
- Previne gripes e resfriados.
- Desintoxica o organismo.
- Ajuda a combater a prisão de ventre.
- Pode reduzir o risco de câncer, diabete e acidentes vasculares.

Virar um diamante humano depois da morte?

Por que passar o sono eterno debaixo da terra ou então espalhar as cinzas da cremação? Ao custo de alguns milhares de euros e graças a uma sofisticada transformação química, uma empresa suíça agora garante ao falecido reservar seu lugar na eternidade sob a forma de um diamante humano.
Na pequena cidade de Coire, na Suíça, a empresa Algordanza recebe a cada mês entre 40 e 50 urnas funerárias procedentes de todo o mundo. Seu conteúdo será pacientemente transformado em pedra preciosa.
'Quinhentos gramas de cinzas bastam para fazer um diamante, enquanto o corpo humano deixa uma média de 2,5 a 3 kg depois da cremação', explica Rinaldo Willy, um dos co-fundadores do laboratório onde as máquinas funcionam sem interrupção 24 horas por dia.
Os restos humanos são submetidos a várias etapas de transformação. Primeiro, viram carbono, depois grafite. Expostos a temperaturas de 1.700 graus, finalmente se transformam em diamantes artificiais num prazo de quatro a seis semanas. Na natureza, o mesmo processo leva milênios.
'Cada diamante é único. A cor varia do azul escuro até quase branco. É um reflexo da personalidade', comenta Willy.
Uma vez obtido, o diamante bruto é polido e talhado na forma desejada pelos familiares do falecido para depois ser usado num anel ou num cordão.
O preço desta alma translúcida oscila entre 2.800 e 10.600 euros, segundo o peso da pedra (de 0,25 a um quilate), o que, segundo Willy, vale a pena, já que um enterro completo custa, por exemplo, 12.000 euros na Alemanha.
A indústria do 'diamante humano' está em plena expansão, com empresas instaladas na Espanha, Rússia, Ucrânia e Estados Unidos.
A mobilidade da vida moderna é propícia para o setor, explica Willy, que destaca a dificuldade de se deslocar com uma urna funerária ou o melindre provocado por guardar as cinzas de um falecido na própria casa.

Você acreditaria?

Tente e comprove.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Hans-Joachim Marseille

Hans-Joachim Marseille, foi considerado o maior piloto de caça de todos os tempos, graças à sua genial habilidade e seu elevado espírito combativo. Dia 30 de setembro, completaram-se 66 anos de seu falecimento, por isso, prestando uma homenagem a esse grande ás da aviação alemã, envio-lhes trechos de sua biografia, que recebí por email.
Marseille foi, entre outros tantos elogios, assim qualificado pelo General der Jagdflieger Adolf Galland: "...o mais virtuoso, jamais igualado, entre os pilotos de caça da Segunda Guerra Mundial. Suas façanhas eram consideradas inconcebíveis, até então, e ninguém conseguiu superá-las mesmo depois da sua morte. Sua habilidade de derrubar esquadrilhas inteiras em uma única surtida é a base de sua legenda, que sustenta seu mito. Marseille é ainda cultuado pela maioria dos pilotos de caça da Luftwaffe como sendo o melhor entre os melhores, excelente atirador, piloto acrobático e o qual empregava a melhor tática; a combinação dessas habilidades deu origem ao mais letal piloto de caça de sua época".
Os americanos Raymond F. Toliver e Trevor J. Constable - autores do livro Fighter Aces of the Luftwaffe e também participantes daquele conflito mundial, de posse de registros de ambos os lados e após entrevistas com os principais entre os numerosos ases da aviação de caça alemã, obtiveram uma uniformidade de opiniões sobre Marseille que o descreviam como um excepcional piloto, dotado de uma soberba visão tridimensional e de uma habilidade única de atirar.
Sua carreira foi meteórica, entrou para a Luftwaffe aos dezoito anos e meio e aos vinte e dois já estava morto, deixando em seu currículo uma série de façanhas inigualáveis. No último ano de sua vida, não somente foi agraciado (não chegou a receber) com a mais alta condecoração militar alemã, os Diamantes da Cruz de Cavaleiro, como também se converteu em mais um dos eternos heróis de sua nação.
Passado mais de meio século após sua morte, o tempo não diminuiu em nada a fama e glória que ele conquistou no deserto do Norte da África, pelo contrario, hoje em dia "A Estrela da África" brilha mais forte que nunca.
Hans-Joachim "Jochen" Marseille, nasceu em Berlin-Charlottens-burg, Alemanha, em 13 de dezembro de 1919, no seio de uma familia de militares de ascendência francesa. Seu pai foi um oficial do exército que alcançou o posto de general e lutou em Stalingrado.
O fato de seus pais viverem separados, sem dúvida deve ter influenciado na formação de seu caráter. Quando mais jovem, ele se caracterizou por sua indiferença frente aos ideais conservadores e autoritários, sendo sempre informal e despreocupado com a disciplina e o protocolo militar.
Contudo, mesmo tendo aversão pelos ideais militares, sua paixão pelo vôo o conduziu a ingressar na Luftwaffe em 07.11.1938. Em 13. 03.1939 Marseille foi promovido a Fahnenjunker e no inicio do verão daquele mesmo ano foi transferido para Luftkriegsschule Flirstenfeld-bruck onde fez seu primeiro vôo solo a bordo de um Focke-Wulf Fw 44 "Stieglitz".
Em 01.05.1939 foi promovido a
Fahnenjunker-Gefreiter, exatamente dois meses depois, em 01.07.1939 foi pro-movido a Fahnenjunker-Unteroffizier e em 01.11.1939 a Fähnrich, mesmo dia em que foi transferido para a Jagdfliegerschule 5. Durante seu treinamento militar sobressaiu-se, principalmente, pelas infrações disciplinares.
Após concluir o curso de formação de piloto em 10 de agosto de 1940, Marseille foi designado para servir no I(J)/LG 2 (Gruppe I da (Jagd) Lehrgeschwader 2) durante a Batalha da Inglaterra onde conseguiu sua primeira vitória em 24.08.1940 diante de um Hurricane da RAF.
Em 02.09.1940 Jochen conquistou sua segunda vitória diante de um Spitfire, sendo condecorado com a Cruz de Ferro de 2ª classe. Nesse mesmo mês, ele abateria outros cinco caças da RAF, recebendo a Cruz de Ferro de 1ª classe.
Ao todo, ele alcançou sete vitórias naquele teatro e foi obrigado a abandonar seu Bf 109E seis vezes. Dentre as principais causas dessas "derrotas" sempre estava presente a sua indisciplina e o prazer pela caça solitária, violando constantemente a doutrina de combate aéreo.
Contudo, apesar de demonstrar desde o inicio uma habilidade natural para derrubar aviões inimigos, nessa época ninguém podia imaginar que o jovem Fähnrich pudesse chegar a ser o que foi um dia.
Ao terminar a Batalha da Inglaterra, em 24.12.1940 ele seria transferido para o 4./JG52, comandado por Johannes "Macky" Steinhoff. Nessa época, sua folha de serviço era um acumulado de faltas e sanções disciplinares.
Marseille, era bem afeiçoado, boêmio e mulherengo. Primando pela elegância e irreverência, tornava-se o favorito das garotas e em muitas ocasiões chegava a faltar aos compromissos militares por ter "amanhecido em claro".
No entanto, de um certo modo, o comandante Steinhoff tolerava essas faltas porque considerava que por detrás daquele piloto indisciplinado havia um ás em potencial.
No dia 21.02.1941 Marseille foi transferido para Döberitz, próximo a Berlím, onde se encontrava baseado o 3./JG27 sua nova unidade. Em 21.04.1941 ele e seus companheiros de esquadrão foram enviados ao Norte da África afim de prover apoio aéreo ao
Africa Korps de Rommel. Nessa unidade, o jovem berlinense superou-se como piloto, e fez de seu Messerschmitt Bf 109 (14-amarelo) o maior carrasco dos combates aéreos travados nos céus norte-africanos. Já nas primeiras missões no novo cenário, desenvolveu e apurou a sua capacidade de visada de tiro, shooting eye, despontando para a fama.
Numerosos ases admitiam que, normalmente, esse ponto de visada só se tornava efetivo depois de um longo período de medíocres e frustrantes desempenhos. Quando pegou o "seu ponto", Marseille tornou-se insuperável na história do combate aéreo. Considerado um computador humano, enquanto evoluía no espaço, ele, num lance visual, era capaz de avaliar a correta visada e determinar o exato momento do tiro. Dois dias depois de ter desembarcado na África, em 23.04.1941 já conseguia sua primeira vitória no deserto diante de um Hurricane sobre Tobruk e em 01.06.1941 era promovido a Oberfähnrich.
"Quando Marseille veio para a JG27, ele trouxe uma reputação militar muito ruim, e não era um companheiro simpático. Ele tentou se exibir, e se considerava como um astro de cinema. Na África, ele ficou ambicioso, no bom sentido, e mudou completamente seu caráter, depois de pouco tempo. Ele possuía um pensamento muito rápido e não era um bom líder nem bom professor, mas os pilotos o adoravam. Eles o agradeciam, por protegê-los e trazê-los para casa em segurança. Ele era um cavalheiro, uma mistura do ar fresco de Berlim e do champanhe francês". Eduard Neumann, 13 vitórias, Kommodore da JG27.
Os que tiveram o privilégio de vê-lo em ação, jamais esqueceram a sua precisão e os incríveis ângulos a partir dos quais conseguia o acerto letal. Os mecânicos de armamento, responsáveis pelos remuniciamentos da sua aeronave, constatavam com freqüência cofres semi-usados apesar dos múltiplos resultados positivos alcançados por ele em suas missões.
Os alemães eram muito meticulosos com relação aos relatórios de combate incluindo todos os dados relevantes como tempo de batalha, área de operação, oposição encontrada, e o uso dos armamentos. No fim de cada missão, eram contados o número de tiros disparados durante o vôo através das cápsulas utilizadas. Marseille freqüentemente alcançava a espantosa média de 15 balas por vitória obtida muitas delas resultando na queda do avião inimigo (de acordo com estatística feita pelo Comando de Caça e relatada por um membro do seu Estado-Maior, o Maj Günther Rall, 275 vitórias). Feito incrível, considerando que sua aeronave não possuía visor giro! Nenhum outro piloto seja ele alemão ou de qualquer outra nacionalidade se compara a ele neste aspecto!
À medida que passavam os meses, Marseille adquiria e aprimorava cada vez mais as suas qualidades de piloto de caça. Através da prática constante e o desejo de ser o melhor de sua unidade, Marseille era um dos poucos pilotos capazes de dominar completamente seu Bf 109, usufruindo ao máximo de sua capacidade. Ele praticava suas técnicas sempre que podia, mais e mais vezes, freqüentemente contra os próprios companheiros de esquadrão, enquanto retornavam de uma missão. Sem demora, ele tornou-se capaz de fazer o que poucos ou nenhum piloto conseguia, derrubar vários aviões inimigos em tempo recorde. Nesses ataques chegava a abater quatro, cinco e até oito aeronaves numa única surtida. Seus movimentos eram tão rápidos que era comum os pilotos aliados pensarem que estavam sendo atacados por uma grande formação de caças.
Começou a conquistar vitória atrás de vitória, para satisfação do Ministro da Propaganda alemão, que não perdia a oportunidade de apresentá-lo nos noticiários de cinema, jornais e revistas.
Assim ele foi transformado num ídolo, não apenas para seus companheiros de batalha, mas também para toda a população germânica, que estava sempre a espera das façanhas do jovem piloto. Marseille tornara-se um super star, a Estrela da África como era chamado nos jornais, que recebia enorme quantidade de correspondência, em especial de suas admiradoras, as quais compartilhava com seus companheiros de esquadrão, que passavam horas lendo e comentando.
Em 21.02.1942 alcança sua 50ª vitória aérea, no dia seguinte é condecorado com a Cruz de Cavaleiro da Cruz de Ferro e promovido a Leutnant. Em 06.06.1942 recebe as Folhas de Carvalho da Cruz de Ferro (97º a receber esta condecoração) após conquistar sua 75ª vitória, dois dias depois é nomeado Staffelkapitän do 3./JG27. Em 17.06.1942 atinge 101 vitórias aéreas (11º piloto a superar a marca de 100 vitórias, mas o 1º a conquistar exclusivamente contra a RAF), no dia seguinte é condecorado com as Espadas da Cruz de Cavaleiro (12º a re ceber esta honraria).
A habilidade de Marseille não tem paralelo na historia da aviação militar. A simbiose homem-máquina transformava seu Messerschmitt Bf 109 em um ser único que parecia ter vida própria. Ele se movia com uma graça e precisão que impedia qualquer tipo de fuga por parte dos adversários, ou ao menos que pudessem enfrentá-lo em condições de igualdade.
Sua velocidade e movimentos, que algumas vezes atingiam acelerações de 3 ou 4 vezes a da gravidade, subitamente eram reduzidos aos limites de sustentação do avião, utilizando ailerons para manter o aparelho na posição precisa, para em seguida, com um ligeiro movimento no manete e acelerador, apontar o nariz do avião para o ponto exato que ele determinava.
A DAF - D
esert Air Force (Força Aérea do Deserto), composta por unidades da Royal Air Force, Royal Australian Air Force, e South African Air Force, utilizavam normalmente a formação defensiva denominada Lufbery Circle, em homenagem ao piloto de caça norte-americano da I Guerra Mundial que desenvolveu esse tipo de formação, Raoul Lufbery. Quando encontravam uma formação inimiga superior numericamente ou em posição de vantagem, os caças da DAF formavam um círculo defensivo, com as aeronaves próximas umas das outras, de modo a concentrarem o seu poder de fogo. Em teoria, se um caça alemão tentasse se posicionar atrás de
um caça britânico, o outro caça da DAF que estivesse atrás do primeiro abriria fogo contra o caça alemão, que havia se intrometido no círculo. Mas Marseille não se deu por vencido, e desenvolveu uma tática, que embora tivesse custado alguns Bf 109s no início de seus combates no deserto, permitiu que ele quebrasse aquela formação inglesa e conseguisse abater vários aviões inimigos.
Começando de um ponto a alguns milhares de pés acima do círculo, e afastado lateralmente cerca de uma milha, Marseille mergulhava por baixo da formação e atacava por alí. Escolhia uma vítima que não o havia visto, alinhava seu avião e descarregava uma curta e mortal rajada de metralhadoras e canhões, normalmente atingindo o motor, o cockpit e quase sempre matando o piloto. Após o ataque, ele executava um mergulho, e se afastava em segurança, retornando ao ponto inicial para um novo ataque. Repetindo essa manobra ou suas variantes varias vezes.
"... Durante os combates sobre os comboios que iam à Tobruk, os britânicos introduziram o círculo defensivo. Era uma tática muito eficiente, entretanto Marseille acabou com ela; ele mergulhava por baixo perto do círculo, e com a velocidade adquirida subia rápido, e quase ao atingir o nível do círculo ele se colocava atrás de um Tommy, rapidamente atirava com precisão e mergulhava em direção ao mar, sem que fosse possível perseguí-lo. Repetia a manobra até que conseguisse quebrar a formação. Nenhum outro piloto alemão conseguia ser tão eficiente e repetir o desempenho de Marseille, embora todos soubessem o que fazer." - Werner Schröer, 114 vitórias, 8./JG27.
Em 1º de setembro de 1942 durante a batalla de Alam El Halfa, Marseille atingiu o auge de sua carreira derrubando dezessete aviões inimigos em tres missões de combate. A primeira teve inicio as 7:30, quando o frio da noite começava a ceder, frente a presença do sol abrasador. Essa primeira missão do día era de escolta para uma esquadrilha de Stukas que devía realizar bombardeios ao sul de Imayid. As 7:50 a esquadrilha de Marseille se encontra com os
Stukas. Logo depois, Marseille ordenou que subissem a 3.500m para fazer a cobertura. Subitamente Marseille comunicou pelo rádio que estava atacando. Alguns segundos depois, seu ala vía Marseille detrás de um caça inimigo. Um disparo curto e o avião britânico fez um movimiento extranho desabando céu abaixo. Pöttgen olhou a hora, 8:26 e anotou a posição no mapa. Nem bem terminara de fazer as anotações quando viu Marseille que girava para a esquerda e atacava outro P-40. Eram 8:28 e dois quilômetros a leste, caía outro avião da RAF. Enquanto isso, os Stukas haviam completado sua missão e davam meia volta, porém os caças restantes se lançaram contra eles. Às 08:35 Marseille atacou novamente alcançando sua terceira vitória. Nesse momento quando iniciavam a cobertura de retorno à base, surgiu uma esquadrilla de Spitfires V. Agora Marseille e seu ala corríam serio perigo ao enfrentar os seis caças britânicos, no entanto o jovem piloto sabia muito bem o que devia fazer. Executou um giro para cima e para trás e se dirigiu como uma flecha contra o líder inglês. O Spitfire disparava sem trégua e Marseille virou subitamente até ficar a frente do resto da esquadrilha britânica, que passou rugindo a seu lado. Meio giro em 180 graus e estava a menos de 100 metros do último Spitfire. Duas rajadas curtas e o avião inglês iniciou um mergulho sem volta, eram 8:39.
Às 9:14 a esquadrilha de Marseille tocava o solo. Revisão e recarga de armas e combustível. Marseille havia disparado apenas 20 projeteis de canhão e 60 balas de metralhadora. Porem não houve surpresa, essa era a sua média de tiros por missão. Às 10:20 novamente a esquadrilha estava no ar para escoltar os
Stukas. Não demorou muito tempo quando a vista privilegiada de Marseille avistou duas formações de 18 bombardeiros inimigos escoltados por duas esquadrilhas de caças com 25 aviões cada uma. Nessa época, a superioridade numérica inglesa já era evidente na África. Uma das esquadrilhas de escolta se lançou contra os Stukas. Marseille e seus companheiros lhes cortaram o caminho. Os ingleses imediatamente tomaram a formação em círculo. Marseille se enfiou entre o círculo a toda potência, reduzindo subitamente a velocidade e dando um giro para esquerda, disparou contra o primeiro caça que encontrou a sua frente, eram 10:55 quando caiu o primeiro P-40, 20 km ao sul de Alam-el-Halfa . Trinta segundos depois caía o segundo. Os ingleses romperam o círculo e se emparelharam para escapar rumo a noroeste. Marseille já estava atrás do último avião. Duas rajadas curtas e caía outro caça britânico às 10:58. Os ingleses se agruparam ainda mais, Marseille os seguiu rumo ao Mediterrâneo. Um minuto depois caía o quarto caça da RAF, mais dois minutos, o quinto P-40 explodia no ar sob o fogo do jovem berlinense.
O sexto caça foi derrubado as 11:02. O restante da esquadrilha inglesa voava em formação cerrada e não viram os caças alemães que os seguiam. Marseille se lançou direto até eles atacando-os com disparos certeiros, o último que explodiu no ar, era um P-40. Marseille ordenou que regressassem quando viu outro P-40 que escapava deixando uma nuvem de fumaça branca. O jovem berlinense não pensou duas vezes e se lançou como um falcão sobre sua presa. Novamente, um par de rajadas curtas bastaram para desintegrar mais um caça britânico que se encontrava aproximadamente a 80 metros de distância. O saldo era impressionante, até mesmo para os companheiros de Marseille. Haviam sido abatidos oito aviões em apenas dez minutos: às 10:55; 10:56, 10:58, 10:59, 11:01, 11:02, 11:03 e 11:05.
O dia não havia terminado. Contudo, depois de um breve descanso, não pode liderar seu
Staffel na missão seguinte por causa de problemas com um dos pneus. Teve que esperar até as 17:00 para voltar a decolar escoltando um uma esquadrilha de Ju 88. Logo apareceram quinze P-40 que se lançaram contra os bombardeiros quando Marseille já estava em curso de colisão com os caças da RAF. Novamente se formaram em círculo e uma vez mais Jochen se metía entre eles rompendo a formação. A ação durou apenas seis minutos e nesse curto espaço de tempo Marseille derrubou cinco aviões ingleses. Os quatro primeiros caíram a intervalos de um minuto entre eles, das 17:45 às 17:50 e o último às 17:53. A proeza de haver derrubado 17 aviões em um único dia se cumpria na mesma data em que foi informado da morte de seu pai.
Dois dias depois, após conquistar sua 126ª vitória, Marseille foi promovido e condecorado, tornando-se aos 22 anos de idade, o mais jovem Hauptmann da Luftwaffe e o quarto homem em toda Wehrmacht a ser agraciado com a mais alta condecoração militar alemã, os Diamantes da Cruz de Cavaleiro, porém nunca os recebeu. Depois desse brilhante início, encerrou o que seria o último mês de sua vida com um feito dos mais marcantes, quando em um período de nove dias abateu 44 aviões, perfazendo um total de 61 vitórias naquele mês, incluindo sete caças Curtiss P-40 da RAAF em 15.09.1942, em apenas onze minutos, alcançando suas vitórias de número 145 à 151. Em 26.09.1942, conquista suas últimas sete vitórias, totalizando 158 confirmadas. Neste mesmo mês, recebeu da Itália a Medalha em Ouro por Bravura, honraria com a qual, além dele, foi distinguido só outro piloto alemão (Joachim Müncheberg, 135 vitórias). Até mesmo o Marechal de Campo Erwin Rommel "A Raposa do Deserto", teve que se contentar com a versão em prata desta condecoração.

"Todo mundo sabia que ninguém poderia se igualar a ele. Ninguém poderia fazer o mesmo. Alguns pilotos tentaram isto como Stahlschmidt, eu, e Rödel. Ele era um artista. Marseille era um artista ". Usando suas mãos para ilustrar. Nós estávamos aqui e ele estava bem acima em algum lugar ". Friedrich Körner, 36 vitórias, 2/JG27.

Algumas vitórias múltiplas de Marseille

Vitórias

Data

Horários

88 a 91

15.06.1942

18:01, 18:02, 18:04, 18:06

92 a 95

16.06.1942

18:02, 18:10, 18:11, 18:13

96 a 101

17.06.1942

12:02, 12:03, 12:05, 12:08, 12:09, 12:12

105 a 108

01.09.1942

08:26, 08:28, 08:35, 08:39

109 a 116

01.09.1942

10:55, 10:56, 10:58, 10:59, 11:01, 11:02, 11:03 e 11:05

117 a 121

01.09.1942

17:47, 17:48, 17:49, 17:50, 17:53

127 a 132

03.09.1942

07:20, 07:23, 07:28, 15:08, 15:10, 15:42

137 a 140

05.09.1942

10:48, 10:49, 10:51, 11:00

145 a 151

15.09.1942

16:51, 16:53, 16:54, 16:57, 16:59, 17:01, 17:02

152 a 158

26.09.1942

09:10, 09:13, 09:15, 09:16, 16:56, 16:59, 17:10
Mas o que fazia de Marseille tão efetivo na frente de batalha onde a maioria dos pilotos conseguia pouco ou nenhum sucesso? Vários fatores explicam seu sucesso no deserto, um deles é atribuído a sua extraordinária visão. Existe uma lenda que conta que Marseille teria olhado para o sol por um longo período de tempo de maneira que teria aclimatado os seus olhos ao clarão do deserto. A verdade é que Marseille tinha a habilidade de enxergar o avião inimigo muito antes que qualquer outro de sua formação. Com a tendência de avistar o inimigo primeiro, ele era então capaz de posicionar-se convenientemente para atacar suas vitimas que sucumbiam pela velocidade e surpresa de suas investidas. Reiner Pöttgen (7 vitórias), seu ala, recorda o quanto era difícil acompanhar Marseille, porque ele arremetia contra o inimigo quando ninguém havia sequer notado a sua presença.
Marseille também freqüentemente violava um dos principios básicos do combate aéreo: de que o combate deve ser feito a toda potência. Outros alas, que com ele voaram, comentavam que, usualmente, ele reduzia a manete de seu Bf 109 quase até o fim e que então usava seus flaps ao máximo, a fim de adquirir a sustentação necessária para fazer curvas mais fechadas e colocar-se em posição de ataque por debaixo do inimigo.
Uma vez ali, podia disparar sob o ventre de seu oponente uma rajada rápida e mortal, em seguida abria completamente o acelerador, recolhia os flaps e se lançava contra o próximo Tommy.
Sua soberba habilidade como piloto de caça era ofuscada apenas pelo seu comprometedor comportamento em terra. Dono de um temperamento forte e irreverente Jochen contrastava dos demais pilotos de sua unidade. No inicio, seus superiores considerava-o importuno, indisciplinado e prepotente. E o que ainda era pior, Marseille era, nos termos nazistas um "decadente". Usava cabelos compridos (para os padrões da Wehrmacht), gostava de músicas americanas como
Jazz e Swing, além de ser muito brincalhão.
"Jochen na realidade era um brincalhão; ele estava sempre inventando brincadeiras. Um dia ele veio me visitar com seu jipe Volkswagen colorido, que ele chamava de Otto. Depois da conversa, de uma xícara de café e de um copo de Doppio Kümmel italiano, ele entrou no seu jipe e dirigiu-o diretamente contra minha barraca, acabando com tudo. Em seguida, afastou o jipe com um largo sorriso em sua face" - Werner Schröer.
Seu alojamento salvo pelas paredes de lona, parecia ter sido transportado tal como estava em Paris. Sofás feitos com sacos de areia forrados com lona, caixas de mantimentos dispostos como se fossem mesas e cadeiras: não havia formalidade. A atmosfera de bar no alojamento completava-se com a instalação de um "barzinho" improvisado. Muito bem provido, para inveja dos que o visitavam. Oficiais alemães e italianos de altas patentes eram seus hóspedes freqüentes e se encontravam lado a lado com os colegas de esquadrão de Marseille. Ter visitado a Jochen havia se convertido numa espécie de "status" entre os altos oficiais do eixo.
Durante as últimas semanas, Marseille começou a mostrar sintomas de esgotamento, stress extremo, devido às exaustivas missões que o obrigavam a voar, duas a três vezes por dia. Muito distante estava a Batalha da Inglaterra, quando os pilotos alemães tinham descanso suficiente entre as missões. Como acontecia com todos os pilotos, após o termino de cada missão, necessitava de mais tempo para recuperar-se. Ele começou a perder peso e seu rosto já refletia o cansaço.
A manhã de 30 de setembro de 1942 parecia como muitas outras manhãs de verão no deserto norte africano, com o clima quente, seco e estável. Para os homens do I/JG27 a antecipação de outro dia cheio de duros combates estava presente na mente de todos. O
Afrika Korps comandado pelo Marechal de Campo Erwin Rommel estava em uma posição muito delicada, sendo atacado e talvez tivesse suas linhas rompidas pelo 8º Exército Britânico sob comando de Montgomery, que havia ganho uma liderança agressiva e estava com moral elevada para um ataque. Os homens da JG27 estavam não apenas atentos às notícias da derrota de Rommel na Batalha de Alam el Halfa, acontecida em início de setembro, como também viviam sob o causticante clima do deserto, a falta de suprimento, o constante stress do combate aéreo e a presença constante dos ataques dos "comandos" britânicos contra seus aeródromos. Embora, a situação fosse muito difícil para o Gruppe, além de terem perdido dois dos mais experientes pilotos da unidade, a moral individual estava extremamente alta, pois as demais unidades da área tinham problemas muito maiores.
O Hauptmann Hans-Joachim Marseille ao se levantar da cama naquela manhã foi saudado por Mathias, seu criado particular. A tensão do ano e meio de combate ininterruptos mostrava seus efeitos, na face de um jovem de apenas 22 anos de idade. Aquela manhã de 30 de setembro parecia ser mais uma daquelas manhãs em que ele iria sair à caça nos céus egípcios, com mais vitórias e glórias. Mas nesse dia fatídico, um acidente transformaria a vida daquele que talvez fosse se tornar o maior piloto de caça da guerra e herói da nação germânica em uma simples nota de rodapé no solo do deserto do Norte da África.
Programado para voar no novo Bf 109G-2 (W.Nr.14256), Jochen foi chamado mais uma vez para fazer a escolta dos lentos e obsoletos Ju 87 Stuka que atacariam objetivos no Egito. Às 10:47, Hans-Joachim Marseille decolou para a que seria sua última missão. Depois de completada, Marseille e sua unidade foram novamente orientados para interceptar uma esquadrilha inimiga localizada ao sul de Imayid, Egito. No entanto, nenhum contato com as aeronaves inimigas foi estabelecido e o esquadrão de Bf 109s tomou o rumo de casa.
Às 11:35, Marseille avisa que tem fumaça entrando em seu cockpit e começa a dificultar sua visibilidade e respiração. Os demais membros da esquadrilha insistem para que Jochen permaneça em seu avião pelo menos por mais alguns minutos pois ainda estavam sobre o território inimigo. Por volta de 11:39, a fumaça no
interior do cockpit está agora insuportável e Marseille é forçado a abandonar o "14-Amarelo". Sua última transmissão pelo rádio foi: "Eu tenho que sair agora. Não posso suportar mais". Nesse momento já estava sobre o território do Afrika Korps a aproximadamente 3.050 metros de altitude. Marseille então manobra seu Bf 109 a fim de preparar-se para abandoná-lo. Mas sofrendo provavelmente de uma desorientação espacial, possivelmente por estar intoxicado pela fumaça, que também obstruía a visão no interior do cockpit, o avião entra num mergulho invertido com ângulo aproximado de 70º a 80º e com velocidade de aproximadamente 205 m/s. Marseille então salta de seu Bf 109 avariado. Lamentavelmente, batendo o lado esquerdo de seu peito na cauda do avião, matando-o instantaneamente ou incapacitando-o de qualquer tentativa de abrir seu pára-quedas. Os demais membros do esquadrão observam horrorizados o corpo de Jochen cair 7 Km ao sul de Sidi Abd el Rahman, Egito. Um final injusto para o maior ás do Norte da África (talvez de toda a Segunda Grande Guerra) e um presságio ruim do que iria acontecer a Luftwaffe e conseqüentemente a todo III Reich. No local do acidente (N 30° 53,45' E 28° 41,71'), encontra-se hoje um pequeno monumento em forma de pirâmide construído em sua homenagem, na lápide, em alemão, italiano e árabe está escrito: "Aqui jaz o Cap. Hans-Joachim Marseille. Tombou INVICTO, em 30 de setembro de 1942."
Marseille foi enterrado com todas as honras militares, no cemitério militar em Derna, Egito. Seus colegas de esquadrão ficaram tão abatidos com sua morte que o I Gruppe inteiro foi afastado das operações de combate por quase um mês. Algum tempo depois, o emblema do I/JG27 foi alterado, recebendo uma borda cinza escuro com os seguintes dizeres Staffel Marseille (Esquadrão de Marseille).
Tendo participado de mais de 388 missões de combate, obteve um total de 158 vitórias confirmadas (das quais 154 delas foram contra caças!), sendo 151 conquistadas no período de apenas 18 meses em que esteve no deserto, lutando contra os pilotos da DAF. Nenhum outro piloto conseguiu tantas vitórias na frente ocidental quanto Marseille. No total foram 101 Curtiss P-40, 30 Hawker Hurricane, 16 Supermarine Spitfire e 4 bom bardeiros bimotores, a grande maioria delas diante dos bem treinados e equipados pilotos da RAF.Marseille ocupa a 27ª posição no ranking germânico de vitórias aéreas. No entanto, com o mais elevado respeito a que fazem jus os ases alemães que o precedem, ele os excedeu a todos por ter alcançado o maior número de vitórias contra aeronaves britânicas do que qualquer outro piloto de caça.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Coletâneas de mensagens

Há algum tempo resolvi compilar diversas daquelas mensagens que tenho recebido por e-mail, sejam anexos em formatos .ppt, ou, .pps, sejam textos enviados no corpo de cada e-mail. A idéia foi colocar tudo na forma de livro, que recebeu o nome de COLAGEM. Por quê COLAGEM?
Todos havemos de concordar que, nos dias atuais, a Internet vem representando o mais contundente meio de comunicação entre grande parte da população mundial. Pois foi com base nesta premissa que resolvi compilar tais conteúdos, os mais diversos, de emails que venho recebendo há algum tempo.
A compilação não teve a preocupação de classificar o conteúdo das mensagens. Histórias, estórias, mensagens de otimismo, passagens jocosas, conteúdos invocando Deus. E muitos outros temas. Não existe preconceito ou discriminação. Todos foram registrados. Daí o título escolhido: COLAGEM.
O objetivo é o de realmente fazer uma colagem de diversas mensagens recebidas, visando possibilitar a quem se interessar, ter a oportunidade de não precisar ler o livro em páginas contínuas, como se um romance fosse, uma história policial, ou um livro de auto-ajuda. Quem sabe até possa vir a ser considerado um livro de auto-ajuda? Não foi a intenção. O leitor poderá abrir em qualquer página. Caso o assunto não seja de seu inteiro agrado, logo a seguir outro assunto poderá ser encontrado, quem sabe mais interessante que o anterior, e assim por diante.
Esse mosaico de mensagens vem como forma de dar oportunidade àqueles que ainda não navegam pela grande rede, de desfrutarem momentos agradáveis e deliciosos, partilhados por relacionamentos anônimos, muitas das vezes com pessoas que nunca encontramos, ou encontraremos. Mas um encontro casual também poderá ocorrer.
Com toda certeza, cada mensagem, ou assunto, poderá ter um autor. Procurei sempre dar o devido crédito a cada um, nem sempre conseguindo, mesmo consultando insistentemente a Internet com seus diversos sites de busca. É quase regra geral, receber um email com a expressão Autor Desconhecido.
Muitas vezes não é assim. Um autor existe, mas nem sempre é citado. Peço desculpas pela falta do crédito correspondente, mas gostaria que todas as mensagens recebidas tivessem o autor identificado. Àqueles que porventura conheçam algum autor de um dos trechos apresentados, aceitarei de bom grado a informação para que possa dar o devido crédito em próximas edições.
Meu email: lcdias@lcdias.com.br.
A grande maioria do que aqui é apresentado foi recebido em arquivo com o formato de apresentação gráfica, tendo sido devidamente convertido para facilidade de edição e leitura.
A quantidade de mensagens que recebo por email diariamente é grande e isso deve ser creditado à enorme facilidade de transmissão de informação que a Internet coloca à disposição de todos, permitindo que cada um difunda tudo aquilo que acredita ser de interesse de parentes, amigos, colegas de trabalho e de outros relacionamentos.
O resultado do trabalho foi muito gratificante, pois o quê esperava eu, pudesse ser apresentado em cerca de umas duzentas páginas, ultrapassou em muito o número estimado. O resultado é que resolvi desdobrar a coletãnea no que chamei de "volumes", já tendo completado três deles, com o número de páginas inicialmente imaginado, estando o quarto "volume" a caminho.
Espero que a maior parte do apresentado seja de agrado dos leitores, pois só assim o trabalho pode ser reconhecido como de utilidade.
Por razões financeiras, os "volumes" não foram impressos, estando disponíveis na forma de e-books, nos links Colagem - Vol.1; Colagem - Vol.2 e Colagem - Vol.3.

A história das coisas

Esse vídeo já circulou na Internet há algum tempo, com versão em inglês. Em julho, apareceu a versão em português. Caso você tenha cerca de 20 minutos, vale a pena dar uma olhada em um dos trabalhos mais interessantes dos tempos atuais.
História das Coisas revela as conexões entre diversos problemas ambientais e sociais, e é um alerta pela urgência em criarmos um mundo mais sustentável e justo; nos ensina muita coisa, nos faz rir, e pode mudar para sempre a forma como vemos os produtos que consumimos em nossas vidas.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Os relógios mais estranhos!

Para os afixionados por relógios, o site Toxel.com apresenta uma coleção de exemplares não usuais. Vale a pena dar uma conferida. Veja!

Plantas venenosas

O blog WebEcoist nos apresenta uma lista com algumas plantas venenosas que podem causar problemas irreversíveis à vida humana, até a morte.
Confira aqui.