sábado, 3 de janeiro de 2009

O primeiro pregão do ano

O ano começou e a bolsa de São Paulo já apresentou uma surpresa: alta de 7%. E daí? Foi o que me perguntaram alguns amigos. Será que agora vai? Ainda estou cético quanto a altas consistentes nese início de ano. Preciso de mais alguns pregões para poder tirar conclusões. Mas por que?
Vejamos: o índice subiu 7% com um volume baixíssimo, o quê não é um indicador animador, no momento; as bolsas lá fora também fecharam com fortes altas, também com volumes não muito animadores; as commodities começaram a dar sinais de recuperação, o que é bom sinal.
O gráfico do IBOVESPA apresenta algumas figuras interessantes, além daquelas já mencionadas nos
posts anteriores. A média móvel de 50 dias se apresenta como um suporte interessante para as cotações nos últimos dias, posicionando-se assim desde o rompimento do triângulo assimétrico. O Índice de Força Relativa (IFR) se encontra na faixa dos 63,6 pontos, se aproximando da marca de exaustão nos 70 pontos, o que indica um certo cuidado com o movimento de alta que está vigiorando desde 28/10
Esse novo movimento permitiu traçar um canal de alta que vem sendo mantido até o momento. Por outro lado, é possível visualizar dentro desse canal de alta uma certa acumulação, indicando que o mercado vem andando de lado desde 10/11/08, tendo rompido a linha de resistência do canal de acumulação, justamente no peimeiro pregão do ano. Para uma melhor avaliação, o pregão de segunda-feira deveria fechar acima dos 39.000 pontos, com expressivo volume. Vamos aguardar. Caso o índice na segunda-feira consiga se manter acima dos 39.000 pontos, poder-se-á ter uma confirmação de que o movimento de alta poderá durar um pouco mais.
As próximas resistências a serem vencidas, estão situadas nos 41.700, 43.600 e 44.700 pontos, para então chegar à expectativa de 47.080 pontos, que representa a projeção decorrente da formação do triângulo assimétrico em função do seu ponto de rompimento.
Para uma avaliação do que poderá vir pela frente, deve ser considerado o quê se apresenta no mundo. As commodities cairam uma barbaridade; agora começam a se recuperar. O petróleo está se valorizando, mas aí temos que considerar alguns fatores: o intenso inverno nos EUA e em alguns países da Europa, que demandam mais óleo para geração de energia; a Arábia Saudita tem fortes intenções de reassumir o controle da OPEP, por ser o maior produtor mundial de petróleo, já apresentando intenções quase concretas de forçar os países da OPEP a seguir suas orientações. Mas por que? Porque a sua capacidade de produção é imensa, eles pretendem realizar investimentos para continuar produzindo cada vez mais, investimentos esses que ficariam inviabilizados com os níveis atuais de preço do barril do petróleo. Qual o preço-alvo desejado pelos árabes para poder realizar os investimentos necessários? Boa pergunta. Não pode ser esquecido que, quando o preço do barril andava por volta dos US$ 70 a US$ 80, todos estavam satisfeitos: produtores e compradores. Quem sabe pode ser esse o alvo? Não pode ser esquecido que a guerra deflagrada por Israel pode ser outro fator a alimentar o preço do barril do petróleo para cima.
Já as commodities metálicas também apresentaram alta significativa nos mercados no primeiro dia útil do ano, talvez por conta do socorro do governo americano às montadoras, mas também pelos pacotes-promessas de Barack Obama. Ou, quem sabe, por conta do fato de Índia e China terem anunciado novas medidas para garantir o crescimento. Não pode ser esquecida a relação entre o boato e o fato, sempre "saudável" para o mercado.
Continuo acreditando que os principais papéis da bolsa, aí incluídos Petrobras e Vale e papéis de siderúrgicas continuem, no primero semestre do ano, com forte volatilidade.
Bom por hoje é só. Aguardemos o pregão de segunda-feira para melhor avaliação.

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