Não ter amigos pode ser tão perigoso para a saúde como fumar ou consumir álcool em excesso, diz um estudo de cientistas americanos publicado na última terça-feira no site da revista PLoS Medicine.
Os especialistas, da Universidade Brigham Young, em Utah, e do Departamento de Epidemiologia da Universidade da Carolina do Norte, asseguram que o isolamento é ruim para a saúde e, no entanto, essa é uma tendência cada vez maior no mundo industrializado, onde "a quantidade e a qualidade das relações sociais estão diminuindo enormemente".
Estudos prévios demonstraram que as pessoas com menos relações sociais morrem antes daquelas que se relacionam mais com amigos, conhecidos e parentes. Por isso, preocupados com o aumento de pessoas que se relacionam menos com as outras, os cientistas analisaram como um isolamento excessivo pode afetar a saúde.
Para tanto, os pesquisadores recorreram a 148 estudos prévios com dados sobre a mortalidade de indivíduos em função de suas relações sociais. Após analisar informações de 308.849 indivíduos acompanhados por cerca de 7,5 anos, os pesquisadores descobriram que as pessoas com mais relações sociais têm 50% mais chances de sobrevivência do que quem se relaciona menos com outros.
Segundo os especialistas, a importância de ter uma boa rede de amigos e boas relações familiares "é comparável a deixar de fumar e supera muitos fatores de risco como a obesidade e a inatividade física". Esses resultados também revelam que, analisando a idade, o sexo ou a condição de saúde do indivíduo, a integração social pode ser outro fator levado em conta na hora de avaliar o risco de morte de uma pessoa.
"A medicina contemporânea poderia se beneficiar do reconhecimento de que as relações sociais influem nos resultados de saúde dos adultos", apontam os responsáveis pelo levantamento. Eles acreditam que médicos e educadores deveriam advertir sobre a importância da relações sociais da mesma forma que defendem o antitabagismo, uma dieta saudável e a realização de exercícios.
30 julho 2010
Não ter amigos é tão perigoso quanto fumar ou beber em excesso
29 julho 2010
Vale e Paranapanema
A Vale distribuiu, hoje pela manhã, comunicado ao mercado anunciando "que publicará Edital de oferta pública voluntária (OPA) para a aquisição de até 100% das ações ordinárias de emissão da Paranapanema S.A. (Paranapanema), sujeita, para sua eficácia, à aquisição de pelo menos 50% (cinquenta por cento) mais uma ação ordinária."
Leia a íntegra do comunicado.
Rio de Janeiro, 29 de julho de 2010 - A Vale S.A. (Vale) informa que publicará Edital de oferta pública voluntária (OPA) para a aquisição de até 100% das ações ordinárias de emissão da Paranapanema S.A. (Paranapanema), sujeita, para sua eficácia, à aquisição de pelo menos 50% (cinquenta por cento) mais uma ação ordinária.
A OPA, que de acordo com as regras vigentes não está sujeita a registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), será destinada a todos os acionistas da Paranapanema. O preço por ação ordinária a ser pago é de R$ 6,30, correspondendo a um prêmio de 22,4% sobre a média ponderada pelo volume dos preços de fechamento dos pregões dos últimos 90 dias. Este preço é superior ao preço por ação apontado no laudo de avaliação da Paranapanema, que será parte integrante do Edital, e apresenta um prêmio de 8,6% sobre o fechamento de ontem, dia 28 de julho de 2010. O preço será ajustado no caso de eventual pagamento de dividendos e/ou juros sobre o capital próprio.
O preço por ação será pago à vista e em reais. Na eventualidade da adesão de 100% dos acionistas da Paranapanema à OPA, o valor total a ser desembolsado pela Vale será de aproximadamente R$ 2.010,82 milhões. A OPA será intermediada pelo Banco Bradesco BBI S.A., o qual garantirá, nos termos da Instrução CVM nº 361, a liquidação financeira da OPA.
O leilão da OPA será realizado no dia 01.09.2010, às 15:00. O acionista da Paranapanema que desejar participar do Leilão deverá habilitar-se nos termos do Edital.
Caso a OPA seja bem sucedida, a Vale pretende conduzir estudos que poderão resultar na elaboração de projeto de reorganização corporativa e/ou de ativos.
Uma vez definido o eventual projeto de reorganização corporativa será realizada sua divulgação pública.
Os interessados podem encontrar o Edital e o Laudo de Avaliação nos endereços e nas páginas na rede mundial de computadores da Vale, CVM, BM&FBovespa e Bradesco BBI. A Vale encaminhará à administração da Paranapanema cópia dos referidos documentos para que estes sejam disponibilizados aos acionistas na sede da companhia e no seu website, bem como enviados à CVM.
Os demais termos e condições da OPA serão descritos no Edital a ser publicado em breve.
A Paranapanema
A Paranapanema é uma empresa brasileira, listada e registrada no nível 1 de governança corporativa da BM&FBovespa, sendo líder na produção de cobre refinado no Brasil. Seus ativos consistem de um smelter/refinaria de cobre e três plantas para a produção de produtos downstream de cobre. Possui também 99,09% de participação no capital da Cibrafértil, que opera uma planta de fertilizantes fosfatados.
O smelter/refinaria de cobre está localizado no distrito industrial de Camaçari, no estado da Bahia, e pertencia à Caraíba Metais, antes da incorporação desta companhia na Paranapanema em 2009. No Brasil, é a única produtora de catodos de cobre eletrolítico com certificação da LME (London Metal Exchange). Atualmente, encontra-se em desenvolvimento projeto para expansão da capacidade de produção de 220.000 para 277.000 toneladas métricas (t) anuais de catodos de cobre.
As três plantas downstream pertenciam à Eluma, antes da incorporação desta na Paranapanema. Duas destas plantas estão localizadas no estado de São Paulo e a terceira no estado do Espírito Santo. As três unidades em conjunto possuem capacidade para produzir 78.000 t anuais de semi-elaborados de cobre, como tubos, barras, perfis, arames, bobinas, chapas, tiras e conexões.
A Cibrafértil também se localiza na Bahia e está conectada por dutos ao smelter/refinaria da Paranapanema. Possui capacidade para produzir 306.000 t anuais de superfosfato simples (SSP).
Racional estratégico: acelerar a criação de valor
Um dos objetivos estratégicos da Vale é se transformar a médio prazo num dos principais produtores de cobre do mundo. Atualmente, tem capacidade de produção de 300.000 t anuais do metal, a partir da mina do Sossego, em Carajás, no estado do Pará, e da produção de cobre como subproduto do níquel nos sites de Sudbury e Voisey Bay, no Canadá.
Estamos desenvolvendo dois projetos de cobre, Salobo, em Carajás, com capacidade de 100.000 t anuais, e Três Valles, no Chile, com capacidade de 18.000 t anuais, os quais deverão entrar em operação em 2011 e 2010, respectivamente. O projeto de Konkola North, na Zâmbia, com capacidade de 40.000 t anuais, começará a ser desenvolvido este ano. A Vale possui adicionalmente várias outras opções de crescimento da capacidade de produção de cobre, como as futuras expansões brownfield do Salobo (Salobo II e III) e da execução de projetos atualmente em estágio menos avançado de desenvolvimento, como Cristalino, Alemão, Pólo e 118, todos em Carajás.
A aquisição da Paranapanema é um movimento consistente com o objetivo estratégico de acelerar o crescimento da produção de cobre, e possui significativo potencial de criação de valor para os acionistas da Vale.
Facilita o desenvolvimento de projetos de cobre da Vale cujos minérios registram a presença de impurezas. A adaptação do smelter/refinaria para o processamento desses concentrados, viável do ponto de vista técnico e econômico, melhorará as condições econômicas para tratamento destes concentrados, viabilizando desse modo a expansão mais rápida da produção do metal pela Vale ao longo dos próximos anos.
Finalmente, a produção de ácido sulfúrico do smelter/refinaria em excesso ao que é consumido pela Cibrafértil poderá ser direcionada para o consumo de outras operações de fertilizantes da Vale.
Para mais informações, contatar:
+55-21-3814-4540
Roberto Castello Branco: roberto.castello.branco@vale.com
Viktor Moszkowicz: viktor.moszkowicz@vale.com
Carla Albano Miller: carla.albano@vale.com
Andrea Gutman: andrea.gutman@vale.com
Marcio Loures Penna: marcio.penna@vale.com
Samantha Pons: samantha.pons@vale.com
Thomaz Freire: thomaz.freire@vale.com
Sobre a Vale e eus resultados de hoje
A Vale divulgará hoje, após o encerramento do pregão da Bovespa, os resultados do segundo trimestre de 2010. O destaque deve ficar por conta do impacto da mudança no sistema de precificação do minério de ferro, principal produto da mineradora. Esse deve ser o principal ponto de o que os analistas classificam, de maneira geral, como bons resultados.
Veja mais sobre o assunto, aqui.
Cuidado com as mídias sociais!
O Diretor Executivo da Navita, especializada em soluções para Portais/Intranets, e smartphones BlackBerry®, Roberto Dariva, escreveu, no site Consumidor Moderno, artigo muito interessante. Deve ser lido com atenção por todos que se utilizam das modernas mídias sociais de forma indiscriminada, colocando seus dados pessoais e referências disponíveis ao público em geral, sem medir as consequências daí resultantes.
Principalmente os jovens, em geral menos avisados, devem tomar cuidado com o que tornam disponível nas mídias sociais.
A seguir, um trecho do artigo, que poderá ser lido, na íntegra, aqui.
As mídias sociais são uma continuidade da revolução nos meios eletrônicos de comunicação, que começou quando a internet foi democratizada. Hoje, esses meios dão poder aos usuários para trocarem informações, manifestarem suas opiniões e interagirem freneticamente ou moderadamente, dependendo de seu perfil. Isto tudo é muito bom, mas quando as mídias sociais deixam de ser um aliado e podem gerar resultados não desejados? Quando as conseqüências não são mensuradas.
.....
E se as mídias sociais fossem usadas de forma desleal? E se uma empresa criasse milhares de usuários falsos para elogiar seus produtos ou serviços, e você comprasse algo muito ruim com base em falsos depoimentos? E se falsas pessoas iniciarem um relacionamento com seu filho ou filha para explorarem sua ingenuidade?
O objetivo desse artigo é provocar a reflexão. Posso parecer neurótico com a questão da privacidade, mas é importante conhecer e imaginar o efeito colateral de tanta socialização. Conhecendo e refletindo, procure extrair o máximo das redes sociais para sua vida e sua empresa e, claro, evite confusões.
Aproveitando bem o espaço
O designer italianao Ron Barth, presidente da Resource Furniture (www.resourcefurniture.com/space-savers), demonstra e explica no vídeo a seguir, sua incrível linha de mobiliário destinada a um melhor aproveitamento dos espaços nas residências.
28 julho 2010
Especialistas explicam os principais mitos da política
Saiba um pouco mais sobre o processo eleitoral, votos nulos, votos brancos, eleições anuladas, aqui.
Mais sobre o acordo Oi Portugal Telecom
Veja aqui o texto completo do Fato Relevante distribuído pela Oi ao mercado, hoje pela manhã, sobre o acordo celebrado com a Portugal Telecom.
E a Portugal Telecom vai para a Oi!
Finalmente saiu o tão propalado acordo entre a Oi e a Portugal Telecom. O acordo foi anunciado hoje vem a reboque da negociação entre a Portugal Telecom e a Telefónica, que poderá levar a última a abocanhar 100% da Vivo. Pelo acordo estabelecido, a Portugal Telecom terá uma participação final na Oi, de 22,4% e o Grupo Oi terá uma participação de 10% na Portugal Telecom.
Pa ra a celebração do acordo, uma série de participações entraram em jogo, bem como o interesse do Governo brasileiro por estimular uma participação internacional por parte de empresas brasileiras.
Ainda pelo acordo, a Portugal Telecom deverá desembolsar até R$ 8,4 bilhões paras as referidas aquisições. A Portugal Telecom terá assento no Conselho de Administração da Oi e a Oi terá assento no Conselho de Administração da Portugal Telecom.
Um dos objetivos do acordo é a redução da dívida líquida da Oi, sendo previsto no termo assinado, que antes haverá oaumento de capital com emissão de ações ordinárias e preferenciais da Tele Norte Leste e da própria Oi.
Para a finalização do acordo, é indispensável a transferência da participação da Portugal Telecom, para a Telefónica, na controladora da Vivo, a empresa Brasilcel.
O memorando de entendimentos permanecerá assinado e valerá até 31 de outubro, podendo ser prorrogado. Todos os termos estão sujeitos a autorizações legais e administrativas por parte da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
<>Por outro lado, fontes informam que a Telefónica já teria acertado com a Portugal Telecom, a compra da parcela da última na Vivo. O valor da transação não é conhecido, mas pessoas ligadas à empresa espanhola falam em algo próximo de US$ 9,8 bilhões. Como consequência, a ideia da Telefónica seria juntar as operações de telefonia fixa e móvel, no Brasil, junto de sua operação na Telesp e ampliar a participação nos serviços oferecidos no mercado brasileiro.
Por conta do acordo ora celebrado, hoje, na Bovespa, as ações da Oi iniciaram o pregão no campo negativo, enquanto as ações da Vivo dispararam, subindo mais de 4%.
27 julho 2010
O Time que preferiu morrer a perder. Uma História verídica.
A história do futebol mundial inclui milhares de episódios emocionantes e comovedores, mas seguramente nenhum seja tão terrível como o protagonizado pelos jogadores do Dinamo de Kiev nos anos 40. Os jogadores jogaram um partida sabendo que se ganhassem seriam assassinados e, no entanto, decidiram ganhar. Na morte deram uma lição de coragem, de vida e honra, que não encontra, por seu dramatismo, outro caso similar no mundo.
Para compreender sua decisão, é necessário conhecer como chegaram a jogar aquela decisiva partida, e por que um simples encontro de futebol apresentou para eles o momento crucial de suas vidas.
Tudo começou em 19 de setembro de 1941, quando a cidade de Kiev (capital ucraniana) foi ocupada pelo exército nazista, e os homens de Hitler aplicaram um regime de castigo impiedoso e arrasaram com tudo. A cidade converteu-se num inferno controlado pelos nazistas, e durante os meses seguintes chegaram centenas de prisioneiros de guerra, que não tinham permissão para trabalhar nem viver nas casas, assim todos vagavam pelas ruas na mais absoluta indigência. Entre aqueles soldados doentes e desnutridos, estava Nikolai Trusevich, que tinha sido goleiro do Dinamo.
Josef Kordik, um padeiro alemão a quem os nazistas não perseguiam, precisamente por sua origem, era torcedor fanático do Dinamo. Num dia caminhava pela rua quando, surpreso, olhou um mendigo e de imediato se deu conta de que era seu ídolo: o gigante Trusevich.
Ainda que fosse ilegal, mediante artimanhas, o comerciante alemão enganou aos nazistas e contratou o goleiro para que trabalhasse em sua padaria. Sua ânsia por ajudá-lo foi valorizada pelo goleiro, que agradecia a possibilidade de se alimentar e dormir debaixo de um teto. Ao mesmo tempo, Kordik emocionava-se por ter feito amizade com a estrela de sua equipe.
Na convivência, as conversas sempre giravam em torno do futebol e do Dinamo, até que o padeiro teve uma idéia genial: encomendou a Trusevich que em lugar de trabalhar como ele, amassando pães, se dedicasse a buscar o resto de seus colegas. Não só continuaria lhe pagando, senão que juntos podiam salvar os outros jogadores.
O arqueiro percorreu o que restara da cidade devastada dia e noite, e entre feridos e mendigos foi descobrindo, um a um, a seus amigos do Dinamo. Kordik deu trabalho a todos, se esforçando para que ninguém descobrisse a manobra. Trusevich encontrou também alguns rivais do campeonato russo, três jogadores da Lokomotiv, e também os resgatou. Em poucas semanas, a padaria escondia entre seus empregados uma equipe completa.
Reunidos pelo padeiro, os jogadores não demoraram em dar o seguinte passo, e decidiram, alentados por seu protetor, voltar a jogar. Era, além de escapar dos nazistas, a única que bem sabiam fazer. Muitos tinham perdido suas famílias nas mãos do exército de Hitler, e o futebol era a última sombra mantida de suas vidas anteriores.
Como o Dinamo estava enclausurado e proibido, deram um novo nome para aquela equipe. Assim nasceu o FC Start, que através de contatos alemães começou a desafiar a equipes de soldados inimigos e seleções formadas no III Reich.
Em sete de junho de 1942, jogaram sua primeira partida. Apesar de estarem famintos e cansados por terem trabalhado toda a noite, venceram por 7 a 2. Seu seguinte rival foi a equipe de uma guarnição húngara, ganharam de 6 a 2. Depois meteram 11 gols numa equipa romena. A coisa ficou séria quando em 17 de julho enfrentaram uma equipe do exército alemão e golearam por 6 a 2. Muitos nazistas começaram a ficar chateados pela crescente fama do grupo de empregados da padaria e buscaram uma equipe melhor para ganhar deles. Trouxeram da Hungria o MSG com a missão de derrotá-los, mas o FC Start goleou mais uma vez por 5 a 1, e mais tarde, ganhou de 3 a 2 na revanche.
Em seis de agosto, convencidos de sua superioridade, os alemães prepararam uma equipe com membros da Luftwaffe, o Flakelf, que era uma grande time, utilizado como instrumento de propaganda de Hitler. Os nazistas tinham resolvido buscar o melhor rival possível para acabar com o FC Start, que já gozava de enorme popularidade entre o sofrido povo refém dos nazistas. A surpresa foi grande, porque apesar da violência e falta de esportividade dos alemães, o Start venceu por 5 a 1.
Depois dessa escandalosa queda do time de Hitler, os alemães descobriram a manobra do padeiro. Assim, de Berlim chegou uma ordem de acabar com todos eles, inclusive com o padeiro, mas os hierarcas nazistas locais não se contentaram com isso. Não queriam que a última imagem dos russos fosse uma vitória, porque acreditavam que se fossem simplesmente assassinados não fariam nada mais que perpetuar a derrota alemã.
A superioridade da raça ariana, em particular no esporte, era uma obsessão para Hitler e os altos comandos. Por essa razão, antes de fuzilá-los, queriam derrotar o time em um jogo.
Com um clima tremendo de pressão e ameaças por todas as partes, anunciou-se a revanche para 9 de agosto, no repleto estádio Zenit. Antes do jogo, um oficial da SS entrou no vestiário e disse em russo:
- Vou ser o juiz do jogo, respeitem as regras e saúdem com o braço levantado - exigindo que eles fizessem a saudação nazista.
Já no campo, os jogadores do Start (camisa vermelha e calção branco) levantaram o braço, mas no momento da saudação, levaram a mão ao peito e no lugar de dizer: - "Heil Hitler!", gritaram: - "Fizculthura!", uma expressão soviética que proclamava a cultura física.
Os alemães (camisa branca e calção negro) marcaram o primeiro gol, mas o Start chegou ao intervalo do segundo tempo ganhando por 2 a 1.
Receberam novas visitas ao vestiário, desta vez com armas e advertências claras e concretas:
- Se vocês ganharem, não sai ninguém vivo. Ameaçou um outro oficial da SS.
Os jogadores ficaram com muito medo e até propuseram-se a não voltar para o segundo tempo. Mas pensaram em suas famílias, nos crimes que foram cometidos, na gente sofrida que nas arquibancadas gritava desesperadamente por eles e decidiram, sim, jogar.
Deram um verdadeiro baile nos nazistas. E no final da partida, quando ganhavam por 5 a 3, o atacante Klimenko ficou cara a cara com o arqueiro alemão. Deu lhe um drible deixando o coitado estatelado no chão e ao ficar em frente a trave, quando todos esperavam o gol, deu meia volta e chutou a bola para o centro do campo. Foi um gesto de desprezo, de deboche, de superioridade total. O estádio veio abaixo.
Como toda Kiev poderia a vir falar da façanha, os nazistas deixaram que saíssem do campo como se nada tivesse ocorrido. Inclusive o Start jogou dias depois e goleou o Rukh por 8 a 0. Mas o final já estava traçado: depois dessa última partida, a Gestapo visitou a padaria.
O primeiro a morrer torturado em frente a todos os outros foi Kordik, o padeiro. Os demais presos foram enviados para os campos de concentração de Siretz. Ali mataram brutalmente a Kuzmenko, Klimenko e o arqueiro Trusevich, que morreu vestido com a camiseta do FC Start. Goncharenko e Sviridovsky, que não estavam na padaria naquele dia, foram os únicos que sobreviveram, escondidos, até a libertação de Kiev em novembro de 1943. O resto da equipe foi torturada até a morte.
Ainda hoje, os possuidores de entradas daquela partida têm direito a um assento gratuito no estádio do Dinamo de Kiev. Nas escadarias do clube, custodiado em forma permanente, conserva-se atualmente um monumento que saúda e recorda àqueles heróis do FC Start, os indomáveis prisioneiros de guerra do Exército Vermelho aos quais ninguém pôde derrotar durante uma dezena de históricas partidas, entre 1941 e 1942.
Foram todos mortos entre torturas e fuzilamentos, mas há uma lembrança, uma fotografia que, para os torcedores do Dinamo, vale mais que todas as jóias em conjunto do Kremlin. Ali figuram os nomes dos jogadores.
Na Ucrânia, os jogadores do FC Start hoje são heróis da pátria e seu exemplo de coragem é ensinado nos colégios. No estádio Zenit uma placa diz "Aos jogadores que morreram com a cabeça levantada ante o invasor nazista".
Esta é a história da dramática "Partida da Morte". O cineasta John Huston inspirou-se neste fato real para rodar seu filme "Fuga para a vitória" (Escape to Victory) de 1982 que chamou muita atenção à época do lançamento porque dele participaram grandes nomes do cinema como Michael Caine, Sylvester Stallone e Max Von Sydow, mas muito mais pela participação de algumas estrelas do futebol, como Bobby Moore, Osvaldo Ardiles, Kazimierz Deyna e Pelé. No filme John Huston fez o que não pôde o destino: salvar os heróis.
26 julho 2010
A formação de um raio
Veja como acontece a formação de uma descarga elétrica, com auxílio de um filme, rodado 300 vezes mais lento.
.Fonte: Tom A. Warner