22 abril 2025

A casa de Dona Yayá

A Casa da Dona Yayá, localizada no bairro do Bixiga, em São Paulo (SP), é um dos imóveis históricos mais intrigantes e, para muitos, misteriosos da cidade. Hoje tombada como patrimônio histórico, a casa carrega consigo uma história marcada por riqueza, isolamento, sofrimento e, como não poderia deixar de ser, relatos de aparições e fenômenos sobrenaturais.
A casa foi construída no final do século XIX, por volta de 1895, como uma chácara residencial pertencente à família Penteado, uma das mais ricas de São Paulo na época. Sua moradora mais conhecida foi Sebastiana de Mello Freire, apelidada carinhosamente de Dona Yayá, uma mulher da elite paulistana que passou a maior parte da vida em reclusão.
Yayá estudou na Escola Normal da Praça da República (atual Caetano de Campos) e era conhecida por ser culta, inteligente e sensível. Porém, aos 18 anos, ela começou a apresentar sinais de distúrbios mentais. Aos 29, após a morte dos pais e conflitos com outros familiares, foi considerada incapaz por decisão judicial e declarada interdita.
Em vez de ser internada em um hospital psiquiátrico, como era comum à época, a família optou por mantê-la isolada em sua própria casa, sob os cuidados de enfermeiras e tutores. Yayá viveu assim por mais de quatro décadas, até sua morte, em 1961, aos 74 anos. Ela morreu sozinha e sem descendentes.
Atualmente, o local pertence à Universidade de São Paulo (USP), sendo administrado pelo Centro de Preservação Cultural (CPC) da instituição. A casa é usada para atividades culturais, exposições e eventos.
Há muitos relatos populares, principalmente entre funcionários e visitantes do local, de que a casa abriga presenças inexplicáveis.
Alguns dos relatos mais comuns incluem:
- Passos no andar de cima, quando não há ninguém;
- Sons de móveis arrastando ou portas se abrindo e fechando sozinhas;
- Sensações de mal-estar em determinados cômodos;
- Pessoas que dizem sentir uma presença feminina triste e solitária;
- Luzes que piscam ou objetos que mudam de lugar.
Esses fenômenos alimentaram a crença de que o espírito de Dona Yayá ainda habita a casa, presa ao local onde viveu tantos anos em solidão. Muitos acreditam que ela ainda vague pelos corredores, como se estivesse revivendo sua rotina ou talvez tentando se comunicar.
Mesmo sem comprovação científica, a Casa da Dona Yayá acabou entrando para o imaginário urbano como um dos lugares mais assombrados de São Paulo. O mistério é tanto que o local é frequentemente citado em livros, documentários e matérias sobre lugares mal-assombrados do Brasil

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