Caneta
esferográfica é
um tipo de caneta cuja tinta umedece uma esfera rolante
que desliza sobre a superfície, disponível em varias cores.
Na evolução da caneta, o uso
de uma esfera na ponta possibilitou a distribuição constante e uniforme de
tinta, e popularizou o uso deste instrumento de escrita ao mesmo tempo em que
substituía com vantagem a caneta-tinteiro.
Com a invenção da caneta as
pessoas passaram a escrever cartas, postais e livros. Hoje em dia a caneta
esferográfica é usada universalmente para escrever apontamentos e fazer testes.
Propaganda comercial numa
revista argentina de 1945, promovendo a primeira Birome.
O conceito de uma caneta esferográfica
remonta à patente registada por John J. Loud em 30 de
Outubro de 1888. Tratava-se de um produto destinado a marcar couros e
não foi explorado comercialmente.
Posteriormente, o jornalista húngaro e
naturalizado argentino László Bíró inventou a primeira caneta
esferográfica, na década de 1930. Ele havia percebido que o tipo de tinta utilizado
na impressão de jornais secava rapidamente, deixando o papel seco e
livre de borrões. Imaginou então criar uma caneta utilizando o mesmo tipo de
tinta. Entretanto, a tinta, espessa, não fluía de maneira regular. A inovação
era prática: enquanto a caneta corria pelo documento, a esfera girava no
interior do bico, recolhendo a tinta do cartucho e depositando-a sobre o papel;
complementarmente, vedava o reservatório, impedido que a tinta secasse
(provocando entupimento da caneta) ou vazasse. László Biró e seu irmão Georg
(um químico), entraram com um pedido de patente da sua caneta
esferográfica em seu país natal, a Hungria, na França e na Suíça em 1938.
Com a eclosão da Segunda
Guerra Mundial, para fugir às perseguições nazistas no seu país,
László e Georg tiveram que deixar a Hungria e receberam a patente em Paris.
Tendo László encontrado, ainda em 1938, um argentino na Iugoslávia, e
tendo este ficado impressionado com a invenção, convidou-o a radicar-se naquele
país sul-americano. Quando instalado, o estranho apresentou-se como Agustín
Pedro Justo, Presidente da Argentina. Recém-chegados ao país com a ajuda de um
amigo chamado Meyne, os irmãos fundaram a companhia "Biró y Meyne"
em 10 de junho de 1940, requerendo uma patente argentina em 10
de junho de 1943.
Durante a Segunda Guerra
Mundial, o governo britânico adquiriu os direitos de licenciamento desta
patente dentro do chamado "esforço de guerra". A Royal Air Force necessitava
de um novo tipo de caneta, que não permitisse o escapamento de tinta em
altitudes, nos aviões de caça, como as canetas-tinteiro (tinta-permanente). O
bom desempenho das novas canetas para a RAF trouxe sucesso ao inventor e ao seu
produto.
Em 1944 László Biró
vendeu a patente do seu invento ao norte-americano Eversharp-Faber pela
quantia de dois milhões de dólares, e, na Europa, ao francês Marcel
Bich.
Nos Estados Unidos, a primeira
caneta esferográfica a ser produzida comercialmente, que substituiria a caneta-tinteiro
com sucesso, foi apresentada por Milton Reynolds, em 1945. Também se
baseava em uma pequena esfera que liberava uma tinta pesada e gelatinosa sobre
o papel. As canetas Reynolds foram divulgadas à época como "a primeira
caneta que escreve debaixo de água", tendo sido vendidas dez mil
unidades quando de seu lançamento. A marca era impressionante, uma vez que cada
unidade custava cerca de 10 dólares, custo devido principalmente à nova
tecnologia.
Na Europa, as primeiras
canetas esferográficas acessíveis foram produzidas em 1945, por Marcel Bich,
cujo mérito foi o do desenvolvimento de um processo industrial de fabricação
que reduzia significativamente o custo das canetas por unidade. Em 1949,
essas canetas foram lançadas comercialmente sob o nome "Bic", uma
abreviação do seu sobrenome, e que era fácil de lembrar pelo público. Dez anos
mais tarde, as primeiras canetas "Bic" eram lançadas no mercado
norte-americano.
A princípio os consumidores
norte-americanos relutaram em comprar uma caneta "Bic", já outras
modelos de canetas esferográficas haviam sido lançadas sem sucesso no mercado
dos EUA por outros fabricantes. Para vencer essa relutância do público, a
"Bic" veiculou uma campanha em rede nacional de televisão para
informar que a caneta esferográfica "escreve logo de cara, sempre!"
e que seu preço era de apenas 0,299 dólares. A "Bic" também veiculou
anúncios televisivos que mostravam as suas canetas sendo disparadas de
espingardas, amarradas a patins de gelo e até montadas sobre britadeiras. Após
um ano, a concorrência forçou a queda dos preços para 0,10 dólares por unidade.
Atualmente a empresa fabrica milhões de canetas esferográficas por dia,
atendendo todo o planeta. As canetas são feitas de plástico ou de metal. A
pequena esfera é feita de latão.