terça-feira, 29 de setembro de 2009

Vai uma consultoria de grátis?

No blog Direito & Mercado, via ADVFN, encontrei o texto abaixo escrito por Henrique Arake, que muito bem ilustra a vida dos profissionais liberais e como a turma gosta de conseguir consultoria[bb] de graça, sempre tentando dar um jeitinho para enrolar o profissional e tirar alguma vantagem. Vida dura a nossa. Nada como boa informação[bb] a custo zero, ou quase! Abaixo segue o texto.

Esse post se dirige aos profissionais liberais que lidam com clientes, mas não são advogados aprenda como fazemos), para os clientes que se comportam dessa maneira (sim, nós conhecemos suas estratégias) e para advogados iniciantes (não deixem que façam isso com vocês).
Existem os clientes sinceros, com problemas reais, que precisam de sua ajuda ou de seu conselho e ficarão felizes em confiar em sua expertise!
E existem os clientes… não tão sinceros… clientes que, na falta de um adjetivo melhor, chamarei carinhosamente de malandros!
Vamos imaginar a seguinte situação (qualquer semelhança com a realidade é e sempre será apenas o reflexo da minha inacreditável habilidade de imaginar o mundo como ele realmente é -cofcof):
- Dr. (sempre nos chamam de doutores…)! Como o sr. está! “Comançalevú”! Fui indicado por fulano que me falou muito bem de você! (Tradução: como temos amigos em comum espero um desconto nos seus honorários, mmmkay?)
- Que bom! E o que posso fazer pelo Sr.?
- Na verdade… não é bem um problema, entende? É mais pra conversar um pouco pra tirar uma dúvida, entende? (Tradução: QUERO SUA CONSULTORIA, mas não estou afim de pagar por ela) Além do que, eu meio que já tenho uma idéia do que quero fazer, entende? (Tradução: eu ACHO que sei do que estou falando, mas como todo mundo sabe, o cliente nem sempre tem razão, certo?)
- Sim, sim, entendi, mas e então o que posso fazer pelo Sr.?
- Meu problema é o seguinte… (contaproblemadescreveproblema… dá uma risada…contaproblemacontaproblemafim), entende? (Sim eu também, hipoteticamente, estaria irritado com esses “entendes”) Então, o que o sr. acha?
Nesse momento você se lembra que, na maioria esmagadora das vezes, não é bom responder a uma consulta de supetão, certo?
- Então, a situação é realmente interessante… mas não me sinto à vontade para responder uma questão dessas sem fazer uma pesquisa mais aprofundada, tudo bem? O que acha de formalizarmos essa consulta em um parecer, o senhor verá que…
- OPA, OPA… hehe… não estava pensando em nada nesse nível, na verdade é só uma dúvida simples, entende? (Tradução: o que realmente quero é uma consulta gratuita…)
- Claro, perfeitamente, o problema é que não fico confortável em dar uma resposta definitiva. Seria irresponsabilidade da minha parte.
- Mas não daria para você me dar nem um norte? Pra eu ver se compensa fazer um contrato? (Tradução: eu realmente QUERO uma consulta gratuita)
- Bom, já que o senhor não está interessado em um parecer mais completo…
- Isso mesmo! :D
- … claro que posso te dar algumas orientações bem superficiais sobre o assunto…
- Ótimo, é só isso que eu quero! Aliás, eu vim indicado pelo Fulano, como o doutor se lembra…
- … sim, certamente! :D Vamos formalizar uma consulta verbal, então, tudo bem? O valor é R$ xxxx,00! Ok?
- … anh… mas, mas…. #mimimi
- Certamente, o Fulano explicou que meu trabalho é um pouco diferente dos de outros advogados, eu sempre cobro pelas minhas consultas.
- É… vamos fazer o seguinte, eu vou pensar… e te retorno, tudo bem?
- Ok, obrigado! :D
Quem disse que o Direito não pode ser legal?
Fonte: Direito & Mercado

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