10 outubro 2025

Você conhece a história do telefone público no Brasil?

Você conhece a história do telefone público no Brasil?
Houve um tempo em que a pressa cabia em fichas de plástico ou em cartões magnéticos. O telefone público, o popular orelhão, foi mais que um objeto urbano: tornou-se símbolo de modernidade, encontro e urgência.
O primeiro telefone público do Brasil surgiu em 1922, no Rio de Janeiro, durante a Exposição Internacional do Centenário da Independência. Mas foi apenas em 1972 que a cena se transformou definitivamente, quando, em Belo Horizonte, a empresa TeleMG instalou os primeiros “orelhões” de fibra de vidro, assinados pelo designer Chu Ming Silveira. A forma arredondada não era mero capricho: servia para abafar o ruído das ruas e garantir certa privacidade. O design inovador correu o mundo, chegando até a China e diversos países da África.
Nos anos 1980 e 1990, o telefone público reinava absoluto. Estima-se que, em seu auge, o Brasil tenha alcançado mais de 1,5 milhão de aparelhos em funcionamento, espalhados em esquinas, praças, rodoviárias e bares. O ato de procurar uma ficha, depois substituída pelos cartões magnéticos, era parte do ritual urbano. Muitas histórias de amor, despedidas e negócios começaram ali, sob a concha azul.
O “orelhão” não passou despercebido no mundo do design. Sua criação recebeu prêmios internacionais e virou até peça de museu, reconhecida como exemplo de utilidade aliada à estética.
Hoje, poucos resistem, quase decorativos, lembrando que a comunicação já foi uma experiência coletiva. E cada aparelho sobrevivente é testemunha de uma época em que falar exigia sair de casa, enfrentar a rua e, quem sabe, dividir a fila com desconhecidos que se tornariam personagens da própria vida.
Crédito: #Fotos e Fatos do Rio Antigo.

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