Em Santa Maria do Oeste, no Paraná, vive um gigante. Uma araucária monumental, símbolo do estado, com cerca de 35 metros de altura e 4,60 metros de circunferência. Seus galhos se estendem por até 15 metros, formando uma copa imponente que abriga vida, histórias e memórias. Ela não é apenas uma árvore é um marco natural que atravessou o tempo com dignidade.
Essa araucária resistiu aos maiores desafios da natureza e da ação humana: enfrentou raios, ventos fortes, incêndios e até motosserras. Enquanto suas companheiras caíam, ela permaneceu firme, assistindo à passagem das gerações e das estações com a serenidade de quem compreende seu papel na história.
Durante séculos, ofereceu abrigo, sombra, oxigênio e alimento. Seus pinhões alimentaram pessoas e animais. Em seus galhos pousaram gralhas-azuis, papagaios e inúmeras outras aves. Também sustentou parasitas, tornando-se um ecossistema completo e vivo. Na imaginação, ela percorre paisagens: passa por lavouras, cruza rios, observa estradas, silos e vilas, até alcançar a cidade, posso vê-la todos os dias da minha casa do norte, sul, leste ou oeste. Ela está sempre presente, como um farol verde que me conecta à terra e à história.
Agora, neste início de primavera, ela se renova mais uma vez. É um presente da natureza, um símbolo de resistência e beleza. Metade da sua história já foi vivida. A outra metade, eu contemplo com os meus próprios olhos. Essa araucária não é apenas uma árvore. É um patrimônio natural um tesouro que pertence a todos nós.

Nenhum comentário:
Postar um comentário