26 outubro 2025

Sobre o estádio Panathinaik[, na Grécia

Todo esculpido em mármore, ele abriu e encerrou a primeira Olimpíada da era moderna, o estádio renunciou ao tempo
Em Atenas, existe um lugar onde o passado não dorme.
Ali, entre colinas que já ouviram filósofos, poetas e guerreiros, ergue-se um estádio diferente de todos: o Panathinaikó, o único do mundo inteirinho construído em mármore branco.
Sua história começa lá atrás, no século IV antes de Cristo, quando os gregos celebravam os Jogos Panatenaicos em honra à deusa Atena. A multidão vibrava, atletas se superavam e a cidade pulsava cultura, fé e competição.
Séculos depois, no ano 144 d.C., ele renasceu maior, mais majestoso, todo esculpido em mármore, obra do rico patrono Herodes Atticus. Imagine só… 50 mil pessoas reunidas sob o sol da Grécia antiga, o mármore refletindo a luz como um mar de neve.
Mas o mundo mudou…
Com a chegada do cristianismo, antigos rituais foram abandonados, e o estádio silenciou. Suas arquibancadas, que um dia ecoaram glória, ficaram entregues ao tempo e ao esquecimento.
Até que, no século XIX, a terra foi removida… e o gigante de pedra despertou outra vez.
Foi ali que começaram os “Jogos de Zappas”, ensaios do que o mundo ainda nem sabia que estava para nascer: os Jogos Olímpicos Modernos.
E em 1896, o Panathinaikó viu o impossível acontecer, abriu e encerrou a primeira Olimpíada da era moderna, recebendo o mundo inteiro no berço da história.
No século XX, serviu a eventos, encontros, celebrações…
E quando Atenas voltou a ser sede dos Jogos Olímpicos em 2004, o velho estádio de mármore provou que o tempo não o venceu: recebeu novamente atletas, aplausos e a chegada oficial da maratona olímpica. 
Hoje, ele permanece ali, intacto, sereno, com capacidade para cerca de 45 mil pessoas, como se guardasse em cada bloco de mármore, a memória viva de cada era que atravessou.
Panathinaikó não é apenas um estádio.
É um monumento ao espírito humano.
Um palco onde o passado e o presente se cumprimentam, como velhos amigos que nunca deixaram de admirar um ao outro.
Se um dia fores a Atenas, sente-te nas arquibancadas…
Feche os olhos.
E ouça.
As vozes da história ainda ecoam lá dentro.

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