16 julho 2025

O papel da panturrilha no sistema circulatório

Estudos científicos nas áreas de angiologia, fisiologia e medicina cardiovascular vêm comprovando o papel fundamental da panturrilha no sistema circulatório. Conhecida tecnicamente como o "coração periférico" ou "segundo coração", a musculatura da panturrilha exerce uma função vital: impulsionar o sangue venoso das pernas de volta ao coração, auxiliando diretamente na prevenção de distúrbios circulatórios.
Quando o corpo está em movimento — caminhando, subindo escadas ou mesmo realizando pequenos alongamentos — os músculos da panturrilha se contraem e comprimem as veias profundas das pernas. Esse movimento cria uma “bomba muscular” que, em sincronia com as válvulas venosas unidirecionais, favorece o retorno sanguíneo ao centro do corpo. Isso é particularmente importante nas extremidades inferiores, onde o sangue precisa vencer a força da gravidade.
Pesquisas publicadas pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV) e corroboradas por estudos internacionais em fisiologia cardiovascular mostram que o enfraquecimento ou a inatividade dessa musculatura pode resultar em acúmulo de sangue, levando a condições como varizes, trombose venosa profunda (TVP), edemas e sensação de peso nas pernas.
A literatura médica reforça que pessoas que passam longos períodos sentadas ou em pé — como profissionais de escritório, motoristas ou balconistas — devem adotar medidas preventivas simples, como pausas regulares para andar, exercícios de flexão dos pés e alongamentos. Essas atitudes, ainda que pequenas, são altamente eficazes para estimular a bomba muscular da panturrilha e proteger a saúde cardiovascular como um todo.
No plano simbólico e espiritual, essa descoberta científica nos convida a uma reflexão mais profunda. Assim como o coração central pulsa por amor e vida, a panturrilha — esse "músculo invisível" — pulsa por movimento, equilíbrio e presença. Em silêncio, ela sustenta nossos passos, eleva nossa energia e ensina que, mesmo longe do centro, há forças periféricas que também salvam vidas. A saúde flui quando o corpo se move, e talvez, como em tudo na natureza, o segredo esteja em não parar.
Crédito: Branca Maria Mattos..

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