sábado, 27 de dezembro de 2008

Feitiço da Vila, com Elizeth Cardoso, é a música do dia

Elizeth Moreira Cardoso, ou Elizeth, A Divina, é considerada como uma das maiores intérpretes da canção brasileira e uma das mais talentosas cantoras de todos os tempos, reverenciada pelo público e pela crítica.
Nasceu na rua Ceará, no subúrbio de São Francisco Xavier, e cantava desde pequena pelos bairros da Zona Norte carioca, cobrando ingresso (10 tostões) das outras crianças para ouvi-la cantar os sucessos de Vicente Celestino. O pai, seresteiro, tocava violão e a mãe gostava de cantar.
Apesar da oposição inicial do pai, apresentou-se em 1936 no Programa Suburbano, ao lado de Vicente Celestino, Araci de Almeida, Moreira da Silva, Noel Rosa e Marília Batista. Na semana seguinte foi contratada para um programa semanal na rádio.
Além do choro, Elizeth consagrou-se como uma das grandes intérpretes do gênero samba-canção (surgido na década de 30).
Elizeth migrou do choro para o samba-canção e deste para a bossa nova, gravando em 1958 o LP Canção do Amor Demais, considerado axial para a inauguração deste movimento, surgido em 1957. O antológico LP trazia ainda, também da autoria de Vinícius de Moraes e Tom Jobim, Chega de saudade, Luciana, Estrada branca, Outra vez. A melodia ao fundo foi composta com a participação de um jovem baiano que tocava o violão de maneira original, inédita: o jovem João Gilberto.
Teve vários apelidos como A Noiva do Samba-Canção, Lady do Samba, Machado de Assis da Seresta, Mulata Maior, A Magnífica (apelido dado por Mister Eco) e a Enluarada (por Hermínio Bello de Carvalho). Nenhum desses títulos, porém, se iguala ao que foi consagrado por Haroldo Costa - A Divina - que a marcou para o público e para o meio artístico.
Elizeth Cardoso lançou mais de 40 LPs no Brasil e gravou vários outros em Portugal, Venezuela, Uruguai, Argentina e México.
A música de hoje, Feitiço da Vila composição do grande Noel Rosa, é uma homenagem ao meu saudoso pai, fã de carteirinha da Divina. Elizeth Cardoso ainda na fase do choro, canta, acompanhada por Jacob do Bandolim, outro expoente da música brasileira.


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