23 dezembro 2024

Como surgiu o transporte com containers?

Na década de 1950, um homem teve uma ideia que revolucionaria para sempre o transporte, o comércio internacional e a economia global: Malcom McLean, o inventor do contêiner de transporte.
Nascido nos Estados Unidos em 1913, McLean começou a trabalhar em um posto de gasolina e juntou dinheiro suficiente para comprar um caminhão usado em 1934, iniciando sua trajetória no setor de transportes.
À medida que sua empresa crescia, a frota de McLean se expandiu para mais de 1.700 caminhões com 32 filiais, tornando-a a segunda maior companhia de caminhões dos Estados Unidos em 1955, até sendo listada na Bolsa de Valores de Wall Street.
No entanto, McLean estava muito ciente das ineficiências do transporte marítimo. Na época, as mercadorias eram transportadas de forma avulsa em navios cargueiros, exigindo processos manuais demorados de carga e descarga nos portos. Esses atrasos frequentemente se estendiam por semanas, elevando drasticamente os custos de envio.
Um dia, enquanto observava esse processo em um porto em Nova Jersey, McLean teve um pensamento revolucionário: "E se meu caminhão pudesse ser carregado no navio de uma só vez, com toda a carga?"
Essa ideia mudaria o curso da história. Ele imaginou retirar a carroceria do caminhão e carregá-la diretamente nos navios. Para tornar esse conceito realidade, projetou contêineres metálicos com dimensões compatíveis com os reboques. Assim nasceu o contêiner de transporte.
No início, ninguém queria transportar essas grandes caixas. As empresas de transporte marítimo rejeitaram a ideia por considerá-la pouco prática. Determinado, McLean comprou a Pan-Atlantic Steamship Company, mais tarde renomeada como SeaLand, para implementar sua visão.
Em abril de 1956, McLean realizou a primeira remessa: 58 contêineres transportados de Newark a Houston em um antigo petroleiro da Segunda Guerra Mundial reformado para carregar contêineres.
Os resultados foram surpreendentes. McLean não apenas reduziu o tempo de envio, mas também transformou a logística de transporte de bens, passando de "porto a porto" para "porta a porta". Essa inovação reduziu a necessidade de mão de obra, o tempo de permanência nos portos e os custos de envio.
Em 1967, McLean conseguiu um contrato para transportar suprimentos militares ao Vietnã. Ele percebeu que, em vez de voltar com contêineres vazios, os navios poderiam parar no Japão e trazer produtos para os Estados Unidos, abrindo novas rotas comerciais com a Ásia.
Apesar de seu impacto profundo no mundo, a contribuição de McLean nunca foi plenamente reconhecida. Ele faleceu em 2001 e permanece relativamente desconhecido para o público em geral.
Em dezembro de 1999, a Maersk adquiriu o negócio internacional de contêineres da SeaLand. Em 2000, a Maersk Line adotou o nome comercial global Maersk SeaLand, consolidando o legado de McLean na indústria marítima.

22 dezembro 2024

Como um padre criou a canção de Natal mais amada de todos os tempos

Apesar de na língua portuguesa conhecermos a canção como “Noite Feliz”, a letra original diz “Noite silenciosa”.
Faz pouco mais de 200 anos desde que a melodia de uma das mais queridas músicas de Natal de todos os tempos foi escrita. Noite Feliz surgiu de forma inesperada, mas inteligente. Tudo por causa de um órgão que não estava funcionando direito!
Em 23 de dezembro de 1818, o Pe. Joseph Mohr, vigário da Igreja Católica de São Nicolau em Oberndorf, Áustria, assistiu a uma peça de Natal feita por um grupo de atores locais.
A performance deveria acontecer na igreja, mas foi transferida para a casa de outra pessoa porque o órgão da igreja não estava funcionando.
Depois da apresentação, Pe. Mohr voltou para casa contemplando o relato bíblico da história do nascimento de Jesus. Dessa vez, ele pegou uma rota alternativa, chegando ao topo de uma colina com vista para sua aldeia coberta de neve.
A serena vista da aldeia o fez lembrar de um poema que ele havia escrito dois anos antes sobre o Menino Jesus. Conta-se que isso o inspirou a transformar o poema em música, pensando que poderia virar uma boa canção para seus fiéis na véspera de Natal.
Então ele foi até o organista da paróquia, Franz Xaver Gruber. Como o órgão não estava funcionando, o poema precisou ser composto para o violão. Gruber criou a melodia em algumas horas e eles a cantaram pela primeira vez em 24 de dezembro de 1818 na Igreja Católica de São Nicolau.
Após consertar o órgão, algumas semanas depois, Karl Mauracher, um conhecido construtor de órgãos, pediu a Gruber para testá-lo. Ele tocou Noite Feliz, e Mauracher gostou tanto que a levou à sua aldeia de Kapfing.
Como resultado, os Rainers e os Strassers, que eram conhecidos cantores de família na época, ouviram a música e também amaram. Eles a adicionaram às suas apresentações de Natal, e ela foi se espalhando por toda a Europa.
Em 1834, as Irmãs Strasser tocaram a música para o rei Frederico William IV da Prússia, que então pediu que fosse tocada todos os anos pelo coro da Catedral na véspera de Natal.
Noite silenciosa
Apesar de na língua portuguesa conhecermos a canção como “Noite Feliz”, a letra original diz “Noite silenciosa”.
Pelo fato da nosssa versão ser um pouco diferente da criada pelo Pe. Mohr, aqui te apresentamos uma tradução mais literal que se aproxima do seu poema original.
Noite silenciosa, noite santa
Tudo dorme, os únicos acordados são
O venerável e santo Casal
Um Menino de cabelos encaracolados
Dorme em uma tranquilidade celestial.
Noite silenciosa, noite santa
Aos pastores foi feito o primeiro anúncio
Pelos Anjos. Aleluia,
Que foi ouvida em toda parte
Cristo, o Salvador, está aqui!
Cristo Salvador está aqui!
Noite silenciosa, santa noite
Filho de Deus, que sorriso
Brota dos Seus lábios divinos
Marcando a hora da nossa salvação,
Ó Cristo, no dia do teu nascimento!
Ó Cristo, no dia do teu nascimento!
Você conhecia esta história?
Fonte: pt.churchpop.com .

O que é o modelo de Lewis e como ele desvenda as culturas pelo mundo?

Por que um contrato assinado na Suíça é tratado como um pacto sagrado, enquanto na América do Sul ele muitas vezes vira um ponto de partida flexível? A resposta pode estar no Modelo de Lewis, uma abordagem fascinante para compreender as diferenças culturais e comportamentais entre povos de todo o mundo. 
Desenvolvido pelo linguista britânico Richard D. Lewis na década de 1990, o modelo divide as culturas em três grandes categorias: Linear-ativas, Multiativas e Reativas, com base em como as pessoas agem, interagem e tomam decisões.
O mundo em 3 categorias
O Modelo de Lewis apresenta uma padronização das culturas pelo mundo.
Essa ideia não surgiu por acaso. Lewis dedicou sua vida a estudar a cultura em mais de 135 países, coletando dados de executivos e profissionais em situações de negócios. O que ele percebeu foi simples, mas transformador: nossas ações e decisões estão profundamente enraizadas nas tradições e nos valores da sociedade em que crescemos. 
Ao invés de tentar classificar culturas por nacionalidade ou religião, ele optou por olhar para os comportamentos, oferecendo uma lente mais prática para quem precisa navegar no complexo mundo globalizado.
Os Linear-ativos, por exemplo, são organizados, orientados para tarefas e seguem planos meticulosos. Eles valorizam os fatos acima dos sentimentos e preferem resolver um problema de cada vez. Culturas como a da Alemanha, da Suíça e dos Estados Unidos encaixam-se bem aqui. Se você já trabalhou com alguém que tem uma agenda detalhada para tudo, sabe do que estamos falando.
Já os Multiativos, encontrados em países mediterrâneos, América Latina e algumas regiões do Oriente Médio, são o oposto. Eles adoram fazer várias coisas ao mesmo tempo, baseiam suas decisões na emoção e priorizam relacionamentos sobre tarefas. Se um italiano interrompe sua fala com gestos animados, ou um brasileiro sugere resolver tudo em uma conversa informal, não se trata de desorganização, mas de um jeito diferente de valorizar a interação humana.
Por fim, há os Reativos, que predominam na Ásia, especialmente no Japão e na China. Esses são os mestres da paciência e da escuta ativa. Para eles, o silêncio não é falta de opinião, mas respeito. Preferem reagir às ações do outro lado, buscando harmonia e evitando qualquer constrangimento. Eles não encaram contratos como algo fixo, mas como um ponto de partida a ser ajustado conforme necessário.
Sem estereótipos
Independentemente da técnica e do método, é importante não criar estereótipos.
Por sua simplicidade, o Modelo de Lewis evita a armadilha de criar estereótipos fixos. Ele reconhece que, embora cada cultura tenha características predominantes, há uma mistura de comportamentos nos indivíduos. 
Um engenheiro brasileiro pode ser mais linear em sua abordagem profissional, enquanto um executivo japonês pode demonstrar traços multiativos ao lidar com clientes ocidentais. O ponto central não é rotular, mas entender como esses padrões ajudam a prever reações, evitando mal-entendidos e promovendo colaboração.
E como isso se aplica no dia a dia? Para líderes empresariais, expatriados e até turistas curiosos, o modelo oferece uma bússola cultural. Saber que um contrato é quase "sagrado" para um alemão, mas pode ser renegociado com um sorriso por um colombiano, permite ajustar expectativas e estratégias. Mais do que isso, entender a lógica por trás dos comportamentos ajuda a construir empatia e respeito mútuo, essenciais em um mundo cada vez mais interconectado.
O Modelo de Lewis vai além de um manual de negócios. Ele é um lembrete de que nossas diferenças culturais não são barreiras, mas recursos. Cada grupo, com seus valores e hábitos, contribui para o mosaico humano de formas únicas. E, ao final do dia, independentemente de sermos lineares, multiativos ou reativos, todos precisamos uns dos outros.
Fonte: Mundo Curioso. um contrato assinado na Suíça é tratado como um pacto sagrado, enquanto na América do Sul ele muitas vezes vira um ponto de partida flexível? A resposta pode estar no Modelo de Lewis, uma abordagem fascinante para compreender as diferenças culturais e comportamentais entre povos de todo o mundo. Desenvolvido pelo linguista britânico Richard D. Lewis na década de 1990, o modelo divide as culturas em três grandes categorias: Linear-ativas, Multiativas e Reativas, com base em como as pessoas agem, interagem e tomam decisões. O mundo em 3 categorias O Modelo de Lewis apresenta uma padronização das culturas pelo mundo. Essa ideia não surgiu por acaso. Lewis dedicou sua vida a estudar a cultura em mais de 135 países, coletando dados de executivos e profissionais em situações de negócios. O que ele percebeu foi simples, mas transformador: nossas ações e decisões estão profundamente enraizadas nas tradições e nos valores da sociedade em que crescemos. Ao invés de tentar classificar culturas por nacionalidade ou religião, ele optou por olhar para os comportamentos, oferecendo uma lente mais prática para quem precisa navegar no complexo mundo globalizado. Os Linear-ativos, por exemplo, são organizados, orientados para tarefas e seguem planos meticulosos. Eles valorizam os fatos acima dos sentimentos e preferem resolver um problema de cada vez. Culturas como a da Alemanha, da Suíça e dos Estados Unidos encaixam-se bem aqui. Se você já trabalhou com alguém que tem uma agenda detalhada para tudo, sabe do que estamos falando. Já os Multiativos, encontrados em países mediterrâneos, América Latina e algumas regiões do Oriente Médio, são o oposto. Eles adoram fazer várias coisas ao mesmo tempo, baseiam suas decisões na emoção e priorizam relacionamentos sobre tarefas. Se um italiano interrompe sua fala com gestos animados, ou um brasileiro sugere resolver tudo em uma conversa informal, não se trata de desorganização, mas de um jeito diferente de valorizar a interação humana. Por fim, há os Reativos, que predominam na Ásia, especialmente no Japão e na China. Esses são os mestres da paciência e da escuta ativa. Para eles, o silêncio não é falta de opinião, mas respeito. Preferem reagir às ações do outro lado, buscando harmonia e evitando qualquer constrangimento. Eles não encaram contratos como algo fixo, mas como um ponto de partida a ser ajustado conforme necessário. Sem estereótipos Independentemente da técnica e do método, é importante não criar estereótipos. Por sua simplicidade, o Modelo de Lewis evita a armadilha de criar estereótipos fixos. Ele reconhece que, embora cada cultura tenha características predominantes, há uma mistura de comportamentos nos indivíduos. Um engenheiro brasileiro pode ser mais linear em sua abordagem profissional, enquanto um executivo japonês pode demonstrar traços multiativos ao lidar com clientes ocidentais. O ponto central não é rotular, mas entender como esses padrões ajudam a prever reações, evitando mal-entendidos e promovendo colaboração. E como isso se aplica no dia a dia? Para líderes empresariais, expatriados e até turistas curiosos, o modelo oferece uma bússola cultural. Saber que um contrato é quase "sagrado" para um alemão, mas pode ser renegociado com um sorriso por um colombiano, permite ajustar expectativas e estratégias. Mais do que isso, entender a lógica por trás dos comportamentos ajuda a construir empatia e respeito mútuo, essenciais em um mundo cada vez mais interconectado. O Modelo de Lewis vai além de um manual de negócios. Ele é um lembrete de que nossas diferenças culturais não são barreiras, mas recursos. Cada grupo, com seus valores e hábitos, contribui para o mosaico humano de formas únicas. E, ao final do dia, independentemente de sermos lineares, multiativos ou reativos, todos precisamos uns dos outros. Fonte: Mundo Curioso.

Invenções nada ocidentais

Muitas invenções que consideramos fruto da ciência ocidental já existiam em outras culturas.
Atualmente, vários estudos antropológicos atestam que o ideal de superioridade pregado no interior da cultura Ocidental não condiz com as análises comparatórias feitas entre os nossos costumes e os costumes de outras civilizações. Contudo, muitos ainda se apegam no fato de que vários intelectuais, cientistas e pensadores do Ocidente foram os grandes responsáveis pela concepção de teorias, máquinas e conceitos que nos garantiria uma posição, no mínimo, singular.
Se essa for a última fagulha que mantém acesa o sentimento de superioridade do homem ocidental, podemos dizer que algumas descobertas históricas também contrariam esse argumento. Diversos pesquisadores da Antiguidade Oriental vêm apontando que outras culturas, muito antes dos ocidentais, tiveram a capacidade de produzir conhecimento muito próximo ao postulado deixado por grandes figuras da Grécia Antiga, da Renascença ou do Iluminismo.
No século XV, o alemão Johannes Gutemberg foi responsável pelo desenvolvimento da tipografia. Por meio dessa descoberta ampliou as possibilidades de divulgação do conhecimento científico da Europa moderna. Contudo, quatro séculos antes, o chinês Pi Sheng desenvolveu um sistema que permitia a impressão de caracteres em uma base de papel. Considerando a enorme complexidade da escrita chinesa, podemos concluir que o desafio do inventor alemão foi bem mais simples.
A geometria, tão importante para o desenvolvimento das ciências exatas, foi amplamente discutida e teorizada entre os sábios filósofos gregos. Entre os mais conhecidos matemáticos dessa época estava Pitágoras, que descobriu o famoso teorema que definiu a relação existente entre os lados do triângulo retângulo. Antes dele, os antigos babilônios também concluíram que no triângulo de 90 graus, a soma dos quadrados dos lados menores era equivalente ao quadrado do lado maior.
Um raio, caindo ou não no mesmo lugar, amedronta muitas pessoas durante uma grande tempestade. Por isso, no século VII – muito antes do cientista norte-americano Benjamin Franklin – os índios anazasi, oriundos do atual estado do Novo México, descobriram a funcionalidade do para-raios. Contudo, ao invés de empinar uma pipa no meio de uma tempestade, estes astutos indígenas perceberam que objetos pontiagudos em lugares elevados poderiam conter a descarga elétrica de um raio.
Na passagem da Idade Média para a Idade Moderna, o desenvolvimento da economia mercantil levou várias nações europeias a ampliarem seus ganhos por meio da descoberta de novas rotas marítimas. Tal desafio só foi possível com a ação dos cartógrafos e astrônomos que conseguiam definir a rota das viagens pelo mar e a localização das terras. Por volta do século XVII, os europeus faziam seu primeiro mapa-múndi, que já fora inventado anteriormente pelos chineses, por volta de 1374.
Através dessas informações curiosas e pouco conhecidas, podemos notar que o ideal de superioridade intelectual da civilização ocidental não possui nenhum tipo de argumentação consistente. Mais importante do que resolver quem descobriu algo, esse tipo de curiosidade científica nos permite olhar com mais interesse e respeito os povos que não partilham valores semelhantes aos nossos.
Por Rainer Sousa
Mestre em História
Fonte: UOL - Mundo Educação.

Deixar de nhenhenhém

Ao longo de sua história, a formação da cultura brasileira foi resultado de um dinâmico processo de empréstimos, trocas e reelaborações. Muitos nem imaginam, por exemplo, que o vocabulário da nossa língua seja influenciado por uma numerosa lista de termos de origem indígena. 
Em alguns casos, algumas expressões passam completamente despercebidas pelos falantes do “português brasileiro”. 
Quando reclamamos que alguém deveria “deixar de nhenhenhém”, talvez por impaciência ou simples desconhecimento, nem suspeitamos da influência do tupi nessa expressão. Do ponto de vista etimológico, a palavra “nhenhenhém” consiste em um aportuguesamento dos verbos tupis “nhe’eng” (que significa falar) e “nheéng nheéng” (que sugere a ação de “insistir” ou “teimar”). 
Ao entrarem em contato com os portugueses, os índios do litoral brasileiro não compreendiam uma só vírgula da língua utilizada pelos estrangeiros. Da mesma forma, os portugueses demoraram certo tempo para que pudessem compreender o universo de significados da língua dos nativos. Nesse meio tempo, é bem provável que alguns índios daquela época não ficavam muito interessados em perderem seu tempo com o “nheeng-nheeng-nheeng” (falar-falar-falar) dos colonizadores europeus. 
De forma semelhante aos índios daquela época, ficamos irritados quando somos obrigados a aturar horas a fio uma conversa, discurso ou palestra pouco interessante. Como se ouvíssemos uma língua completamente desconhecida, transformamos aquela fala prolixa em um irritante amontoado de sons sem sentido. Portanto, clareza e objetividade se tornam essenciais para que o ato comunicativo não vire um enfadonho “nhenhenhém”. 
Por Rainer Sousa. 
Fonte: UOL - Brasil Escola.

21 dezembro 2024

Curiosidades sobre as bananas

A maioria das bananeiras cultivadas se reproduz de forma assexuada, por propagação vegetativa, a partir de seu rizoma, que é um tipo de caule subterrâneo, de crescimento horizontal, e que geralmente desenvolve folhas. O conjunto de várias dessas folhas forma o que popularmente, à primeira vista, chamamos de caule da bananeira.
Cada “caule” é capaz de formar ramos de flores que, sem que haja fecundação de seus ovários, formam bananas, reunidas em um cacho. Assim, esse fruto é classificado como partenocárpico; e aqueles pontinhos pretos que encontramos em seu interior são óvulos não fecundados, e não sementes, como algumas pessoas acreditam.
A vantagem de essas plantas se desenvolverem assim, além da ausência de sementes nas bananas, consiste no fato de que as mesmas crescem e dão frutos mais rapidamente. A desvantagem é que, por serem idênticas à planta-mãe, se a mesma possuir alguma anomalia, elas também a terão...
Agora que você já conhece algumas particularidades dessa planta, vamos para mais uma curiosidade: você sabe o porquê desse fruto amadurecer tão rapidamente?
A resposta é a seguinte: a banana libera um hormônio vegetal chamado etileno. Esse gás é responsável por acelerar a maturação do fruto. Assim, se deixamos muitas bananas reunidas, ou colocarmos esse fruto, ainda verde, em recipiente fechado; os mesmos amadurecerão rapidamente, em virtude da ação do etileno. Quanto a isso, uma curiosidade é que a banana-prata é a que fica madura com mais facilidade, justamente pela alta liberação desse hormônio vegetal, após a sua colheita.
A banana é rica em carboidratos, sais minerais e vitaminas; e possui poucos lipídios. Sua composição faz com que seja um alimento muito saudável, capaz de:
- Prevenir a depressão, já que possui triptofano, capaz de estimular a produção de serotonina;
- Regular a glicose sanguínea, graças à vitamina B6;
- Prevenir a anemia, porque contém ferro;
- Reduzir os riscos de derrame, e a pressão alta, por conter potássio;
- Regular o intestino, graças às suas fibras e lipídios.
- Aliviar azias e enjoo, agindo como antiácido natural.
Além disso, para muitos adeptos da medicina alternativa, sua casca pode ser aplicada diretamente na pele, para acelerar a cicatrização de machucados, picadas de mosquitos, e para a eliminação de verrugas. Essa parte da banana também pode ser utilizada na culinária, para a fabricação de doces, bolos, pães e alimentos salgados.
Interessante, não?
Mariana Araguaia
Graduada em Biologia
Fonte: UOL - Brasil Escola.

Comportamentos de pessoas inteligentes

As pessoas mais inteligentes costumam ter esses 10 comportamentos. Se você também tem, sua inteligência é acima da média
Existe a possibilidade de ser mais inteligente? A verdade é que sim, porque a inteligência não é um dom inato. É algo que podemos cultivar e desenvolver, e não estamos falando apenas de inteligência emocional, mas de todos os tipos de inteligência. A criatividade, por exemplo, nos permite pensar de forma diferente e superar padrões convencionais.
Se prestarmos atenção a pesquisas, como a da Universidade de Cambridge, que está incluída no livro "The Cambridge Handbook of Intelligence", elas sugerem que a inteligência pode ser um fator intrínseco da personalidade. 
Lá, vários neurocientistas enfatizam que muitos traços de personalidade envolvem diretamente processos e habilidades cognitivas, o que significa que para regular o comportamento e agir, usamos indiretamente a inteligência, embora o QI e a personalidade sejam medidos de forma diferente. 
Esses pesquisadores demonstraram que é possível medir a inteligência através da personalidade e que separá-las é um erro porque nossas emoções dependem de nossa capacidade de refletir, relacionar-nos e nos satisfazer.
Segundo a equipe da Universidade de Cambridge, existe uma correlação entre o QI e outros traços de personalidade e, após seu estudo teórico e prático, os especialistas encontraram alguns comportamentos comuns que se repetiam em pessoas com inteligência acima da média.
1 - Eles são bagunçados 
Um QI elevado, isto é, uma inteligência elevada, correlaciona-se com a ordem, mas de um ponto de vista negativo. As pessoas mais inteligentes costumam ser bagunceiras. De acordo com este estudo da psicóloga Kathleen Vohs, uma mesa bagunçada estimula a criatividade. 
Eles sabem onde está tudo, e esse “caos ordenado” ajuda você a ter ideias mais inteligentes e inovadoras, dando-lhe as ferramentas necessárias para lidar com o seu dia a dia de forma mais eficaz.
2 - Eles sabem como organizar 
Pode parecer que o primeiro comportamento e este sejam exclusivos, mas embora sejam desordenados, as pessoas mais inteligentes também sabem se organizar. A razão é que certos aspectos da inteligência são influenciados pela memória de trabalho ou memória operacional, uma capacidade cognitiva que, segundo estudos, está relacionada com certas funções cognitivas complexas, como raciocínio, planejamento ou tomada de decisão. 
3 - Eles têm maior estabilidade emocional e autocontrole 
As pessoas mais inteligentes são capazes de regular seus estados emocionais usando apenas as ferramentas que seu cérebro lhes fornece. Eles não precisam de validação externa nem têm medo de ficar sozinhos. Ao regular corretamente suas emoções, suas ações são orientadas para a mudança e o aprendizado.
Isto também se traduz em um maior autocontrole, capacidade que, aliada a um melhor planejamento a longo prazo, nos permite ter a visão para construir um futuro melhor e saber o que é preciso fazer para atingir os nossos objetivos. 
Mais uma vez, um estudo publicado na Frontiers in Psychology, que explora o conceito de autoconhecimento, descobriu que havia uma correlação significativa entre inteligência emocional e auto eficácia. Ou seja, aquelas pessoas com mais inteligência tendem a ter maior autoconfiança e auto eficácia.
4 - Eles não são muito sociáveis ​​e gostam da solidão
Ter grande inteligência emocional não significa que tenhamos que ser sociáveis. Existem muitas pessoas introvertidas e com habilidades sociais e pessoas que, apesar das habilidades sociais, preferem ficar sozinhas e desacompanhadas. 
Alguém com grande inteligência não teme a solidão e, segundo vários estudos, pessoas com maior inteligência preferem passar mais tempo sozinhas. 
5 - Eles são líderes natos
Ter um alto nível de inteligência nos permite fazer uma melhor análise situacional. Além disso, o pesquisador Fred Fiedler desenvolveu o modelo contingencial, segundo o qual a eficácia do líder é determinada pelo estilo de liderança e pelo controle situacional. 
Uma pessoa mais inteligente é capaz de fazer as perguntas certas, ouvir as respostas e compreender as necessidades da sua equipe, o que lhe permite ser líderes natos.
6 - Eles sabem como se fazer entender 
Seguindo a linha anterior, uma pessoa com mais inteligência pode ser boa em comunicação. Indivíduos inteligentes ouvem e compreendem outros pontos de vista, e por também possuírem elevada inteligência verbal, podem potencialmente ser bons comunicadores, algo que pode ou não ser desenvolvido. Eles têm as ferramentas necessárias para fazer isso.
7 - Eles são persistentes 
A persistência é uma competência psicológica que nos ajuda a enfrentar as adversidades e é uma das ferramentas necessárias para alcançar o sucesso e aumentar a nossa autoestima. Poderíamos dizer que é o motor psicológico que nos impulsiona à ação mesmo nos momentos mais complicados. 
O psicólogo especializado em inteligência Alfred Binet afirmou que “inteligência é a capacidade de tomar e manter uma determinada direção, adaptar-se a novas situações e ter a capacidade de criticar as próprias ações”. 
8 - Eles estão comprometidos com seu aprendizado
Alguém que é mais inteligente que a maioria, busca continuar aprendendo todos os dias e alimenta incansavelmente sua curiosidade, e até parece ter uma inclinação natural para incentivar o aprendizado. 
9  - Eles são criativos 
Relacionado ao comportamento anterior, descobrimos que pessoas com mais inteligência também são curiosas. O psicólogo Scott Shigeoka afirma que quando nos incentivamos a entender por que as coisas acontecem e como acontecem, como explica em seu livro ‘Seek: How Curiosity Can Transform Your Life and Change the World’, estamos trabalhando em nossa inteligência.
10 - Eles são mentalmente rápidos 
Velocidade de processamento é uma capacidade cognitiva que é definida como o tempo que uma pessoa leva para realizar uma tarefa mental, tendo a ver com a velocidade com que uma pessoa capta e reage à informação recebida.
Ou seja, é o tempo que levamos para receber um estímulo, seja ele qual for, e a resposta que emitimos. Esta capacidade está intimamente ligada à capacidade de processar informações, sejam elas verbais, visuais e/ou espaciais, de forma rápida, automática e eficiente.
Fonte MSN - História de Elissandra Silva.

20 dezembro 2024

De meia-tigela

Essa expressão tem gênese ligada à ordenação social do mundo feudal.
Expressão de sentido degradante, “de meia-tigela” é um termo usualmente dirigido contra alguém com o intuito de desqualificar as suas habilidades. Apesar de não ser tão usual nos dias de hoje, essa designação nos conta uma interessante história sobre algumas transformações que aconteciam em Portugal durante a Idade Média. Foi nesse momento que a gíria de sentido fortemente depreciativo foi concebida.
No mundo feudal, a propriedade de terras era o mais importante meio de produção existente. Não por acaso, todo aquele que tinha terras sobre o seu controle ocupava a distinta e privilegiada posição de senhor feudal. Neste posto, um proprietário de terras poderia conduzir uma população de servos que trabalharia em suas terras e pagaria pelo seu uso com a doação de parte da produção agrícola. Em contrapartida, o senhor feudal deveria se ocupar de meios para ampliar e proteger suas propriedades de alguma invasão.
Temendo que a extensão de suas terras diminuísse com o passar das gerações, vários senhores feudais concediam os seus direitos de herança ao seu filho primogênito. Com isso, os demais integrantes da prole do nobre ficavam à mercê de alguma atividade ou posto eclesiástico que lhes garantisse o sustento. Em alguns casos, a busca por um casamento vantajoso, a realização de assaltos nas estradas ou o sequestro de algum grande proprietário.
Foi justo nesse processo de exclusão sócio-econômica que a nossa “maldosa” expressão passou a ganhar a boca de vários castelos medievais lusitanos. Todo aquele filho de nobre que não herdava terras era conhecido como “fidalgo de meia-tigela”. Isso porque ele também era proibido de participar de um importante banquete, ritual onde se fazia a quebra de todos os pratos, louças e tigelas que serviam as refeições. Por fim, sobrava ao pobre filho de nobre os restos de sua posição social, ou seja, as meias-tigelas.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Fonte:  UOL - Brasil Escola.

A história dos balões dirigíveis

Um balão dirigível é uma aeronave mais leve do que o ar, que pode ser controlada por um condutor. Os balões dirigíveis sustentam-se no ar através de uma grande cavidade que é preenchida com um gás menos denso do que o da atmosfera, como o gás hélio ou hidrogênio, dessa forma o balão sobe lentamente. Como o próprio nome já diz, “dirigíveis” são balões manobrados pelo homem.
Veja um pouco da história dos enormes balões dirigíveis:
• No ano de 1782, os irmãos Montgolfier montaram o primeiro balão destinado ao vôo, era um artefato constituído por um grande invólucro de seda, o qual possuía uma abertura em sua parte inferior.
• Também no ano de 1782, Jacques Charles usou hidrogênio para encher um balão que projetou e voou a uma distância de 25 Km entre Paris e uma pequena cidade dos arredores. O hidrogênio é 14 vezes menos denso que o ar.
• No ano de 1804, Joseph Gay-Lussac conseguiu a façanha de alcançar a altitude de 7 Km, aproveitando a oportunidade ele colheu amostras naquela altitude para fazer estudos.
• Só no início do século XX surgiram balões destinados ao transporte de passageiros: os grandes Zeppelins, competindo com os mais luxuosos transatlânticos, um destes balões fez a volta ao mundo em outubro de 1929.
• Em 1937, infelizmente um desses balões movido a gás hidrogênio, o Hindenburg, explodiu e provocou um incêndio de grandes proporções, o acidente pôs fim a esse curioso meio de transporte.
Nos dias atuais utiliza-se o gás Hélio nos balões para estudo do clima e da atmosfera (balões meteorológicos) e de publicidade, pois são menos perigosos.
Publicado por Líria Alves de Souza
Fonte:  UOL - Mundo Educação.

A evolução do sumô: do ritual xintoísta ao esporte moderno

O sumô, ícone da cultura japonesa, começou sua trajetória como um ritual sagrado há mais de 1.500 anos, dedicado a agradar os deuses e garantir boas colheitas. Hoje, é um esporte de competição altamente técnico e cercado por uma tradição rica, mas o caminho entre suas raízes espirituais e sua forma contemporânea é repleto de história, curiosidades e transformação.
Processo histórico
Originalmente, o sumô fazia parte das práticas religiosas xintoístas, sendo um meio de adoração e gratidão aos kami (deuses) pelas colheitas abundantes. Mitologias japonesas narram que a primeira luta de sumô aconteceu entre duas divindades para determinar quem governaria o arquipélago. 
Mais tarde, o esporte ganhou espaço entre os mortais, com relatos históricos apontando a primeira luta registrada em 23 a.C., onde Nomi no Sukune, considerado o “fundador do sumô”, derrotou seu oponente com força letal.
Apesar dessas origens violentas, o sumô evoluiu para um esporte mais organizado e cerimonial. No período Edo (1603–1868), ele se tornou uma prática profissional, realizada para arrecadar fundos para santuários e templos.
Foi nessa época que o esporte começou a conquistar as massas, deixando de ser exclusividade da nobreza e ganhando popularidade entre o povo. A formalização do sumô incluiu a criação de estábulos de treinamento, os heya, onde os lutadores, chamados rikishi, vivem e treinam até hoje.
No entanto, o sumô quase desapareceu no século 19, com a crescente influência ocidental e as transformações sociais no Japão. Ele foi considerado ultrapassado, mas a iniciativa do imperador Meiji em promover torneios populares resgatou o esporte como símbolo nacional. O sumô foi então abraçado como uma expressão da identidade japonesa, especialmente em tempos de nacionalismo crescente.
Origem espiritual e regras
As cerimônias do sumô, por sua vez, continuam a refletir suas raízes espirituais. Antes de cada luta, rituais como o shiko (levantar as pernas e pisar forte) e a purificação do ringue com sal são realizados, simbolizando a proteção contra espíritos malignos e a busca por bênçãos divinas. Dentro do dohyo — um ringue circular de argila — os rikishi se enfrentam sob regras claras: vencer é forçar o adversário para fora do círculo ou fazer com que qualquer parte do corpo dele, além dos pés, toque o chão.
Curiosamente, o sumô não possui categorias de peso, permitindo embates desiguais que testam não só força bruta, mas também agilidade e estratégia. Existem 82 técnicas oficiais de vitória, conhecidas como kimarite, que demonstram a complexidade técnica do esporte. 
Por outro lado, o estilo de vida dos lutadores é igualmente fascinante: eles vivem sob uma disciplina rigorosa, treinando e compartilhando refeições ricas em calorias, como o famoso chanko-nabe, um ensopado nutritivo que sustenta seus corpos robustos.
No século XX, o sumô evoluiu com a fundação da Associação Japonesa de Sumô, a organização de torneios populares e rivalidades que dominaram a mídia. O esporte ganhou notoriedade global por meio de turnês internacionais, mantendo-se símbolo nacional enquanto atrai lutadores estrangeiros ao circuito.
Ao longo dos séculos, o sumô manteve sua essência cerimonial, enquanto se adaptava às mudanças sociais e culturais. É essa combinação de espiritualidade, técnica e espetáculo que continua a atrair milhões de fãs em todo o mundo, consolidando o sumô como muito mais do que um esporte: um verdadeiro patrimônio cultural do Japão.
Fonte: Mega Curioso.