23 dezembro 2024

A cidade com maior número de habitantes, no mundo

Existe uma cidade no mundo que abriga 32 milhões de pessoas e que quase ninguém ouviu falar
Por Lucas Rabello
No coração do sudoeste da China, encontra-se uma metrópole que desafia os conceitos convencionais de planejamento urbano – Chongqing, uma mega cidade com uma população de 32 milhões de pessoas espalhadas por uma área de 82.403 km², tornando-a maior que o estado do Rio de Janeiro.
A transformação de Chongqing na maior cidade propriamente dita do mundo começou em 1997, quando o governo chinês implementou um plano estratégico de expansão. Conforme documentado pelo YouTuber PPPeter em sua exploração da cidade, as autoridades incorporaram três distritos significativos – Fuling, Wanxian e Quanjiang – à área urbana existente. “Para impulsionar a economia e tornar a administração mais eficiente, o governo chinês adicionou os distritos de Fuling, Wanxian e Quanjiang a Chongqing”, explicou ele aos seus milhões de seguidores.
A extraordinária densidade populacional da cidade exigiu abordagens inovadoras de desenvolvimento urbano, resultando em uma paisagem arquitetônica multi-nível que frequentemente confunde tanto visitantes quanto moradores. Esse desenvolvimento vertical singular criou um cenário urbano onde determinar o verdadeiro nível do solo se tornou um desafio intrigante.
O criador de conteúdo no TikTok, Jackson Lu, documentou suas experiências diárias navegando por esse labirinto vertical. Seu trajeto até o trabalho revela a engenhosidade arquitetônica da cidade, com trens que passam por dentro de prédios residenciais e rodovias multi-níveis empilhadas umas sobre as outras. “O trem passa casualmente por dentro de um prédio residencial e, aqui, ele atravessa outro prédio residencial, porque não?”, compartilhou Lu com seus seguidores.
Em um exemplo particularmente impressionante da natureza vertical da cidade, Lu encontrou-se em uma área comunitária que parecia estar no nível do solo, apenas para descobrir que ele estava, na verdade, “no 22º andar do meu prédio de escritórios.” A vista para baixo revelou rodovias e ruas a profundidades vertiginosas, destacando a extrema integração vertical que caracteriza a paisagem urbana de Chongqing.
A cidade tem atraído atenção internacional crescente, com clipes virais em redes sociais mostrando viajantes tentando navegar por seus múltiplos níveis. Esses vídeos frequentemente mostram visitantes em tentativas frustradas de localizar o verdadeiro nível do solo, já que cada nível aparenta ser a base, mas revela outras camadas abaixo.
A estética cyberpunk de Chongqing, combinada com sua escala sem precedentes e complexidade arquitetônica, tem atraído inúmeros influenciadores e criadores de conteúdo que buscam documentar e compartilhar suas experiências nesse ambiente urbano único. A cidade se destaca como um exemplo de como a rápida urbanização e o crescimento populacional podem levar a soluções inovadoras no planejamento e desenvolvimento urbano.
Essa vasta extensão urbana, embora relativamente desconhecida para muitos fora da China, continua a funcionar como um laboratório vivo para o desenvolvimento urbano vertical, onde conceitos tradicionais de planejamento urbano são constantemente desafiados e redefinidos pela necessidade de acomodar milhões de residentes em um ambiente denso e multi-camadas.

15 fatos interessantes que talvez você não saiba, sobre a França

1. A França é o país mais visitado do mundo, atraindo mais de 80 milhões de turistas por ano, graças à sua rica cultura, história, arte e belas paisagens.
2. O francês é a língua oficial da França, mas o país abriga várias línguas regionais, incluindo o bretão, occitano e o corso, algumas das quais foram faladas há séculos.
3. A Torre Eiffel, um dos marcos mais icônicos do mundo, foi originalmente concebida para ser uma estrutura temporária para a Feira Mundial de 1889 e quase foi desmantelada depois.
4. A França é conhecida pelo seu vinho, e é um dos maiores produtores de vinho do mundo. O país tem várias regiões vinícolas de renome, incluindo Bordeaux, Borgonha e Champanhe.
5. O Museu do Louvre em Paris é o maior museu de arte do mundo e lar da famosa "Mona Lisa" de Leonardo da Vinci, que é considerada uma das obras de arte mais visitadas globalmente.
6. A França abriga mais de 40.000 castelos, incluindo o mundialmente famoso Château de Versalhes, um símbolo da herança real e da grandeza da França.
7. A Revolução Francesa, que começou em 1789, levou ao estabelecimento da Primeira República Francesa e influenciou significativamente o desenvolvimento dos princípios democráticos modernos.
8. A França tem a sua própria cultura de queijo distinta, com mais de 1.000 variedades de queijo produzidas em todo o país, desde Brie cremoso até Roquefort pungente.
9. O país é um pioneiro na moda, e Paris é considerada a capital mundial da moda, lar de casas de moda prestigiadas como Chanel, Louis Vuitton e Dior.
10. A cozinha francesa é famosa em todo o mundo, e foi adicionada à lista de Património Cultural Imaterial da UNESCO, enfatizando o seu significado cultural e a arte envolvida na sua preparação.
11. A França tem a fronteira mais longa da Europa, compartilhando fronteiras com a Bélgica, Luxemburgo, Alemanha, Suíça, Itália, Espanha, Mónaco, Andorra e o Oceano Atlântico.
12. A Revolução Francesa levou à criação do sistema métrico, que a França introduziu pela primeira vez no século XVIII e agora é usado em todo o mundo.
13. A França tem uma rica história literária, com autores renomados como Victor Hugo, Albert Camus e Marcel Proust contribuindo para a literatura mundial.
14. O Palácio de Versalhes, Património Mundial da UNESCO, é conhecido pelos seus magníficos jardins, o Salão dos Espelhos, e pelo seu papel como a residência real da monarquia francesa antes da Revolução.
15. A França tem uma variedade de festivais únicos ao longo do ano, incluindo o famoso Festival de Cannes, que celebra o cinema e atrai estrelas de todo o mundo.

Cachoeira vermelha?

No coração da Antártica, a natureza cria uma visão incrível: uma cachoeira vermelha fluindo através do gelo perene da geleira Taylor.
Este fenômeno, conhecido como Blood Falls, é ainda mais fascinante do que parece. 
Sua cor intensa não se deve apenas ao ferro oxidado, mas a pequenas esferas de ferro criadas por minúsculas bactérias que vivem em um lago salgado escondido sob a geleira.  
Quando esta água atinge a superfície e encontra o oxigénio, adquire uma cor vermelha tão intensa que parece irreal na paisagem antártica.
A cachoeira continua a fluir mesmo em temperaturas abaixo de zero, criando um espetáculo único no mundo onde a ciência e a beleza se unem em uma obra-prima natural.  
E pensar que este incrível ecossistema poderia nos dar pistas sobre possíveis formas de vida em outros planetas, como Marte.  
A natureza sempre nos surpreende e sabe superar a nossa imaginação!

Você conhece a ponte do Shaharah?

A Ponte do Shaharah foi construída no Iêmen no século XVII e embora pareça uma ponte comum à primeira vista, há histórias interessantes associadas a ela.  
Diz-se que a estrutura foi projetada de tal forma que poderia desabar em poucos minutos se os otomanos tentassem conquistar a área.  
Ao mesmo tempo, ofereceu uma solução prática para um problema antigo.
A ponte atravessa um desfiladeiro de 300 metros de profundidade entre duas montanhas e ainda é usada pelos cidadãos das aldeias vizinhas.  
Está localizada nas montanhas Ahnum, no noroeste do Iêmen, na província de Amran, a cerca de 140 quilômetros da capital Sana'a....
O Iêmen é um dos centros de civilização mais antigos do mundo.  
O país está localizado na extremidade inferior da Península Arábica.  Embora a maior parte da península seja seca, o Iêmen é fértil e recebe chuvas regulares.  
Desde muito cedo, o país serviu como rota comercial natural entre os reinos da África Oriental e do Médio Oriente.  
Evidências arqueológicas mostram que grandes assentamentos nas montanhas do norte do Iêmen existiram desde pelo menos 5.000 aC.
Antes do início da guerra civil no Iêmen, a Ponte Shaharah era uma das atrações turísticas mais populares para aventureiros dispostos a fazer uma árdua jornada para vê-la.  
Com o tempo, ganhou o apelido de “Ponte dos Suspiros” porque a visão desta simples ponte de pedra que une duas montanhas deixou os espectadores sem palavras.

Fios minúsculos das bananas têm esta função única

É por isso que as bananas têm esses fios minúsculos sobre elas. Eles incomodam quando a casca amarela de uma banana é retirada. Correndo verticalmente ao longo do fruto, precisam ser removidos com cuidado. Eles ficam pendurados, moles, na polpa de bananas maduras, mas agarram-se firmemente às menos maduras. De qualquer forma, ninguém os quer de verdade. Estamos falando dos "feixes de floema," o termo mais científico para esses fios brancos irritantes nas bananas.  Primeiramente, esses fios encontrados nas bananas são chamados de "feixes de floema." O floema de uma planta assegura o transporte de nutrientes das folhas para os frutos. Os floemas são cruciais para o crescimento e a saúde das plantas. Como os fios são comestíveis, eles têm outra função além de simplesmente fazer parte da banana!  
Não é necessário remover o floema antes de consumir uma banana. Se ao menos esses fios tivessem um pouco mais de sabor... Em teoria, os cientistas afirmam que o floema não é essencial para o desenvolvimento das bananas. Contudo, como as doenças frequentemente destroem as bananas, é muito mais importante criar bananas resistentes a doenças.  
Os floemas são, na verdade, bastante benéficos, mesmo que não sejam muito saborosos—ou talvez você esteja sonhando! Não apenas são essenciais para o desenvolvimento das bananas, mas também são uma excelente fonte de potássio, fibras, vitamina A e vitamina B6. Após a colheita da banana, essas vitaminas permanecem em seu floema, tornando o fruto excepcionalmente rico em nutrientes.  
Um novo estudo revelou que bananas com manchas marrons são muito mais saudáveis do que as que não têm. Portanto, sem dúvida, essas são as que devemos consumir. Comer uma banana muito madura pode trazer benefícios inesperados. Muitos benefícios à saúde têm sido associados ao consumo de bananas levemente amarronzadas.
Fonte: Dicas para casa e jardim.

Como surgiu o transporte com containers?

Na década de 1950, um homem teve uma ideia que revolucionaria para sempre o transporte, o comércio internacional e a economia global: Malcom McLean, o inventor do contêiner de transporte.
Nascido nos Estados Unidos em 1913, McLean começou a trabalhar em um posto de gasolina e juntou dinheiro suficiente para comprar um caminhão usado em 1934, iniciando sua trajetória no setor de transportes.
À medida que sua empresa crescia, a frota de McLean se expandiu para mais de 1.700 caminhões com 32 filiais, tornando-a a segunda maior companhia de caminhões dos Estados Unidos em 1955, até sendo listada na Bolsa de Valores de Wall Street.
No entanto, McLean estava muito ciente das ineficiências do transporte marítimo. Na época, as mercadorias eram transportadas de forma avulsa em navios cargueiros, exigindo processos manuais demorados de carga e descarga nos portos. Esses atrasos frequentemente se estendiam por semanas, elevando drasticamente os custos de envio.
Um dia, enquanto observava esse processo em um porto em Nova Jersey, McLean teve um pensamento revolucionário: "E se meu caminhão pudesse ser carregado no navio de uma só vez, com toda a carga?"
Essa ideia mudaria o curso da história. Ele imaginou retirar a carroceria do caminhão e carregá-la diretamente nos navios. Para tornar esse conceito realidade, projetou contêineres metálicos com dimensões compatíveis com os reboques. Assim nasceu o contêiner de transporte.
No início, ninguém queria transportar essas grandes caixas. As empresas de transporte marítimo rejeitaram a ideia por considerá-la pouco prática. Determinado, McLean comprou a Pan-Atlantic Steamship Company, mais tarde renomeada como SeaLand, para implementar sua visão.
Em abril de 1956, McLean realizou a primeira remessa: 58 contêineres transportados de Newark a Houston em um antigo petroleiro da Segunda Guerra Mundial reformado para carregar contêineres.
Os resultados foram surpreendentes. McLean não apenas reduziu o tempo de envio, mas também transformou a logística de transporte de bens, passando de "porto a porto" para "porta a porta". Essa inovação reduziu a necessidade de mão de obra, o tempo de permanência nos portos e os custos de envio.
Em 1967, McLean conseguiu um contrato para transportar suprimentos militares ao Vietnã. Ele percebeu que, em vez de voltar com contêineres vazios, os navios poderiam parar no Japão e trazer produtos para os Estados Unidos, abrindo novas rotas comerciais com a Ásia.
Apesar de seu impacto profundo no mundo, a contribuição de McLean nunca foi plenamente reconhecida. Ele faleceu em 2001 e permanece relativamente desconhecido para o público em geral.
Em dezembro de 1999, a Maersk adquiriu o negócio internacional de contêineres da SeaLand. Em 2000, a Maersk Line adotou o nome comercial global Maersk SeaLand, consolidando o legado de McLean na indústria marítima.

22 dezembro 2024

Como um padre criou a canção de Natal mais amada de todos os tempos

Apesar de na língua portuguesa conhecermos a canção como “Noite Feliz”, a letra original diz “Noite silenciosa”.
Faz pouco mais de 200 anos desde que a melodia de uma das mais queridas músicas de Natal de todos os tempos foi escrita. Noite Feliz surgiu de forma inesperada, mas inteligente. Tudo por causa de um órgão que não estava funcionando direito!
Em 23 de dezembro de 1818, o Pe. Joseph Mohr, vigário da Igreja Católica de São Nicolau em Oberndorf, Áustria, assistiu a uma peça de Natal feita por um grupo de atores locais.
A performance deveria acontecer na igreja, mas foi transferida para a casa de outra pessoa porque o órgão da igreja não estava funcionando.
Depois da apresentação, Pe. Mohr voltou para casa contemplando o relato bíblico da história do nascimento de Jesus. Dessa vez, ele pegou uma rota alternativa, chegando ao topo de uma colina com vista para sua aldeia coberta de neve.
A serena vista da aldeia o fez lembrar de um poema que ele havia escrito dois anos antes sobre o Menino Jesus. Conta-se que isso o inspirou a transformar o poema em música, pensando que poderia virar uma boa canção para seus fiéis na véspera de Natal.
Então ele foi até o organista da paróquia, Franz Xaver Gruber. Como o órgão não estava funcionando, o poema precisou ser composto para o violão. Gruber criou a melodia em algumas horas e eles a cantaram pela primeira vez em 24 de dezembro de 1818 na Igreja Católica de São Nicolau.
Após consertar o órgão, algumas semanas depois, Karl Mauracher, um conhecido construtor de órgãos, pediu a Gruber para testá-lo. Ele tocou Noite Feliz, e Mauracher gostou tanto que a levou à sua aldeia de Kapfing.
Como resultado, os Rainers e os Strassers, que eram conhecidos cantores de família na época, ouviram a música e também amaram. Eles a adicionaram às suas apresentações de Natal, e ela foi se espalhando por toda a Europa.
Em 1834, as Irmãs Strasser tocaram a música para o rei Frederico William IV da Prússia, que então pediu que fosse tocada todos os anos pelo coro da Catedral na véspera de Natal.
Noite silenciosa
Apesar de na língua portuguesa conhecermos a canção como “Noite Feliz”, a letra original diz “Noite silenciosa”.
Pelo fato da nosssa versão ser um pouco diferente da criada pelo Pe. Mohr, aqui te apresentamos uma tradução mais literal que se aproxima do seu poema original.
Noite silenciosa, noite santa
Tudo dorme, os únicos acordados são
O venerável e santo Casal
Um Menino de cabelos encaracolados
Dorme em uma tranquilidade celestial.
Noite silenciosa, noite santa
Aos pastores foi feito o primeiro anúncio
Pelos Anjos. Aleluia,
Que foi ouvida em toda parte
Cristo, o Salvador, está aqui!
Cristo Salvador está aqui!
Noite silenciosa, santa noite
Filho de Deus, que sorriso
Brota dos Seus lábios divinos
Marcando a hora da nossa salvação,
Ó Cristo, no dia do teu nascimento!
Ó Cristo, no dia do teu nascimento!
Você conhecia esta história?
Fonte: pt.churchpop.com .

O que é o modelo de Lewis e como ele desvenda as culturas pelo mundo?

Por que um contrato assinado na Suíça é tratado como um pacto sagrado, enquanto na América do Sul ele muitas vezes vira um ponto de partida flexível? A resposta pode estar no Modelo de Lewis, uma abordagem fascinante para compreender as diferenças culturais e comportamentais entre povos de todo o mundo. 
Desenvolvido pelo linguista britânico Richard D. Lewis na década de 1990, o modelo divide as culturas em três grandes categorias: Linear-ativas, Multiativas e Reativas, com base em como as pessoas agem, interagem e tomam decisões.
O mundo em 3 categorias
O Modelo de Lewis apresenta uma padronização das culturas pelo mundo.
Essa ideia não surgiu por acaso. Lewis dedicou sua vida a estudar a cultura em mais de 135 países, coletando dados de executivos e profissionais em situações de negócios. O que ele percebeu foi simples, mas transformador: nossas ações e decisões estão profundamente enraizadas nas tradições e nos valores da sociedade em que crescemos. 
Ao invés de tentar classificar culturas por nacionalidade ou religião, ele optou por olhar para os comportamentos, oferecendo uma lente mais prática para quem precisa navegar no complexo mundo globalizado.
Os Linear-ativos, por exemplo, são organizados, orientados para tarefas e seguem planos meticulosos. Eles valorizam os fatos acima dos sentimentos e preferem resolver um problema de cada vez. Culturas como a da Alemanha, da Suíça e dos Estados Unidos encaixam-se bem aqui. Se você já trabalhou com alguém que tem uma agenda detalhada para tudo, sabe do que estamos falando.
Já os Multiativos, encontrados em países mediterrâneos, América Latina e algumas regiões do Oriente Médio, são o oposto. Eles adoram fazer várias coisas ao mesmo tempo, baseiam suas decisões na emoção e priorizam relacionamentos sobre tarefas. Se um italiano interrompe sua fala com gestos animados, ou um brasileiro sugere resolver tudo em uma conversa informal, não se trata de desorganização, mas de um jeito diferente de valorizar a interação humana.
Por fim, há os Reativos, que predominam na Ásia, especialmente no Japão e na China. Esses são os mestres da paciência e da escuta ativa. Para eles, o silêncio não é falta de opinião, mas respeito. Preferem reagir às ações do outro lado, buscando harmonia e evitando qualquer constrangimento. Eles não encaram contratos como algo fixo, mas como um ponto de partida a ser ajustado conforme necessário.
Sem estereótipos
Independentemente da técnica e do método, é importante não criar estereótipos.
Por sua simplicidade, o Modelo de Lewis evita a armadilha de criar estereótipos fixos. Ele reconhece que, embora cada cultura tenha características predominantes, há uma mistura de comportamentos nos indivíduos. 
Um engenheiro brasileiro pode ser mais linear em sua abordagem profissional, enquanto um executivo japonês pode demonstrar traços multiativos ao lidar com clientes ocidentais. O ponto central não é rotular, mas entender como esses padrões ajudam a prever reações, evitando mal-entendidos e promovendo colaboração.
E como isso se aplica no dia a dia? Para líderes empresariais, expatriados e até turistas curiosos, o modelo oferece uma bússola cultural. Saber que um contrato é quase "sagrado" para um alemão, mas pode ser renegociado com um sorriso por um colombiano, permite ajustar expectativas e estratégias. Mais do que isso, entender a lógica por trás dos comportamentos ajuda a construir empatia e respeito mútuo, essenciais em um mundo cada vez mais interconectado.
O Modelo de Lewis vai além de um manual de negócios. Ele é um lembrete de que nossas diferenças culturais não são barreiras, mas recursos. Cada grupo, com seus valores e hábitos, contribui para o mosaico humano de formas únicas. E, ao final do dia, independentemente de sermos lineares, multiativos ou reativos, todos precisamos uns dos outros.
Fonte: Mundo Curioso. um contrato assinado na Suíça é tratado como um pacto sagrado, enquanto na América do Sul ele muitas vezes vira um ponto de partida flexível? A resposta pode estar no Modelo de Lewis, uma abordagem fascinante para compreender as diferenças culturais e comportamentais entre povos de todo o mundo. Desenvolvido pelo linguista britânico Richard D. Lewis na década de 1990, o modelo divide as culturas em três grandes categorias: Linear-ativas, Multiativas e Reativas, com base em como as pessoas agem, interagem e tomam decisões. O mundo em 3 categorias O Modelo de Lewis apresenta uma padronização das culturas pelo mundo. Essa ideia não surgiu por acaso. Lewis dedicou sua vida a estudar a cultura em mais de 135 países, coletando dados de executivos e profissionais em situações de negócios. O que ele percebeu foi simples, mas transformador: nossas ações e decisões estão profundamente enraizadas nas tradições e nos valores da sociedade em que crescemos. Ao invés de tentar classificar culturas por nacionalidade ou religião, ele optou por olhar para os comportamentos, oferecendo uma lente mais prática para quem precisa navegar no complexo mundo globalizado. Os Linear-ativos, por exemplo, são organizados, orientados para tarefas e seguem planos meticulosos. Eles valorizam os fatos acima dos sentimentos e preferem resolver um problema de cada vez. Culturas como a da Alemanha, da Suíça e dos Estados Unidos encaixam-se bem aqui. Se você já trabalhou com alguém que tem uma agenda detalhada para tudo, sabe do que estamos falando. Já os Multiativos, encontrados em países mediterrâneos, América Latina e algumas regiões do Oriente Médio, são o oposto. Eles adoram fazer várias coisas ao mesmo tempo, baseiam suas decisões na emoção e priorizam relacionamentos sobre tarefas. Se um italiano interrompe sua fala com gestos animados, ou um brasileiro sugere resolver tudo em uma conversa informal, não se trata de desorganização, mas de um jeito diferente de valorizar a interação humana. Por fim, há os Reativos, que predominam na Ásia, especialmente no Japão e na China. Esses são os mestres da paciência e da escuta ativa. Para eles, o silêncio não é falta de opinião, mas respeito. Preferem reagir às ações do outro lado, buscando harmonia e evitando qualquer constrangimento. Eles não encaram contratos como algo fixo, mas como um ponto de partida a ser ajustado conforme necessário. Sem estereótipos Independentemente da técnica e do método, é importante não criar estereótipos. Por sua simplicidade, o Modelo de Lewis evita a armadilha de criar estereótipos fixos. Ele reconhece que, embora cada cultura tenha características predominantes, há uma mistura de comportamentos nos indivíduos. Um engenheiro brasileiro pode ser mais linear em sua abordagem profissional, enquanto um executivo japonês pode demonstrar traços multiativos ao lidar com clientes ocidentais. O ponto central não é rotular, mas entender como esses padrões ajudam a prever reações, evitando mal-entendidos e promovendo colaboração. E como isso se aplica no dia a dia? Para líderes empresariais, expatriados e até turistas curiosos, o modelo oferece uma bússola cultural. Saber que um contrato é quase "sagrado" para um alemão, mas pode ser renegociado com um sorriso por um colombiano, permite ajustar expectativas e estratégias. Mais do que isso, entender a lógica por trás dos comportamentos ajuda a construir empatia e respeito mútuo, essenciais em um mundo cada vez mais interconectado. O Modelo de Lewis vai além de um manual de negócios. Ele é um lembrete de que nossas diferenças culturais não são barreiras, mas recursos. Cada grupo, com seus valores e hábitos, contribui para o mosaico humano de formas únicas. E, ao final do dia, independentemente de sermos lineares, multiativos ou reativos, todos precisamos uns dos outros. Fonte: Mundo Curioso.

Invenções nada ocidentais

Muitas invenções que consideramos fruto da ciência ocidental já existiam em outras culturas.
Atualmente, vários estudos antropológicos atestam que o ideal de superioridade pregado no interior da cultura Ocidental não condiz com as análises comparatórias feitas entre os nossos costumes e os costumes de outras civilizações. Contudo, muitos ainda se apegam no fato de que vários intelectuais, cientistas e pensadores do Ocidente foram os grandes responsáveis pela concepção de teorias, máquinas e conceitos que nos garantiria uma posição, no mínimo, singular.
Se essa for a última fagulha que mantém acesa o sentimento de superioridade do homem ocidental, podemos dizer que algumas descobertas históricas também contrariam esse argumento. Diversos pesquisadores da Antiguidade Oriental vêm apontando que outras culturas, muito antes dos ocidentais, tiveram a capacidade de produzir conhecimento muito próximo ao postulado deixado por grandes figuras da Grécia Antiga, da Renascença ou do Iluminismo.
No século XV, o alemão Johannes Gutemberg foi responsável pelo desenvolvimento da tipografia. Por meio dessa descoberta ampliou as possibilidades de divulgação do conhecimento científico da Europa moderna. Contudo, quatro séculos antes, o chinês Pi Sheng desenvolveu um sistema que permitia a impressão de caracteres em uma base de papel. Considerando a enorme complexidade da escrita chinesa, podemos concluir que o desafio do inventor alemão foi bem mais simples.
A geometria, tão importante para o desenvolvimento das ciências exatas, foi amplamente discutida e teorizada entre os sábios filósofos gregos. Entre os mais conhecidos matemáticos dessa época estava Pitágoras, que descobriu o famoso teorema que definiu a relação existente entre os lados do triângulo retângulo. Antes dele, os antigos babilônios também concluíram que no triângulo de 90 graus, a soma dos quadrados dos lados menores era equivalente ao quadrado do lado maior.
Um raio, caindo ou não no mesmo lugar, amedronta muitas pessoas durante uma grande tempestade. Por isso, no século VII – muito antes do cientista norte-americano Benjamin Franklin – os índios anazasi, oriundos do atual estado do Novo México, descobriram a funcionalidade do para-raios. Contudo, ao invés de empinar uma pipa no meio de uma tempestade, estes astutos indígenas perceberam que objetos pontiagudos em lugares elevados poderiam conter a descarga elétrica de um raio.
Na passagem da Idade Média para a Idade Moderna, o desenvolvimento da economia mercantil levou várias nações europeias a ampliarem seus ganhos por meio da descoberta de novas rotas marítimas. Tal desafio só foi possível com a ação dos cartógrafos e astrônomos que conseguiam definir a rota das viagens pelo mar e a localização das terras. Por volta do século XVII, os europeus faziam seu primeiro mapa-múndi, que já fora inventado anteriormente pelos chineses, por volta de 1374.
Através dessas informações curiosas e pouco conhecidas, podemos notar que o ideal de superioridade intelectual da civilização ocidental não possui nenhum tipo de argumentação consistente. Mais importante do que resolver quem descobriu algo, esse tipo de curiosidade científica nos permite olhar com mais interesse e respeito os povos que não partilham valores semelhantes aos nossos.
Por Rainer Sousa
Mestre em História
Fonte: UOL - Mundo Educação.

Deixar de nhenhenhém

Ao longo de sua história, a formação da cultura brasileira foi resultado de um dinâmico processo de empréstimos, trocas e reelaborações. Muitos nem imaginam, por exemplo, que o vocabulário da nossa língua seja influenciado por uma numerosa lista de termos de origem indígena. 
Em alguns casos, algumas expressões passam completamente despercebidas pelos falantes do “português brasileiro”. 
Quando reclamamos que alguém deveria “deixar de nhenhenhém”, talvez por impaciência ou simples desconhecimento, nem suspeitamos da influência do tupi nessa expressão. Do ponto de vista etimológico, a palavra “nhenhenhém” consiste em um aportuguesamento dos verbos tupis “nhe’eng” (que significa falar) e “nheéng nheéng” (que sugere a ação de “insistir” ou “teimar”). 
Ao entrarem em contato com os portugueses, os índios do litoral brasileiro não compreendiam uma só vírgula da língua utilizada pelos estrangeiros. Da mesma forma, os portugueses demoraram certo tempo para que pudessem compreender o universo de significados da língua dos nativos. Nesse meio tempo, é bem provável que alguns índios daquela época não ficavam muito interessados em perderem seu tempo com o “nheeng-nheeng-nheeng” (falar-falar-falar) dos colonizadores europeus. 
De forma semelhante aos índios daquela época, ficamos irritados quando somos obrigados a aturar horas a fio uma conversa, discurso ou palestra pouco interessante. Como se ouvíssemos uma língua completamente desconhecida, transformamos aquela fala prolixa em um irritante amontoado de sons sem sentido. Portanto, clareza e objetividade se tornam essenciais para que o ato comunicativo não vire um enfadonho “nhenhenhém”. 
Por Rainer Sousa. 
Fonte: UOL - Brasil Escola.