Escavadas nas planícies áridas do planalto central do Irã, essas misteriosas formações fazem parte de uma antiga inovação persa conhecida como sistema de qanat — uma das mais antigas e duradouras realizações da engenharia hidráulica da humanidade. Esses poços verticais, alguns com mais de 2.500 anos, se estendem por quilômetros sob a superfície do deserto, canalizando água subterrânea de aquíferos distantes até terras agrícolas sedentas.
Cada depressão circular é um poço de acesso vertical, escavado manualmente através de camadas de rocha e solo. Interligados por túneis com leve inclinação, formam um sistema sustentável movido apenas pela gravidade, capaz de transportar água por longas distâncias sem perdas por evaporação — ideal para climas secos e escaldantes. Essa rede subterrânea alimentava cidades, campos e até caravanas, garantindo a sobrevivência em territórios inóspitos.
Vistos do céu, parecem uma fileira de crateras celestiais ou pegadas fossilizadas de um colosso esquecido. Mas sob a superfície esconde-se uma história de resiliência, ciência e adaptação — um legado de rios invisíveis que ainda fluem, silenciosamente ligando o passado ao presente sob o pó do tempo.
Crédito: Vítor Soares.
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