13 fevereiro 2025

Kafka e a boneca perdida

Aos 40 anos, Franz Kafka (1883-1924), que nunca se casou e não teve filhos, passeava um dia por um parque em Berlim quando se deparou com uma menina que chorava porque tinha perdido sua boneca favorita. Ela e Kafka procuraram a boneca sem sucesso.
Kafka disse-lhe que se encontrariam lá no dia seguinte e que voltariam para buscá-la.
No dia seguinte, quando ainda não tinham encontrado a boneca, Kafka deu à menina uma carta "escrita" pela boneca que dizia "Por favor, não chores. Fiz uma viagem para ver o mundo. Escrevo-te sobre as minhas aventuras."
Assim começou uma história que continuou até o fim da vida de Kafka.
Durante seus encontros, Kafka lia as cartas da boneca cuidadosamente escritas com aventuras e conversas que a menina achava adoráveis.
Finalmente, Kafka trouxe de volta o boneco (comprou um) que tinha voltado para Berlim.
"Não se parece nada com a minha boneca", disse a menina.
Kafka entregou-lhe outra carta na qual o boneco escrevia: "Minhas viagens mudaram-me". A menina abraçou a nova boneca e levou-a para o seu lar feliz.
Um ano depois, Kafka morreu.
Muitos anos depois, a menina, agora adulta, encontrou uma carta dentro do pulso. Na minúscula carta assinada por Kafka dizia:
"Tudo o que você ama provavelmente será perdido, mas no final o amor voltará de outra maneira".
Aceitar a mudança. É inevitável para o crescimento. Juntos podemos transformar dor em espanto e amor, mas cabe a nós criar essa conexão consciente e intencionalmente.

Nenhum comentário: