sábado, 22 de novembro de 2008

Aproveite as férias

Roberto Shinyashiki escreveu um artigo sobre como aproveitar as férias para um encontro consigo mesmo. O artigo é muito interessante, pois as férias repreentam aquele momento, ou aqueles dias, em que podemos refletir tudo que se passou enquanto trabalhávamos, concentrados em nossas tarefas diárias, por compromissos com a empresa. E os familiares, parentes, amigos que gostariam de se relacionar mais conosco? Os filhos crescem e, muitas vezes não percebemos as mudanças que eles vão apresentando no comportamento diário. Quem vem primeiro? O trabalho, ou a Família? Por questões como essas, que julgo relevantes no dia-a-dia das pessoas julguei interessante transcrever aqui o artigo, para que, aqueles que ainda não o conhecem, possam avaliar.
Se você está experimentando o estresse decorrente de uma vida de trabalho em que não se sente valorizado ou de estudos que parecem não ter resultado prático e vê nas férias sua salvação, triste ilusão... Férias não curam gastrite de ninguém. O que você precisa é de uma profunda revolução em sua vida para criar um estilo de viver com mais sentido.
Para algumas pessoas, as férias - e até os fins de semana - se tornam um novo fardo a carregar. Sentindo-se perdidas fora do ambiente de trabalho, ficam doentes e debilitadas. Essa é a "síndrome do lazer", doença do século XXI diagnosticada pela primeira vez no ano passado. Para a maioria das pessoas, as férias são um sofrimento ou no máximo adiam a próxima crise existencial.
O fato é que o ser humano não consegue resistir às pressões de uma vida tão distante da sua essência. Dormir, acordar e trabalhar de forma que não gratifique o espírito vai destruindo a saúde física e mental das pessoas. Muitos vivem numa corrida eterna, sem a mínima paz de espírito. Arrastam seus corpos na esperança de chegar inteiros à próxima parada. Vivem o tormento do desgaste durante um ano para curtir umas poucas semanas de descanso. Esses "heróis" comemoram as férias e depois a aposentadoria como uma vitória. Mas o preço dessa vitória é a infelicidade.
Muitos brasileiros reclamam de insônia. No entanto, não percebem que trabalham diariamente contrariados, pressionados por objetivos que não os entusiasmam. É tanta tensão que depois não conseguem dormir. É muita loucura continuar a viver dessa maneira. O preço está cada vez mais alto. Alguma providência tem de ser tomada, além dos comprimidos para calar nossa consciência e sufocar nossa tristeza.
Basta de tanta loucura! Se você busca nas férias uma fonte de descanso ou prazer, mude: faça dela um retiro espiritual. Dê um tempo para você checar a sua vida. É preciso entender que a felicidade não é algo que só acontece quando saímos de férias. Temos que dar um jeito de sermos felizes todos os dias. Para isso precisamos entender o significado da felicidade.
Normalmente, as pessoas acham que só rico é infeliz. Nos roteiros das novelas que passam na televisão, somente os ricos e os pobres que querem ascender economicamente é que sofrem. Na verdade, a infelicidade não escolhe classe social. O indivíduo é infeliz simplesmente porque não consegue materializar seus sonhos. E a base da felicidade é exatamente esta: realização, todos os dias.
E quando você sabe gerenciar bem seu trabalho, ele se transforma numa fonte de realização. No entanto, a maior parte das pessoas vê o trabalho como sobrevivência, quando o trabalho tem de ser uma fonte de prazer. É triste ver tanta gente lutando para sobreviver, assustada com a vida. É muito pouco para bênção que recebemos.
O mundo moderno nos convida à correria e, em função disso, não temos tempo de observar a natureza, nossa grande mestra. Quem olha o mar e percebe as marés, as ondas e os ventos pode verificar como tudo tem seu ciclo. O dia e a noite, as estações do ano, o sol e a chuva, a vida e a morte. O ser humano, com sua sede de poder, procura imobilizar a vida e torná-la certinha, rígida como uma estátua. Mas a vida é dinâmica.
Hoje estou bem, amanhã posso não estar. Em certo momento, a vida está tranqüila como um vôo de ultraleve e, no momento seguinte, poderá estar envolta em nuvens de dificuldades. Mais um pouco, as nuvens vão embora e a claridade volta a iluminar.
A vida flui como as ondas do mar e, como um surfista, precisamos aprender a aproveitar suas subidas e descidas, mergulhar e retornar à tona, manter-nos na superfície de acordo com o movimento da água.
Hoje em dia as pessoas orientam suas vidas baseadas em idéias e métodos que já não têm relação com a própria existência. Solte sua alma, seja você. Tenha consciência de que, se estiver em paz consigo mesmo, você fará o que tiver vontade e não porque alguém disse que é bom ou ruim.

Nenhum comentário: