23 outubro 2011

De quanto dinheiro o homem precisa?


O centenário conto de Leo Tolstoy “De quanta terra um homem precisa” (How Much Land Does A Man Need?) permite ainda hoje importantes reflexões acerca do dinheiro. A história conta a saga de Pakhom, um camponês russo que vivia com a família em uma pequena fazenda e que dividia com os vizinhos o pasto para os animais.
Um dia a esposa dele recebe a visita da irmã, que conta as maravilhas da cidade e critica a miséria em que vive a anfitriã. Incomodada, a esposa de Pakhom passa desdenhar a vida na cidade e a defender o modo de vida camponês. O marido, que escutava a conversa, diz a certa altura que, se tivesse mais terras, nem o diabo poderia com ele.
Segundo uma antiga lenda russa, o diabo sempre escolhe a chapa do fogão de alguma casa para passar a noite. Naquela noite, ele estava na casa de Pakhom e, ao ouvir as palavras, resolve aceitar o desafio.
A partir daquele dia, o camponês passa a multiplicar suas terras e ganha uma prosperidade sem precedentes. Recebe, então, de um desconhecido, a notícia de que os povos Bashkirs, que viviam em um lugar distante, vendiam excelente terra a um preço baixo. Pakhom vende seus bens e, com a ajuda de um criado, empreende uma longa viagem para a terra dos Bashkirs.
Ao chegar é bem recebido pelo chefe da aldeia e, tão logo é possível, inicia a conversa sobre a compra de terras. O chefe diz que vende “um dia de terra” por um preço que o camponês podia pagar. Mas que forma era essa de medir a terra?
O chefe diz que bastava que eles fossem ao topo de uma colina antes do nascer do sol. Depois de entregar ali o valor combinado, o camponês teria o dia inteiro para marcar a terra que quisesse e esta seria sua. Mas caso não voltasse ao topo da colina antes do sol se por, perderia o dinheiro e ficaria sem terra.
Antes de o sol nascer no dia seguinte, Pakhom observou lá do alto, no local combinado, as mais belas terras que jamais tinha visto. Assim que o sol nasceu, ele começou a empreender uma caminhada e a marcar com pequenos montes de terra seu novo domínio. A cada colina que vencia, via terras ainda mais bonitas, que não poderia deixar de fora.
Depois de muito caminhar, percebeu que o sol estava a pino e que era hora de voltar. Mas durante o caminho via terras importantes para compor seu patrimônio. Um belo lago, um pasto que seria perfeito para as vacas ou um vale para o cultivo de cevada. Em um dado momento, já bastante exausto, notou que o sol começava a se recolher rapidamente. Correu para chegar ao ponto inicial da caminhada.
Quando estava ao pé da colina, o sol lançava os últimos raios do dia. Desanimado, deixou-se cair prostrado ao chão. Lá do alto os índios gritavam e o incentivavam a continuar. O sol se punha, mas os raios ainda alcançavam o topo da colina. O camponês buscou o resto de suas forças e se lançou a um desesperado esforço para chegar ao cume.
Assim que alcançou o destino, uma última nesga de sol ainda resistia no horizonte. Os Bashkirs comemoravam e cantavam alegres a coragem daquele homem. Pakhom, porém, via o horizonte ficar turvo. Com um filete de sangue correndo no canto da boca, caiu nos braços do chefe, que agora se parecia muito com o homem que havia lhe informado sobre as terras baratas. O valente Pakhom estava morto. O leal criado enterrou o corpo do patrão abaixo de sete palmos de terra – tudo de que ele precisava.

:: A nossa corrida diária

A história do pobre Pakhom ilustra muito bem a rotina de executivos, médicos, empresários, bancários, professores e tantos outros profissionais. Tolstoy certamente não conheceu a realidade atual, mas ele compreendia a alma humana. Como o camponês que acreditava que seu sucesso estava em possuir mais terras, o homem de hoje crê que sucesso está no tamanho do patrimônio que tem.
O vale e o lago que não podiam ficar fora das terras de Pakhom são hoje o belo carro, a casa de praia ou de campo, o clube de golfe, a lancha e tantos outros bens que acreditamos serem fundamentais. A crença quase inconteste de que o dinheiro e os bens materiais podem trazer a felicidade está impregnada em nossa sociedade de tal forma que, em determinados momentos, esquecemos que a vida é finita. Esquecemos que talvez não tenhamos tempo para aproveitar todo o imenso patrimônio que gastamos a vida para acumular.
Se Pakhom não tivesse vontade e disposição para conquistar mais terras, teria passado a vida toda como miserável, sem poder oferecer conforto para a família. O que o fez progredir foi a vontade de ter mais terras para trabalhar, de produzir para matar a fome da família e de gerar excedentes para vender a outros. Mas esta mesma força descontrolada lhe levou à morte.
É graças a milhares de Pakhoms descontrolados que vivemos em uma sociedade de tanto progresso material e humano. São insatisfeitos crônicos que constroem grandes grupos empresariais, que descobrem formas de tratar novas doenças e maneiras mais rápidas de se transportar, de se comunicar, entre tantas outras maravilhas da sociedade atual.
Porém, são alguns dos mesmos descontrolados que provocam os golpes financeiros, a corrupção assustadora, os lares sem pais para educar os filhos e uma sociedade de excluídos que frequentemente se revolta e investe contra quem os exclui.

:: O equilíbrio

A vontade de progredir e realizar é fundamental para a felicidade humana e para o progresso de uma sociedade. Pessoas acomodadas e sem vontade de mudar a vida e o mundo tendem a não ser muito felizes.
É justo que as pessoas busquem melhorar suas vidas. É extremamente desejável que as pessoas acumulem bens que lhes permitam ter tranqüilidade material. A busca do progresso individual, se feita com ética e serenidade, possibilita o progresso de todos. Mas é fundamental estabelecer limites para os desejos compatíveis com as possibilidades de cada um.
Evite que sua vida seja consumida pela louca corrida para ter cada vez mais. Lute para progredir, guarde uma parte do que você ganhar para a aposentadoria, mas não se esqueça de aproveitar a vida, pois ela é finita.

Autor: Jurandir Sell Macedo.Artigo publicado no portal do Banco do Brasil.

Atitudes que drenam energias

1. Pensamentos obsessivos - Pensar gasta energia, e todos nós sabemos disso. Ficar remoendo um problema cansa mais do que um dia inteiro de trabalho físico. Quem não tem domínio sobre seus pensamentos - mal comum ao homem ocidental, torna-se escravo da mente e acaba gastando a energia que poderia ser convertida em atitudes concretas, além de alimentar ainda mais os conflitos. Não basta estar atento ao volume de pensamentos, é preciso prestar atenção à qualidade deles. Pensamentos positivos, éticos e elevados podem recarregar as energias, enquanto o pessimismo consome energia e atrai mais negatividade para nossas vidas. 
2. Sentimentos tóxicos - Choques emocionais e raiva intensa também esgotam as energias, assim como ressentimentos e mágoas nutridos durante anos seguidos. Não é à toa que muitas pessoas ficam estagnadas e não são prósperas. Isso acontece quando a energia que alimenta o prazer, o sucesso e a felicidade é gasta na manutenção de sentimentos negativos. Medo e culpa também gastam energia, e a ansiedade descompassa a vida. Por outro lado, os sentimentos positivos, como a amizade, o amor, a confiança, o desprendimento, a solidariedade, a auto-estima, a alegria e o bom-humor recarregam as energias e dão força para empreender nossos projetos e superar os obstáculos.
3. Maus hábitos, falta de cuidado com o corpo - Descanso, boa alimentação, hábitos saudáveis, exercícios físicos e o lazer são sempre colocados em segundo plano. A rotina corrida e a competitividade fazem com que haja negligência em relação a aspectos básicos para a manutenção da saúde energética. 
4. Fugir do presente - As energias são colocadas onde a atenção é focada. O homem tem a tendência de achar que no passado as coisas eram mais fáceis: "bons tempos aqueles!", costumam dizer. Tanto os saudosistas, que se apegam às lembranças do passado, quanto aqueles que não conseguem esquecer os traumas, colocam suas energias no passado. Por outro lado, os sonhadores ou as pessoas que vivem esperando pelo futuro, depositando nele sua felicidade e realização, deixam pouca ou nenhuma energia no presente. E é apenas no presente que podemos construir nossas vidas. 
5. Falta de perdão - Perdoar significa soltar ressentimentos, mágoas e culpas. Libertar o que aconteceu e olhar para frente. Quanto mais perdoamos, menos bagagem interior carregamos, gastando menos energia ao alimentar as feridas do passado. Mais do que uma regra religiosa, o perdão é uma atitude inteligente daquele que busca viver bem e quer seus caminhos livres, abertos para a felicidade. Quem não sabe perdoar os outros e a si mesmo, fica "energeticamente obeso", carregando fardos passados.. 
6. Mentira pessoal - Todos mentem ao longo da vida, mas para sustentar as mentiras muita energia é gasta. Somos educados para desempenhar papéis e não para sermos nós mesmos: a mocinha boazinha, o machão, a vítima, a mãe extremosa, o corajoso, o pai enérgico, o mártir e o intelectual. Quando somos nós mesmos, a vida flui e tudo acontece com pouquíssimo esforço. 
7. Viver a vida do outro - Ninguém vive só e, por meio dos relacionamentos interpessoais, evoluímos e nos realizamos, mas é preciso ter noção de limites e saber amadurecer também nossa individualidade. Esse equilíbrio nos resguarda energeticamente e nos recarrega. Quem cuida da vida do outro, sofrendo seus problemas e interferindo mais do que é recomendável, acaba não tendo energia para construir sua própria vida. O único prêmio, nesse caso, é a frustração. 
8. Bagunça e projetos inacabados - A bagunça afeta muito as pessoas, causando confusão mental e emocional. Um truque legal quando a vida anda confusa é arrumar a casa, os armários, gavetas, a bolsa e os documentos, além de fazer uma faxina no que está sujo. À medida em que ordenamos e limpamos os objetos, também colocamos em ordem nossa mente e coração. Pode não resolver o problema, mas dá alívio. Não terminar as tarefas é outro "escape" de energia. Todas as vezes que você vê, por exemplo, aquele trabalho que não concluiu, ele lhe "diz" inconscientemente: "você não me terminou! Você não me terminou!" Isso gasta uma energia tremenda. Ou você a termina ou livre-se dela e assuma que não vai concluir o trabalho. O importante é tomar uma atitude. O desenvolvimento do auto-conhecimento, da disciplina e da terminação farão com que você não invista em projetos que não serão concluídos e qu e apenas consumirão seu tempo e energia. 
9. Afastamento da natureza - A natureza, nossa maior fonte de alimento energético, também nos limpa das energias estáticas e desarmoniosas. O homem moderno, que habita e trabalha em locais muitas vezes doentios e desequilibrados, vê-se privado dessa fonte maravilhosa de energia. A competitividade, o individualismo e o estresse das grandes cidades agravam esse quadro e favorecem o vampirismo energético, onde todos sugam e são sugados em suas energias vitais.

21 outubro 2011

O novo mapa mundi

O Blog do Stephen Kanitz - O Novo Mapa Mundi Se você quiser entender os próximos 30 anos, comece a entender este mapa que criamos para os nossos leitores. O que este mapa nos mostra é que Beijing está muito mais próximo do Japão, Coreia, Índia, Austrália e Nova Zelândia, Arábia Saudita, Europa e África, do que Portugal.

20 outubro 2011

Os assassinos econômicos

Verdade, ou mentira, tem muito de realidades das quais já tomamos conhecimento.

17 outubro 2011

Viver, ou juntar dinheiro?

Há determinadas mensagens que, de tão interessante, não precisam nem sequer de comentários. Como esta que recebi recentemente. Li em uma revista um artigo no qual jovens executivos davam receitas simples e práticas para qualquer um ficar rico.
Aprendi, por exemplo, que se tivesse simplesmente deixado de tomar um cafezinho por dia, nos últimos quarenta anos, teria economizado 30 mil reais. Se tivesse deixado de comer uma pizza por mês, 12 mil reais. E assim por diante.
Impressionado, peguei um papel e comecei a fazer contas. Para minha surpresa, descobri que hoje poderia estar milionário. Bastaria não ter tomado as caipirinhas que tomei, não ter feito muitas viagens que fiz, não ter comprado algumas das roupas caras que comprei. Principalmente, não ter desperdiçado meu dinheiro em itens supérfluos e descartáveis.
Ao concluir os cálculos, percebi que hoje poderia ter quase 500 mil reais na minha conta bancária. É claro que não tenho este dinheiro.
Mas, se tivesse, sabe o que este dinheiro me permitiria fazer? Viajar, comprar roupas caras, me esbaldar em itens supérfluos e descartáveis, comer todas as pizzas que quisesse e tomar cafezinhos à vontade.
Por isso, me sinto muito feliz em ser pobre. Gastei meu dinheiro por prazer e com prazer. E recomendo aos jovens e brilhantes executivos que façam a mesma coisa que fiz. Caso contrário, chegarão aos 61 anos com uma montanha de dinheiro, mas sem ter vivido a vida.

"Não eduque seu filho para ser rico, eduque-o para ser feliz. Assim ele saberá o VALOR das coisas e não o seu PREÇO".

Que tal um cafezinho?

Max Gehringer

16 outubro 2011

O pato e a esponja

Por acaso você já observou o que acontece com os patos quando dão seus mergulhos na lagoa? Eles simplesmente não se molham. Suas penas são cobertas com uma camada de óleo, tornando a ave impermeável. Ele retira cuidadosamente o óleo, da glândula uropigial, com o bico e o espalha por todo o corpo. Se você lavar um pato com detergente, ele se afogará no primeiro mergulho. Mas o pato não é a única ave privilegiada com esta proteção. Praticamente metade das aves possuem a tal glândula.
Ao liderar pessoas difíceis é fundamental desenvolver um mecanismo de proteção parecido com o do pato. De alguma maneira, é preciso que fiquemos “impermeáveis”. O grande erro é deixar que o temperamento difícil de uma pessoa se torne referência para você e para todos ao redor.
Se alguém fala alto demais em seu ambiente de trabalho, não vai demorar muito para que todos comecem a se comunicar aos berros. Será a vitória do erro. É preciso que aprendamos a nos tornar um pouco surdos, mantendo um jeito sereno de falar. Impermeáveis. O silêncio falará mais alto que os gritos, e a serenidade será a referência determinante para aquele ambiente.
O problema é que, além de não sermos "patos", muitas vezes, nos comportamos como verdadeiras "esponjas".
Temos a trágica capacidade de absorver tudo. Se alguém vomita num lugar público, logo buscamos um balde d'água para limpar o lugar. Porque não fazemos o mesmo com as pessoas que vomitam mau humor, inveja e raiva? Absorver estes sentimentos como uma esponja é tão asqueroso e prejudicial quanto absorver o vômito alheio.
Se pensássemos desta maneira, não ficaríamos com tanta facilidade nos remoendo em ressentimentos. Prestou atenção nesta palavra? Vou repetir "re-sentimento". É sentir de novo o que já fez mal da primeira vez. Recebemos uma ofensa, basta a dor uma vez só. Mas preferimos comentar sobre o fato ressentidamente com alguém, depois com outro e mais outro...
Ao final do dia já "re-sentimos" a mesma dor várias vezes. Jogue um balde d'água nessa sujeira! O perdão é o melhor remédio. Seja pato.. não seja esponja.

14 outubro 2011

No trabalho, deve-se buscar o equilíbrio entre profissional e pessoal

Saber se relacionar no mundo corporativo é uma questão importante na trajetória profissional. No entanto, para se aproximar e conquistar a confiança dos demais membros da equipe, alguns podem pensar que é necessário se tornar amigo da pessoa.
Outros, por sua vez, com medo de problemas inerentes às amizades, preferem manter os relacionamentos do trabalho no âmbito estritamente profissional.
No entanto, a sugestão do especialista em liderança, desenvolvimento humano e performance organizacional, Alexandre Prates, é buscar pelo equilíbrio. Prates explica que são erros comuns dos profissionais acharem que precisam construir amizades para se integrar na equipe ou conquistar a confiança de seus pares.
O que acontece é que as amizades, nas quais as pessoas expõem suas fraquezas, seus medos, suas opiniões, salvo em alguns casos de indivíduos muito maduros, pode gerar baixa produtividade. Além disso, fica mais difícil de o profissional apontar os erros cometidos pelos seus colegas.
Estritamente profissional?
Se por um lado não é a estratégia mais indicada construir amizades com todos os membros da equipe, “as pessoas também erram ao achar que o relacionamento tem que ser estritamente profissional”, comenta Prates. De acordo com o especialista, o profissional não tem que pensar que não pode ter outro tipo de conversa na empresa senão sobre assuntos relacionados ao trabalho.
O que acontece é que, quando o relacionamento é somente profissional, deixa-se de lado o emocional, que é uma das esferas mais importantes para os seres humanos.
“Não ter envolvimento emocional é um fator desmotivacional para as pessoas”, lembra Prates.
Além disso, boa parte do que se alcança dentro do mundo corporativo é na base
do relacionamento. Assim, o contato mais próximo entre as pessoas vai ajudar a conquistar mais facilmente os objetivos, “todos precisam de outras pessoas”, observa Prates.
Não esqueça do futuro
Perceba, portanto, que para obter a confiança dos seus pares e líderes, e conquistar relacionamentos fortes, o profissional tem que mesclar uma certa dose de vínculo emocional com uma dose um pouco maior de cuidado com o que fala e como se comporta fora do escritório, e até mesmo dentro dele.
Nesse sentido, se a sugestão é participar de happy hour, conversar sobre aspectos
da vida que não os relacionados ao ambiente profissional, cuidado com a transparência exagerada.
Prates lembra que é, sim, preciso criar um vínculo, mas sem esquecer que no futuro seu colega pode ser seu chefe, ou que você pode precisar dele para uma nova posição.
Na prática, é essencial tomar cuidado com o que se fala. Construir credibilidade leva tempo, mas “para sujá-la é questão de segundos”, explica Prates. Se o ambiente profissional é um lugar de competitividade, isso não deve limitar que se construa relacionamentos mais amplos, desde que o profissional não prejudique sua própria imagem ao falar demais.

Fonte: InfoMoney

13 outubro 2011

Origem das superstições mais comuns - Passar por baixo de escada

Essa parece ser a mais racional das superstições mais comuns. É evidente que, se você passar por baixo de uma escada, é muito provável que alguma coisa possa cair em sua cabeça, a partir do topo da escada. Mas essa não é a única razão pela qual passar debaixo de uma escada seja considerado azarado.
É sabido que os primeiros cristãos consideravam ser o triângulo um sinal sagrado que representava a Santíssima Trindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Quando uma escada era colocada contra um apoio (edificação, árvore, etc), os cristãos consideravam que ela formava um triângulo, e assim, caminhando por baixo da escada, o triângulo seria quebrado.
Isto era considerado pelos cristãos antigos uma coisa tão má, que eles rotulavam qualquer um que andava por debaixo de uma escada como sendo uma bruxa ligada com Satanás e que isto poderia ser ainda mais perigoso do que ter uma queda do martelo em sua cabeça.
Daí a superstição de que passar por sob uma escada traria má sorte. 

11 outubro 2011

Plante um mamoeiro em sua casa e nunca mais fique doente

Depoimento de autor desconhecido.
Como eu já tive "gastrite aguda" (posso provar por imagem de endoscopia), (nem um copo de água podia ingerir, que me dava azia), o próprio médico, há uns 20 anos, recomendou-me, ao invés de Tagamed e outros remédios que vinha me receitando por quase dois anos), que, de manhã, por 30 dias, me limitasse a comer um "mamão papaya", (de que já ouvira maravilhas para curar gastrites e afins). Nesse período, até as 10 horas, não deveria ser tomado nenhum líquido. Café, chás ou outras bebidas que contivessem pó, nesses 30 dias não poderiam ser tomados em hipótese alguma.  Pois qual não foi nossa surpresa, quando ao final dos 30 dias, em nova endoscopia, meu aparelho digestivo não apresentava mais nenhum sinal de gastrite.
Transmito isso, pois sei que muitas pessoas se abstém de comer doces ou outras iguarias porque logo vem a dolorosa azia.  Desde que comecei a comer, todo dia, um "mamão papaya", de manhã, nunca mais tive qualquer sintoma de azia ou mal estar. Sem contar que naquela ocasião também sofria de hérnia hiatal, a que provoca o refluxo.
Mamão, um tesouro ao seu alcance 

O mamão (Carica papaya), originário da América Tropical, é uma das melhores frutas do mundo, tanto pelo seu valor nutritivo, como pelo poder medicinal. Cada parte desta planta é preciosa, a começar pelo tronco ! De sua parte interna, retira-se uma polpa que - depois de ralada e secasemelha-se ao coco ralado.
É rica em propriedades nutritivas e aproveitada em alguns lugares no preparo de deliciosas rapaduras. 
O cozimento das raízes dá um tônico para os nervos, e é também remédio para as hemorragias renais. 
As folhas do mamoeiro, após secas à sombra, têm aplicação no preparo de agradável chá digestivo que pode ser dado livremente às crianças, pois não contém cafeína. 
O suco leitoso extraído das folhas é o vermífugo mais enérgico que se conhece. Usa-se diluído em água. Ainda é digestivo e cura feridas. Em diversos lugares, a medicina popular o utiliza para tratar eczemas,verrugas e úlceras. 
Os índios preparam a carne envolvendo-a com folhas de mamoeiro por algumas horas antes de levá-la ao fogo. Este processo amacia a carne. 
Com as flores do mamoeiro macho prepara-se um maravilhoso xarope que combate a rouquidão, tosse, bronquite, gripe e indisposições gástricas causadas por  resfriados. 
Coloca-se um punhado de flores, com um pouco de mel em vasilha resistente ao calor, mas que não seja de alumínio. Acrescenta-se um copo de água fervendo, tapando-se bem. Depois de esfriar, toma-se às colheradas, de hora em hora. 
Com o fruto verde faz-se um doce maravilhoso. Pode-se também prepará-lo ensopado ou ao molho branco. É uma iguaria! 
O mamão maduro: é altamente digestivo (cada grama de papaína - fermento solúvel contido no fruto digere 200g de proteína); tem mais vitamina C que a laranja e o limão; contribui para o equilíbrio ácido-alcalino do organismo; é diurético, emoliente, laxante e refrescante; cura prisão de ventre crônica comido em jejum, pela manhã, faz bem ao estômago é eficaz contra a diabete, asma e icterícia; bom depurativo do sangue; não pode faltar na alimentação da criança, pois favorece o seu crescimento.
Depois de comer-se o mamão, esfrega-se a parte interna da casca sobre a pele para tirar manchas, suavizar a pele áspera e eliminar rugas.
Mastigar de 10 a 15 sementes frescas elimina vermes intestinais, regenera o fígado e limpa o estômago. Comidas em quantidade, são eficazes contra câncer e tuberculose.
Faltava dizer que qualquer uso que se faça de qualquer parte desta planta, traz consigo uma ação vermífuga poderosa, o que bastaria para destacar sua importância.
Melhor que consumir frutos do supermercado (colhidos verdes e amadurecidos à força no carbureto), é colhê-los já maduros no pé, no próprio quintal pois além disso serão livres de agrotóxicos.
Num espaço bem apertado cabem vários mamoeiros. Eles gostam de terra boa, bem adubada. Por exemplo, com lixo de cozinha ou com uma "Boca da Terra".   O consumo do mamão é recomendado pelos nutricionistas por se constituir em um alimento rico em licopeno (média de 3,39 mg em 100 gr), vitamina C e minerais importantes para o organismo.  Quanto mais maduro, maior a concentração desses nutrientes.

O engenheiro Billings

Billings, o engenheiro que fez os rios correrem ao contrário e mudou para sempre a cidade de São Paulo.
No caminho entre o litoral paulista e a cidade de São Paulo, uma série de tubulações que se erguem pelo gigantesco paredão rochoso da Serra do Mar chamam a atenção.  
São as tubulações externas da "Usina de Cubatão" (Usina Henry Borden), uma das mais excepcionais obras da engenharia brasileira, fruto da criatividade e excelência técnica de um engenheiro que poderia ser classificado como um dos mais brilhantes que já passaram por nossas terras: Asa White Kenney Billings.
Billings, um norte americano de Omaha, nascido em 8 de fevereiro de 1876, chegou ao Brasil em fevereiro de 1922 como engenheiro da Light, a empresa canadense responsável pelo fornecimento de energia elétrica da cidade de São Paulo, pensando em ficar alguns poucos meses. Naquela época, o rápido crescimento da cidade, que começava a dar sinais de industrialização, já apontava um aumento significativo da demanda por energia elétrica. 
Obcecado pela ideia de criar uma maneira de gerar energia de forma eficiente, aproveitando a geografia da cidade, teve uma ideia: Por quê não usar a queda abrupta de mais de 700 metros do planalto paulista para gerar energia elétrica? 
A ideia era genial, mas ainda existia um enorme problema: a topografia da cidade fazia com que os rios que nasciam próximos à Serra do Mar, como o Tietê e o Pinheiros, corressem em direção ao centro do estado, e não para o litoral. O que tinha sido uma enorme vantagem para os Bandeirantes, que usaram os rios para explorar os rincões do Brasil, tornava-se um empecilho para as ideias de Billings. 
Mas a perseverança e criatividade do engenheiro americano não tinham limites, e novamente ele teve uma ideia que a princípio mostrava-se absurda: se os rios não correm para a Serra do Mar, por que não reverter seu curso através de estações elevatórias, formando um reservatório que permita a geração de energia? 
Os estudos mostraram que a reversão de toda a bacia do Tietê não seria factível, mas aplicar a ideia de Billings até a confluência entre os Rios Pinheiros e Tietê seria possível. Desta forma, o Rio Pinheiros seria transformado em um canal desde sua foz até a estação de bombeamento da Traição, que elevaria as águas em cerca de 5 metros, conduzindo-as até a base de uma represa que seria construída nos arredores de Santo Amaro, de onde seriam bombeadas até o Reservatório do Rio Grande, a ser formado por esta barragem. As águas seriam conduzidas às turbinas através de tubulações que desceriam a Serra. O maciço da Serra do Mar, que tantos obstáculos havia criado para a colonização do planalto, seria finalmente utilizado a favor dos paulistas.
À época, o Rio Pinheiros tinha um trajeto sinuoso, formando uma grande várzea inundável, cujos habitantes sofriam com frequentes inundações. O plano de Billings ainda teria a tarefa adicional de aumentar a eficiência do canal que levaria as águas para o reservatório retificando o curso do rio, que traria um efeito colateral interessante: acabar com as enchentes da região. 
Em 1927 tiveram início as obras da Usina Hidrelétrica de Cubatão, a barragem do Rio Grande (que depois foi expandida e ganhou o nome de Represa Billings) e o deslocamento da antiga Estrada Rio-São Paulo, que passava exatamente por uma área que seria submersa.
Depois de problemas de atrasos nas obras durante o período iniciado a partir da Revolução de 32, a retificação do canal do Rio Pinheiros e as estações elevatórias em seu percurso foram concluídas em 1944, acabando com as grandes inundações que ocorriam em suas margens durante séculos (depois, com a impermeabilização do solo, as inundações voltaram, mas esta é outra história...) 
Com o sistema em pleno funcionamento, a Usina de Cubatão mostrou-se um sucesso acima das expectativas, pois sua queda de 720 metros e o uso das turbinas Pelton, otimizadas para uso com pouco volume de água, mas com alta queda, tornaram-na uma das mais eficientes do mundo. 
O reconhecimento mundial do trabalho de Billings veio em 1936, quando a "Institution of Civil Engineers" de Londres convidou-o a apresentar um relatório sobre o trabalho feito no Brasil, especialmente em São Paulo. O documento "Water-Power in Brazil" tornou-se um clássico no assunto, com leitura recomendada nas Escolas de engenharia de todo o mundo. Seu nome é uma constante na lista dos maiores engenheiros do séc. XX. 
Durante o período em que Billings esteve no Brasil, entre 1922 e 1949, a geração de energia em São Paulo aumentou de 90 mil quilowatts para mais de 500 mil quilowatts. 
Depois da aposentadoria de Billings, foi construída outra obra fantástica, uma segunda usina subterrânea ao lado da Usina de Cubatão, totalmente escavada na rocha, com os mesmos 720 metros de queda e turbinas Pelton, aumentando a capacidade de geração de energia para 800 mil quilowatts. 
Além da geração de energia, a Represa Billings tornou-se um dos principais mananciais da região metropolitana de São Paulo. Infelizmente, na década de 80, a poluição das águas do Pinheiros estava tornando as águas da Represa Billings impraticáveis para consumo humano, e o bombeamento foi interrompido. Com isto, hoje a Usina de Cubatão continua na ativa, mas opera com apenas 1/4 de sua capacidade.
Billings faleceu em sua residência na cidade californiana de La Jolla, em 3 de Novembro de 1949, poucos meses depois de ter se aposentado, deixando aquela que foi sua verdadeira pátria, por quem trabalhou incansavelmente.