Texto escrito por Ricardo Melo, publicado no Boletim Semanal n° 23 do RC RJ Flamengo. Ricardo Melo é Escritor, Especialista em Coaching de executivos e trainer em Programação Neurolinguística e Diretor do Instituto Ricardo Melo.
Você já notou que quando trocamos de carro é muito provável que encontremos nas ruas vários automóveis do mesmo modelo e com a mesma cor? É assim quando adquirimos alguma roupa, sapatos ou desejamos muito uma coisa. A tendência é que, a partir do momento que construímos um foco, passamos a identificar ao nosso redor muitas pistas a respeito dele. E esse processo é muito profundo e espontâneo, além de ser inconsciente, na maioria das vezes.Por isso é relevante questionar-nos sobre o que desejamos obter, pois corremos o grande risco de conseguir e como nem tudo que desejamos é realmente bom, é possível que muitos dos problemas e limitações que experimentamos na vida sejam fruto do que estamos procurando. Quando citei a empresa consciente da importância de despertar um desejo comum a todos os funcionários para obter os resultados que desejava, tivemos um bom exemplo de como conseguir o que queremos. Mas ao citar aqueles que têm pensamentos negativos a respeito de si mesmos, das pessoas que os rodeiam e do futuro, temos um ótimo exemplo de como não agir.
A mesma situação rege muitas de nossas escolhas feitas na carreira e na vida pessoal. Quando ajustamos a mente em determinada faixa, captamos as ondas que estiverem na mesma vibração. Sei que essas expressões parecem tiradas de livros que ensinam a fazer hipnose ou desenvolver a mediunidade, mas não é nada disso. Estou me referindo a uma lei universal que atua em nossa existência a todo instante: a lei do foco. Cuidado com o que você quer, pois você corre o grande risco de conseguir e não estar preparado para as consequências.
Empresas modernas sabem disso e investem muito para que seus funcionários tenham foco na solução de problemas e não nos problemas em si. Tive a oportunidade de ministrar um curso sobre o assunto em uma empresa mineira com mais de dois mil funcionários, atuando em vários setores. A ideia central dos meus contratantes era mostrar que se toda instituição estivesse focada na metas a alcançar, todos sairiam ganhando. O desafio era demonstrar a eficácia desse pensamento, fazendo-os perceber que não era um discurso vazio e sim uma lei do mundo dos negócios. Foi um sucesso. Seis meses depois colhíamos os frutos da empreitada. Na instituição – do diretor ao funcionário do “chão de fábrica” – todos pareciam falar a mesma língua. Não é um processo fácil, mas vale a pena trabalhá-lo.
Esta é uma proposta de reflexão para todos: se você deseja muito alguma coisa, independentemente de ser boa ou ruim, é muito provável que consiga. Caso tenha um pensamento fixo que sua carreira será um fracasso e que todos os problemas do mundo estão em cima de você, tenha convicção de que se sentirá dessa forma e, em cada situação verá, inconscientemente, alguma justificativa para ratificar sua crença mais profunda.
Neste caso, a famosa intuição vai fluir melhor. E outro aspecto importante é que, quando estamos concentrados em questões ou caminhos nocivos, que desagregam recursos emocionais preciosos, passamos a gastar nosso tempo ao invés de investi-lo. Acredite: os pensamentos que nutrimos por muito tempo nos influenciam mais do que podemos imaginar. Tudo porque passamos a criar um filtro e assimilar apenas o que for condizente com este preferencial. Na prática, isso quer dizer que, se você tem uma dificuldade e somente pensa nela, dificilmente vai chegar na solução. Quando, invertendo o processo, passa a se perguntar sobre o que pode ser feito para sanar o problema, a partir daí, há um direcionamento da mente e de suas emoções para o ponto que deseja.
