Possibilitado graças a investimentos em machine learning e uma nova rede particular de nuvem, o COIN é
apenas o começo para o maior banco norte-americano.
No JPMorgan, uma máquina está analisando acordos
financeiros, que uma vez mantiveram equipes jurídicas ocupadas por milhares de
horas.
O programa, chamado COIN (Contract Intelligence),
interpreta acordos de empréstimo comercial, atividade que normalmente consumia
360 mil horas de advogados por ano. O software revê os documentos em segundos,
é menos propenso a erros e nunca pede férias.
Possibilitado graças à investimentos em machine
learning, o COIN é apenas o começo para o maior banco norte-americano. A
empresa recentemente criou centros de tecnologia para equipes especializadas em
big data, robótica e infraestrutura em nuvem. Tudo isso para encontrar novas
fontes de receita, reduzindo despesas e riscos.
Assim
como essa, teremos vários avanços na área da advocacia. Criamos o Lawtech Conference,
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O projeto é supervisionado pelo Diretor de
Operações Matt Zames e pela Diretora de Informação Dana Deasy.
Embora
o JPMorgan tenha saído da crise financeira como um dos poucos vencedores, seu
domínio está em risco se não buscar agressivamente novas tecnologias.
Essa é a mensagem que Zames trouxe à Deasy quando se juntou ao JP no fim
de 2013 e é aplicável a todas as empresas diferentes (ensinamos grandes companhias a inovarem através deste e-book).
“Matt disse: lembre-se de uma coisa acima de todas
as outras: nós precisamos ser os líderes em tecnologia para serviços
financeiros”, comenta. “Tudo que fizemos desde então surgiu dessa reunião”.
Depois de visitar empresas como a Apple e o
Facebook para entender como seus desenvolvedores trabalhavam, o banco decidiu
criar sua própria rede em nuvem chamada Gaia, que entrou em operação no ano
passado. Os trabalhos com machine learning e big data agora são rodados através
da plataforma privada, que tem efetivamente capacidade ilimitada para suportar
sua sede por poder de processamento. O sistema já está ajudando o banco a
automatizar algumas atividades de codificação e tornar seus 20 mil
desenvolvedores mais produtivos, economizando dinheiro, segundo Zames. Quando
necessário, a empresa também pode acessar serviços de nuvem externos da Amazon,
da Microsoft e da IBM.
O orçamento total de tecnologia do JPMorgan para
este ano representa 9% da sua receita projetada – o dobro da média da
indústria, de acordo com a analista do Morgan Stanley Betsy Graseck. Um terço
desse orçamento é destinado a novas iniciativas, algo que Zames quer elevar
para 40%. Ele acredita que economizar com automação e aposentar as velhas
tecnologias o permitirão canalizar mais dinheiro ainda em inovações. Nem todas
as apostas do banco compensarão, mas segundo o executivo “tudo bem”.
“Estamos dispostos a investir para ficar à frente
da curva. Mesmo que, em última análise, parte desse dinheiro vá para produtos
ou serviços que não eram necessários”, disse Marianne Lake, Chefe de Finanças.
“Isso porque não podemos esperar para saber os resultados. O ambiente está em
extrema mutação constante, por isso temos que ir tentando”.
Quanto ao COIN, o programa ajudou o JPMorgan a
reduzir os erros de manutenção de empréstimos, a maioria resultante de erro
humano na interpretação de 12 mil novos contratos por ano. O banco está
buscando maneiras de implantar a tecnologia, que aprende através da ingestão de
dados para identificar padrões e relacionamentos. O banco planeja usá-lo para
outros tipos de arquivamentos legais, como seguro contra calote e contratos de
custódia. Algum dia, a empresa pode usá-lo para ajudar a interpretar os
regulamentos e analisar as comunicações corporativas.
Enquanto um número grande de pessoas se preocupam
que tais avanços podem algum dia tomar seus empregos, muitos funcionários de
Wall Street estão mais focados em benefícios. Um levantamento feito pelo
Options Group, com mais de 3.200 profissionais da área financeira, descobriu
que a maioria espera que novas tecnologias melhorem suas carreiras.
“As pessoas sempre falam sobre isso como um
demérito. Eu falo sobre isso como liberar pessoas para trabalhar em coisas de
maior valor. Razão pela qual é uma oportunidade tão fantástica para a empresa”,
comenta Deasy. O fato é que a tecnologia está mudando a forma como as empresas
funcionam – e quem ficar para trás vai morrer.
Fonte: StarSe - Por Lucas Bicudo