terça-feira, 1 de novembro de 2011

Compreendendo melhor como viver a Terceira Idade

Nesta semana, por força e necessidades burocráticas estive no 1º cartório de Campinas.
A princípio um pouco contrariado, afinal como médico e pesquisador poderia estar cuidando de assuntos que me atraem mais.
Enquanto esperava "os papéis caminharem" aproveitei para dar um abraço no meu amigo Dito Campanhone.
Aconteceu de Dito e eu engatarmos uma conversa com Miguel Macho Gabes, um jovem senhor de 78 anos, ex-inspetor de construção civil - atual filantropo militante da Loja Inconfidência.
Na nossa agradável conversa, o Sr. Miguel Galbes me passou uma visão de como se comportar bem perante a vida no período da terceira idade, tendo ele um espírito sábio e menino aos setenta e oito anos, achei que seria uma boa idéia passar esses conselhos adiante.
Aí vocês tem as reflexões do Sr. Galbes: "Ninguém, por ser muito velho, deve considerar-se um " inútil" e aos anos vividos não concedam o direito de mostrar-se desanimado e desagradável. Para os velhos que, como os jovens, costumam enganar-se com muita freqüência, ofereço, humildemente, estes dez conselhos".

1º Conselho do Sr. Galbes: Não renuncie às tuas ocupações muito cedo

A maior parte dos "Anciões" cruzam os braços quando ainda possuem energia suficiente para a luta, sem compreender que a atividade é "Vida".
O verdadeiro elixir da juventude eterna é o dinamismo, que não permite que envelheçam os que executam um trabalho, com habilidade e prazer.
Muitos velhos chegam a converter-se numa praga entre os seus porque, não tendo ocupação e interesses próprios, acabam se metendo nos assuntos dos outros.
Com essa intromissão impertinente e oficiosa, procuram fugir da falta do que fazer.

2º Conselho: Não mores com teus filhos

Tenhas teu próprio Lar, mesmo que seja somente um "quartinho".
Ali poderás fazer o que quiseres e gozar de "Liberdade e Independência", ao invés de ser obrigado a andar na ponta dos pés para evitar atritos desagradáveis com "noras", "genros", "netos", "teus filhos" e tantos outros "parentes".
Os pais que renunciam ao seu Lar para aceitar o do filho não apreciam a sua felicidade nem a dele.

3º Conselho: Mantenhas o governo de tua bolsa

Ajuda a teus filhos financeiramente, na medida de tuas posses, mas reserva-te sempre uma parte do teu dinheiro.
Não cometas o erro de ceder a teus filhos todos os teus bens em troca da promessa de que cuidarão de ti.
Um bom filho não permitirá isso e um filho ambicioso é mais temível do que um inimigo.
Não esqueças que na velhice, o melhor amigo é um dinheiro bem guardado.
4º Conselho: Cuida de tuas amizades velhas e não desdenhe as novas

Os amigos nos oferecem um bom meio de alegrar a solidão.
Cultiva a arte da amizade como uma planta rara, com os melhores cuidados.
Mostra-te atento às pessoas que conheces e procures não esquecer as datas importantes de suas vidas.
Anote numa pequena agenda sentimental.
Alegra-te com suas alegrias, acompanha-os nas suas tristezas e nunca precisarás queixar-te de estar demasiadamente só.
5º Conselho: Cuida da tua aparência e trata de mostrar-te sempre o mais atraente possível

Muitos velhos pensam que a idade lhes concede o privilégio de vestirem-se de qualquer maneira e até de descuidarem-se dos preceitos elementares de higiene.
Esquecem-se dos alfaiates, modistas, cabeleireiros, barbeiros.
Exibem caspa na gola do paletó e manchas de gordura na camisa revelam o cardápio da semana.
Alguns chegam mesmo a desprezarem o uso de água e sabão.
6º Conselho:Se teus parentes moram distantes, restam-te os vizinhos

Um bom vizinho é um tesouro e como tal devemos descobri-lo e cuidá-lo.
Se queres que teu vizinho se preocupe contigo amanhã e, se caíres doente, possa levar-te o clássico "copo d'água",
preocupa-te com ele hoje e demonstra-lhe que podes ser útil de várias pequenas maneiras.
Teu gesto amigo poderá ser retribuído no momento que mais necessitares.
7º Conselho: Não tentes dirigir, sob qualquer pretexto, a vida de teus filhos adultos

Eles são seres com cérebro, coração, vontade e com muitos anos para cometerem seus próprios erros e adquirirem experiência.
Lembra-te que o fato de que os pusestes no mundo não implica que eles sejam necessariamente iguais a ti.
Dá-te conta que eles possuem, gostos, inclinações, hábitos e inteligência própria e que os tempos mudaram. Muita coisa que na tua juventude era considerada sensata, hoje é encarado como ultrapassada e, em alguns casos, até mesmo estupidez.
Não dê palpites, reserva-te o direito de responderes quando perguntado e serás ouvido.
8º Conselho: Não te deixes dominar pelo vício mais comum da velhice que é a "Presunção"

Não és um sábio somente porque fizeste oitenta anos.
Podes teres vivido esse tempo sem acrescentares sabedoria ao teu viver e chegas ao fim da tua jornada tão estúpido como no início dela.
Se realmente cresceste, deixes que a Humildade seja tua marca mais forte.
9º Conselho: Não creias que tua idade avançada te concede o direito de mostrar-te desagradável

Evites o mais possível ser um desses velhos rabugentos, mau humorados, ásperos, cujas famílias não conhecem um minuto de paz.
Lembra-te que toda paciência tem limite e que não há nada de agradável em desejarem nossa morte.
Nem para eles nem para ti.
10º Conselho: Não sejas "PALIFICANTE"

Não conte a mesma história três, quatro, cinco vezes, se não queres que se afastem de ti.
Guarda tuas memórias e reminiscências e não as evoque a cada momento, esperes que a solicitem.
Aprendas a apreciar o silêncio e, enquanto puderes "LER", não tens necessidade de enfastiares os outros com tua conversa repetitiva.

Autor: Dr. Conceil Corrêa da Silva, Médico Psiquiatra, Escritor e Presidente da Associação Brasileira de Estudos das Inteligências Múltiplas e Emocional® (ABRAE)

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