08 janeiro 2025

Sobre espirro e claridade

"É fato. Quando estamos com vontade de espirrar e olhamos para o sol ou para uma lâmpada, espirramos com muito mais facilidade. Mas por que motivo isso acontece? Na verdade, não existe uma explicação totalmente aceita para isso, no entanto, a hipótese mais aceita é a que relaciona esse feito com o chamado reflexo cruzado.
Segundo alguns especialistas, nós espirramos quando olhamos para a claridade devido ao fato das mensagens visuais enviadas para o nosso cérebro passarem muito próximas daquelas enviadas pelo nervo olfatório e pelo trigêmeo, que comanda a contração dos nervos da mucosa nasal, estimulando assim, o mecanismo do espirro."
Fonte: UOL - Brasil Escola.

Cientistas descobrem ninho de ave rara que põe ovos azuis

Pesquisadores australianos acharam um ninho com nove ovos azul-turquesa de emu costeiro em uma floresta estadual no estado de Nona Gales do Sul, no sudoeste do país. A espécie atualmente é rara - considerada ameaçada de extinção - o que torna a descoberta um ótimo sinal para os biólogos que tentam preservar esses animais.
A coloração vibrante dos ovos, que chama bastante atenção, é similar à da plumagem das fêmeas no período de acasalamento, explicaram os cientistas.
O emu, também conhecido como ema-australiana, é endêmico no país da Oceania e uma das maiores aves terrestres do mundo. A variante costeira está entre as mais raras.
Os emus estiveram envolvidos em um das guerras mais inusitados (para o dizer o mínimo!) da história. O conflito colocou frente a frente militares australianos e o grupo de aves nativas.
O evento inusitado aconteceu em 1932. Portanto, poucos anos antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial, maior conflito do século 20.
O conflito suis generis transcorreu no Oeste da Austrália, quando 20 mil emus migraram em busca de alimentos.
Nativos das áreas centrais da Austrália, as aves assemelhadas aos avestruzes invadiram as fazendas locais. Os emus foram atraídos para esses locais ao identificarem neles a presença abundante de água e trigo.
Os animais promoveram uma devastação nessas fazendas, onde havia estoque de trigo por conta de problemas econômicos advindos da Grande Depressão de 1929.
Os proprietários dessas terras eram em boa parte soldados veteranos da Primeira Guerra Mundial que foram incentivados pelo governo a plantar trigo na região. Esses fazendeiros viram-se indefesos diante da "tropa" de emus famintos e foram atrás de socorro governamental.
O então ministro da defesa George Pearce enviou às áreas tomadas pelos emus um grupamento militar a fim de dizimá-los. A tropa foi a campo para combater a população invasora de emus munida de duas metralhadoras Lewis e munição de dez mil cartuchos.   
A certeza de que o adversário seria facilmente abatido transformou-se rapidamente em um vexame histórico. Muito velozes (até 48 km/h), os emus surpreenderam os atiradores ao seguirem correndo mesmo após serem alvejados. Resultado ao fim do primeiro dia: apenas uma dúzia de aves abatidas. A batalha se arrastou pelos dias seguintes, com uma tentativa de emboscada malsucedida após a metralhadora falhar. A ideia era surpreender um grupo de mil emus.
Os emus tinham sua estratégia natural, uma tática de sobrevivência, algo ignorado pelos militares australianos. O major G.P.W. Meredith, líder da operação militar, relatou que os rebanhos de emus contavam com um líder responsável por vigiar o ambiente enquanto os outros "realizavam suas obras destrutivas". Assim, em caso de sinal de perigo, as aves iniciavam uma fuga em massa e em alta velocidade, para desespero dos combatentes.
Diante desses fracassos, o destacamento decidiu recorrer a uma nova estratégia: o uso de um caminhão. A investida motorizada foi um fiasco, pois o caminhão não conseguia competir em velocidade com os emus e a artilharia não demonstrou competência suficiente.
Após a série de derrotas para as peculiares aves de 1.80 metro de altura, Meredith e o governo capitularam.
A "Grande Guerra aos emus" foi satirizada à época por publicações. Teve até ilustração de uma ave com vestes militares.       
Fonte: MSN .

07 janeiro 2025

Ovo gigante raro

Pesquisadores encontram ovo raro, após presumi-lo como falso.
Quando a gente pensa em ovo gigante, logo vem à cabeça o famoso ovo de avestruz, certo?  O que pouca gente sabe é que no passado existiu uma ave tão gigante quanto — ou até maior —, que botava ovos impressionantes!
Para ter uma ideia do tamanho, o maior ovo já registrado de avestruz chegou a pesar 2,5 kg, o equivalente a um gato de porte médio. Mas, se você achou esse número chocante, espere até saber sobre o verdadeiro campeão nesse quesito.
Um ovo de pássaro-elefante, pertencente a uma família de aves pré-histórica chamada Aepyornis maximus, era tão grande que até um museu de ciência chegou a pensar que fosse falso. A descoberta foi feita no Museu de Ciências de Buffalo em 2018, após anos de confusão. O ovo tinha sido classificado como uma réplica, mas, ao ser reexaminado, foi confirmado como genuíno. 
O maior ovo da história
Os ovos de um avestruz e de um pássaro-elefante (à esquerda) contrastam com um minúsculo ovo de beija-flor, do tamanho de uma bala de goma. (Fonte:Frans Lanting/Nat Geo Image Collection)
Para entender a grandiosidade desse ovo, é preciso voltar no tempo e conhecer o Aepyornis maximus, o pássaro-elefante. Essa ave gigante, que habitou a ilha de Madagascar até sua extinção há cerca de 1.000 anos, botava ovos do tamanho de uma lata de tinta. Esses ovos podiam medir até 33 cm de comprimento e carregar até 8,5 litros de líquido, segundo o Guinness Book of World Records. 
Dada sua imensidão, os ovos desses pássaros não passavam despercebidos. A combinação de seu tamanho e a "facilidade" de acesso aos humanos fez com que eles se tornassem um prato de caçador. Com a caça intensa e a destruição do habitat natural, o Aepyornis acabou sucumbindo à extinção. Mas, como se não fosse o suficiente, o tamanho absurdo dos ovos de elefante também foi uma das razões para o fim dessa espécie. 
Evidências arqueológicas mostram que seres humanos pré-históricos já estavam colhendo esses ovos e quebrando suas cascas para fazer refeições. Além disso, como os ovos dos Aepyornis eram imensos, uma única posta poderia alimentar várias pessoas, tornando a caça ainda mais tentadora. Mas não foi só a caça que levou à extinção: a alteração do ambiente e a chegada de outros predadores também ajudaram a selar o destino do pássaro.
A redescoberta do ovo gigante
Especialista compara um ovo de galinha com o ovo fossilizado de passáro-elefante posto no século 17 (Fonte: REUTERS/Suzanne Plunkett) 
Quando o Museu de Ciências de Buffalo redescobriu o ovo de pássaro-elefante em sua coleção, a reação dos cientistas foi de surpresa. O ovo tinha sido considerado uma réplica por tanto tempo, que ninguém imaginava que fosse real. "Objetos perdidos, escondidos ou mal identificados não são incomuns em museus com coleções centenárias", afirmou Kathryn Leacock, diretora de Coleções do museu. "Estamos muito empolgados por redescobrir esse ovo raro." 
Ao ser reavaliado, o ovo foi confirmado como genuíno, provando que a natureza, mesmo há milênios, ainda pode nos surpreender com suas criações gigantescas.
Hoje, este ovo é um símbolo de um passado distante, mas também serve como alerta sobre o impacto das ações humanas na fauna. O Aepyornis, com seus ovos enormes e sua aparição imponente, pode até ter desaparecido, mas sua história ainda deixa uma marca e a uma grande questão: imagina a quantidade de omelete que daria para fazer com um ovo desses!
Fonte: Mundo Curioso. 

Mensagem subliminar

A mensagem subliminar designa o tipo de mensagem que não é perceptível pelos limites sensoriais do organismo. Dessa forma, é transmitida por estímulos pouco intensos que não são percebidos pela consciência humana, mas que são captadas inconscientemente pela visão periférica (em casos de mensagens visuais) que capta imagens sem utilizar a fóvea (parte da retina que focaliza objetos). Quanto maior for à intensidade dos estímulos supraliminares, maior é a chance de estes serem notados, de forma que o armazenamento dos estímulos subliminares se dá quando os supraliminares estão sendo armazenados.
De forma auditiva, olfativa, gustativa, tátil ou visual as mensagens subliminares ao serem absorvidas não são identificadas pelo cérebro, o que as coloca facilmente sobre as escolhas, atitudes e tomada de decisões, influenciando-as. Apesar de atuarem sobre os cinco sentidos humanos, 90% das mensagens subliminares estão sob as formas visuais e auditivas.
Conscientemente, não se pode perceber a quantidade e a forma de milhares estímulos que se recebe diariamente, mas cientistas, através de experiências, conseguiram perceber quando o cérebro registra uma mensagem subliminar e como isso ocorre.
A mensagem subliminar apesar de ser anti-ética e proibida pelo Código de Defesa do Consumidor, ainda é empregada na TV em comerciais, shows, novelas, filmes, eventos e outros que utilizam de tais mensagens para se auto-promoverem e ainda para realizarem um merchandising de seus colaboradores de forma que somente seja percebido seus produtos nas imagens poluídas que não focalizam nenhum produto existente.
Fonte: UOL - Mundo Educação. 

06 janeiro 2025

Sobre o Escotismo

O escotismo é um movimento de caráter educacional, voluntário e sem fins lucrativos, no qual os jovens têm a oportunidade de se desenvolverem socialmente de uma forma baseada em valores, respeito, amizade, fraternidade e no amor pela natureza.
O movimento foi idealizado pelo lorde inglês Robert Stephenson Smyth Baden-Powell, em 1907. Tudo começou quando Baden-Powell organizou um acampamento com vinte rapazes, no qual ensinou conceitos de primeiros socorros, observação, segurança e orientação aos jovens. Em virtude do bom resultado do acampamento, Baden-Powell resolveu escrever um livro: Escotismo para Rapazes, publicado em 1908. As idéias do inglês foram muito bem recebidas. Rapidamente o movimento se espalhou por vários países do mundo.
No escotismo, os jovens têm a oportunidade de se socializarem de forma disciplinada, pautada em valores e no meio da natureza. Desta forma, o escoteiro se desenvolve fisicamente, por meio de jogos ao ar livre, exercícios, etc;  moralmente, visto que um dos objetivos do escotismo é desenvolver um caráter sadio nos escoteiros; e intelectual, já que são passados conhecimentos específicos de cada etapa das atividades. 
O lema do escotismo  é "Be Prepared" (esteja preparado), contudo no Brasil o mesmo foi adaptado para "Sempre Alerta". Isso significa que o escoteiro deve estar preparado mentalmente,  sempre se lembrando de seus valores, e fisicamente, tornando-se ativo, forte e capaz de realizar o que for necessário. Os escoteiros são divididos em grupos etários. No Brasil, geralmente ocorre a seguinte divisão: Lobinho (7 a 10 anos), Escoteiro (11 a 14 anos), Sênior (15 a 17 anos) e Pioneiro (18 a 21 anos).
Fonte: Escrito por: Tiago Dantas; UOL - Brasil Escola. 

O rio que transforma seres vivos em pedra

Este é o Lago Natron, na Tanzânia, que é tão alcalino que pode calcificar os seres vivos que nele entram.
O Lago Natron tem um pH em torno de 10,5, o que o torna um dos lugares mais alcalinos da Terra.
Devido à sua alta alcalinidade, o lago pode calcificar os seres vivos, transformando-os em estátuas de pedra. Isso porque o lago contém altos níveis de carbonato de sódio, que reage com a pele e os tecidos dos seres vivos, transformando-os em pedra.
Esse fenômeno tem sido observado em diversos animais, incluindo pássaros, insetos e até pequenos mamíferos. O Lago Natron é um lugar único e incrível que atrai cientistas e fotógrafos de todo o mundo.

05 janeiro 2025

Extensão do Rio Amazonas

O Rio Amazonas como você nunca viu, do espaço! Este titã da natureza não só ultrapassa o Nilo em comprimento, com quase 140 km extra, mas é uma autêntica máquina de água doce, derramando incríveis 105 bilhões de litros por minuto no Atlântico. Mas isso não é tudo: sua bacia é um paraíso de biodiversidade, lar de cerca de 2.500 espécies de animais de água doce que você não encontrará em nenhum outro lugar. Um espetáculo natural que demonstra porque é um dos maiores tesouros do planeta. Impossível não ficar maravilhado!
Fonte#Leonízia Silva.

Som poderoso no Oceano Pacífico

Nas profundezas do oceano Pacífico no século passado, foi registrado um evento que durante 8 anos inteiros causou confusão a cientistas e pesquisadores.  
Foi em 1997 quando a NOAA (organismo internacional), gravou um som tão poderoso no Oceano Pacífico que muitos pensaram que vinha de alguma criatura marinha enorme e desconhecida. 
A gravação, é claro, deu a volta ao mundo imediatamente, com especialistas incapazes de fornecer uma explicação lógica, uma vez que nenhuma criatura marinha conhecida poderia produzir um som tão alto.  
De 1997 a 2005, os cientistas tentaram resolver este enigma específico, com muitas teorias: desde criaturas marinhas desconhecidas e exercícios militares secretos, até navios e submarinos misteriosos.
Porém, a natureza sempre tem um jeito único de nos surpreender.  
Assim, após anos de pesquisa na Antártica, foi determinado que esse som ensurdecedor em particular não vinha de alguma criatura misteriosa, mas na verdade era o som de um iceberg gigante da Antártida, que foi produzido devido ao seu desprendimento gradual.
Assim, este acontecimento particular que confundiu cientistas e investigadores, acabou por ser um lembrete de que por vezes a realidade, pela sua simplicidade, é mais fascinante do que qualquer lenda ou mito marinho.

Vulcão misterioso


Cientistas identificam vulcão misterioso que resfriou a Terra em 1831
Após quase 200 anos, pesquisadores descobrem que o vulcão Zavaritskii, nas Ilhas Kuril, foi responsável por uma das maiores erupções do século 19.
A Ilha Simushir no noroeste do Pacífico foi a fonte de uma erupção não identificada em 1831. A remota e desabitada Simushir faz parte das Ilhas Curilas, uma área disputada pela Rússia e pelo Japão.
Um vulcão desconhecido entrou em erupção de forma tão explosiva em 1831 que resfriou o clima da Terra. Agora, quase 200 anos depois, cientistas identificaram o “vulcão misterioso”.
A erupção foi uma das mais poderosas do século 19, lançando tanto dióxido de enxofre na estratosfera que as temperaturas médias anuais no Hemisfério Norte caíram cerca de 1 grau Celsius (1,8 graus Fahrenheit). O evento ocorreu durante os últimos suspiros da Pequena Era do Gelo, um dos períodos mais frios da Terra nos últimos 10.000 anos.
Embora o ano desta erupção histórica fosse conhecido, a localização do vulcão não era. Pesquisadores recentemente resolveram esse quebra-cabeça analisando núcleos de gelo na Groenlândia, observando através das camadas dos núcleos para examinar isótopos de enxofre, grãos de cinza e minúsculos fragmentos de vidro vulcânico depositados entre 1831 e 1834.
Usando geoquímica, datação radioativa e modelagem computacional para mapear as trajetórias das partículas, os cientistas ligaram a erupção de 1831 a um vulcão insular no noroeste do Oceano Pacífico, conforme relataram na segunda-feira (30/12) na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
De acordo com a análise, o vulcão misterioso era o Zavaritskii (também grafado Zavaritsky) na Ilha Simushir, parte do arquipélago das Ilhas Kuril, uma área disputada pela Rússia e Japão. Antes das descobertas dos cientistas, a última erupção conhecida do Zavaritskii foi em 800 a.C.
“Para muitos dos vulcões da Terra, particularmente aqueles em áreas remotas, temos uma compreensão muito pobre de sua história eruptiva”, disse o autor principal do estudo, Dr. William Hutchison, pesquisador principal da Escola de Ciências da Terra e Ambientais da Universidade de St. Andrews, no Reino Unido.
“O Zavaritskii está localizado em uma ilha extremamente remota entre o Japão e a Rússia. Ninguém vive lá e os registros históricos se limitam a alguns diários de navios que passavam por essas ilhas a cada poucos anos”, disse Hutchison à CNN por e-mail.
Com poucas informações disponíveis sobre a atividade do Zavaritskii durante o século XIX, ninguém suspeitava anteriormente que ele pudesse ser um candidato para a erupção de 1831. Em vez disso, os pesquisadores consideravam vulcões mais próximos ao equador, como o vulcão Babuyan Claro, nas Filipinas, segundo o estudo.
“Esta erupção teve impactos climáticos globais, mas foi erroneamente atribuída a um vulcão tropical por um longo período”, disse o Dr. Stefan Brönnimann, líder da unidade de climatologia da Universidade de Berna, na Suíça. “A pesquisa agora mostra que a erupção ocorreu nas Kurils, não nos trópicos”, disse Brönnimann, que não participou do estudo.
“Um genuíno momento eureka”
O exame dos núcleos de gelo da Groenlândia revelou que em 1831, a precipitação de enxofre – um sinal de atividade vulcânica – era cerca de 6,5 vezes maior na Groenlândia do que na Antártida. Essa descoberta sugeriu que a fonte era uma grande erupção de um vulcão de latitude média no Hemisfério Norte, relataram os pesquisadores.
A equipe do estudo também analisou quimicamente cinzas e fragmentos de vidro vulcânico medindo não mais que 0,0008 polegada (0,02 milímetro) de comprimento. Quando os cientistas compararam seus resultados com conjuntos de dados geoquímicos de regiões vulcânicas, as correspondências mais próximas estavam no Japão e nas Ilhas Kuril. As erupções vulcânicas no Japão do século 19 foram bem documentadas, e não havia registros de uma grande erupção em 1831. Mas colegas que haviam visitado anteriormente vulcões nas Ilhas Kuril forneceram amostras que levaram os pesquisadores a uma correspondência geoquímica com a caldeira Zavaritskii.
“O momento no laboratório analisando as duas cinzas juntas – uma do vulcão e outra do núcleo de gelo – foi um genuíno momento eureka”, disse Hutchison em seu e-mail. A datação por radiocarbono de tefra, ou depósitos de cinzas vulcânicas, na Ilha Simushir os situou nos últimos 300 anos. Além disso, a análise do volume da caldeira e dos isótopos de enxofre sugere que a cratera se formou após uma erupção massiva entre 1700 e 1900, fazendo de Zavaritskii “o principal candidato” para a misteriosa erupção em 1831, escreveram os autores.
“Ainda me surpreende que uma erupção deste tamanho não tenha sido reportada”, acrescentou Hutchison. “Talvez existam relatos de queda de cinzas ou fenômenos atmosféricos ocorridos em 1831, que residam em um canto empoeirado de uma biblioteca na Rússia ou no Japão. O trabalho de seguimento para mergulhar nesses registros realmente me empolga.”
O final da Pequena Era do Gelo
A erupção de 1831 ocorreu no vulcão Zavaritskii, na Ilha Simushir. A explosão gerou uma caldeira de 1,87 milhas de largura, revelando camadas vermelhas, pretas e brancas compostas de depósitos eruptivos passados.
Junto com Zavaritskii, outros três vulcões entraram em erupção entre 1808 e 1835. Eles marcaram o declínio da Pequena Era do Gelo, uma anomalia climática que durou do início dos anos 1400 até cerca de 1850. Durante este período, as temperaturas anuais no Hemisfério Norte caíram em média 1,1 graus Fahrenheit (0,6 graus Celsius). Em alguns lugares, as temperaturas eram 3,6 graus Fahrenheit (2 graus Celsius) mais frias que o normal, e o resfriamento persistiu por décadas.
Duas das quatro erupções foram previamente identificadas: o Monte Tambora na Indonésia explodiu em 1815, e Cosegüina entrou em erupção na Nicarágua em 1835. O vulcão que produziu a erupção de 1808/1809 permanece desconhecido. A adição de Zavaritskii destaca o potencial dos vulcões nas Ilhas Kuril para perturbar o clima da Terra, relataram os autores do estudo.
Após a erupção de 1831, condições mais frias e secas emergiram no Hemisfério Norte. Relatos de fome e dificuldades generalizadas logo se seguiram, com fomes assolando a Índia, o Japão e a Europa, afetando milhões de pessoas. “Parece plausível que o resfriamento climático vulcânico tenha levado à falha nas colheitas e à fome”, disse Hutchison. “Um foco da pesquisa em andamento é entender até que ponto essas fomes foram causadas pelo resfriamento climático vulcânico ou por outros fatores sociopolíticos.”
Ao fornecer uma peça há muito perdida de informação sobre os vulcões do século 19 que resfriaram o clima da Terra, “o estudo talvez fortaleça nossa confiança no papel das erupções vulcânicas para a última fase da Pequena Era do Gelo”, disse Brönnimann.
Como Zavaritskii, muitos vulcões em todo o mundo estão em lugares isolados e são mal monitorados, tornando desafiador prever quando e onde a próxima erupção de grande magnitude pode ocorrer, acrescentou Hutchison. Se há uma lição a ser aprendida com a erupção de 1831, é que a atividade vulcânica em locais remotos pode ter consequências globais devastadoras — para as quais as pessoas podem não estar preparadas para enfrentar.
“Não temos realmente uma comunidade internacional coordenada para entrar em ação quando a próxima grande erupção acontecer”, disse Hutchison. “Isso é algo que precisamos pensar tanto como cientistas quanto como sociedade.”
nos, pesquisadores descobrem que o vulcão Zavaritskii, nas Ilhas Kuril, foi responsável por uma das maiores erupções do século 19.
Fonte: Mindy Weisberger - CNN.

Bebê mamute de 50 mil anos é encontrado quase intacto na Sibéria

Pesquisadores da North-Eastern Federal University (NEFU), na Rússia, descobriram os restos mortais de um bebê mamute que ficou conservado no solo congelado nos últimos 50 mil anos.
O animal, uma fêmea de cerca de um ano de idade, foi apelidado de Yana. Ela pesa cerca de 100 quilos e tem 1,2 metro de altura e 2 metros de comprimento.
Sete carcaças de mamutes já foram recuperadas no mundo, e os pesquisadores da NEFU consideram que Yana é o exemplar mais bem preservado já encontrado.
Ela foi encontrada na cratera Batagaika, na região de Yakutia, no extremo leste da Rússia. A cratera é conhecida como a “porta do inferno”: tem um quilômetro de profundidade. Mais do que isso, ela aumenta em área e em profundidade a cada ano, devido ao derretimento do permafrost.
O permafrost é uma uma grande camada de solo congelado, presente principalmente em porções dos EUA, Rússia, Canadá e demais regiões árticas. Esse tipo de solo, congelado há milhares de anos, preserva uma grande quantidade de carcaças de animais, assim como restos mortais de microorganismos, como vírus e bactérias.
Nos últimos 50 anos, a área de permafrost no hemisfério Norte diminuiu em 7%. O seu derretimento tem várias consequências, já que o permafrost é um importante reservatório de carbono. Com o descongelamento do solo, além do afloramento de várias espécies como a mamute Yana, há a liberação de toneladas de gases do efeito estufa. Sem falar no potencial risco de um desastre ecológico com a liberação de microrganismos pré-históricos desconhecidos, claro.
A cratera Batagaika já revelou os restos mortais de outros animais antigos, incluindo bisões, cavalos e cães. Em novembro, cientistas da mesma região encontraram os restos de um corpo parcial e mumificado de um gato dente-de-sabre, que se acredita ter cerca de 35 mil anos de idade. E, no início de 2024, os restos mortais de um lobo de 44 mil anos também foram descobertos.
Yana foi encontrada por moradores da região, que “estavam no lugar certo e na hora certa”, segundo explicou Maxim Cherpasov, chefe do Laboratório do Museu do Mamute, vinculado à NEFU, em entrevista à BBC. Eles viram que a carcaça já estava quase completamente descongelada e a trouxeram para a superfície em uma maca improvisada antes que predadores se alimentassem do corpo.
“Como regra geral, a parte que descongela primeiro, especialmente o tronco, geralmente é comida por predadores modernos ou pássaros”, disse ele à agência de notícias Reuters. Mas, “embora os membros anteriores já tenham sido comidos, a cabeça está notavelmente bem preservada”, acrescentou.
Um pesquisador do museu, Gavril Novgorodov, disse à Reuters que o mamute “provavelmente ficou preso” em um pântano e foi “assim preservado por várias dezenas de milhares de anos”.
Fonte: Superinteressante .