O idealizador do Retiro dos Artistas foi Frederico Figner. Mas quem foi Frederico Figner?
Frederico Figner nasceu em dezembro de 1866 em Milewko, na então Tcheco-Eslováquia.
Ainda
muito jovem e buscando ampliar seus horizontes migrou para os Estados
Unidos, chegando ao país no momento em que Thomas Edison estava lançando
um aparelho que registrava e reproduzia sons por intermédio de
cilindros giratórios.
Naquela cidade começou a exibir a novidade para o público, que pagava para registrar e escutar a própria voz.
O sucesso foi imediato e, de Belém, Fred se dirigiu para outras praças, sempre com o gravador a tiracolo.
Passou
por Manaus, Fortaleza, Natal, João Pessoa, Recife e Salvador antes de
chegar ao Rio de Janeiro, no ano seguinte, já falando e entendendo um
pouquinho do nosso idioma e com um razoável pé de meia.
Na
Cidade Maravilhosa Figner abriu sua primeira loja, a Casa Edison, em um
sobrado da Rua Uruguaiana, onde importava e comercializava esses
primeiros fonógrafos.
Por
essa mesma época o cientista judeu Emile Berliner tinha acabado de
lançar nos Estados Unidos um equipamento de gravação que utilizava
discos revestidos com cera, com qualidade sonora superior ao do aparelho
de Thomas Edison.
Fred
Figner percebeu de imediato o potencial da nova invenção e transferiu
seu estabelecimento de um sobrado da Rua Uruguaiana para uma loja térrea
na tradicional Rua do Ouvidor, onde abriu o primeiro estúdio de
gravação e varejo de discos do Brasil, em 1900.
Apesar
das limitações técnicas, essa iniciativa representou uma verdadeira
revolução para a música popular brasileira, que engatinhava, pois até
então os artistas só podiam se apresentar ao vivo ou comercializar suas
criações por intermédio de partituras impressas.
O primeiro disco brasileiro foi gravado na Casa Edison pelo cantor Manuel Pedro dos Santos, o Bahiano, em 1902.
Era o lundu "Isto é Bom", de autoria do seu conterrâneo Xisto da Bahia.
A
partir daí mais e mais artistas começaram a gravar suas composições em
discos que eram distribuídos pela Casa Edison do Rio e também pela
filial que Figner havia aberto em São Paulo.
A
procura pelos discos cresceu tanto que em 1913 Fred decidiu instalar uma
indústria fonográfica de grande porte na Av. 28 de Setembro, Vila
Isabel, dando origem ao consagrado selo Odeon.
Fred Figner era um homem
à frente do seu tempo e para coroar o sucesso nos negócios decidiu
erguer uma residência que espelhasse seu perfil empreendedor.
A hoje conhecida Mansão Figner, na Rua Marquês de Abrantes 99, no Flamengo, abriga o Centro Cultural Arte-SESC e o restaurante Bistrô do SENAC.
É considerada um exemplo arquitetônico raro de "casa burguesa do início do século 20".
Fred Figner utilizou-a como hospital, em 1918, durante a pandemia conhecida como Gripe Espanhola.
Apesar dele próprio estar acometido pela enfermidade, atuou como um prestativo auxiliar de enfermagem, transformando seu palacete em uma improvisada enfermaria de campanha que chegou a abrigar quatorze pacientes em seu interior.
A hoje conhecida Mansão Figner, na Rua Marquês de Abrantes 99, no Flamengo, abriga o Centro Cultural Arte-SESC e o restaurante Bistrô do SENAC.
É considerada um exemplo arquitetônico raro de "casa burguesa do início do século 20".
Fred Figner utilizou-a como hospital, em 1918, durante a pandemia conhecida como Gripe Espanhola.
Apesar dele próprio estar acometido pela enfermidade, atuou como um prestativo auxiliar de enfermagem, transformando seu palacete em uma improvisada enfermaria de campanha que chegou a abrigar quatorze pacientes em seu interior.
Fred era um homem generoso e solidário.
Pela própria natureza do trabalho nas suas duas gravadoras havia se tornado amigo de muitos músicos e cantores de sucesso.
Em uma época que antecedeu à criação da Previdência, ficou consternado com a situação de penúria que alguns desses artistas tinham de enfrentar ao chegar à velhice.
Sensibilizado com esse verdadeiro drama social, não titubeou e decidiu doar o terreno, em Jacarepaguá, para a construção da modelar instituição Retiro dos Artistas, que funciona até os dias de hoje.
Pela própria natureza do trabalho nas suas duas gravadoras havia se tornado amigo de muitos músicos e cantores de sucesso.
Em uma época que antecedeu à criação da Previdência, ficou consternado com a situação de penúria que alguns desses artistas tinham de enfrentar ao chegar à velhice.
Sensibilizado com esse verdadeiro drama social, não titubeou e decidiu doar o terreno, em Jacarepaguá, para a construção da modelar instituição Retiro dos Artistas, que funciona até os dias de hoje.
Em
19 de janeiro de 1947, quando faleceu, aos 81 anos de idade, ao se abrir
seu testamento, verificou-se que Fred Figner havia destinado parte
substancial dos seus bens às obras sociais de Chico Xavier.
O
jornal carioca A Noite Ilustrada publicou editorial em que o judeu
Frederico Figner foi honrado, post-mortem, com o merecido título de "o mais brasileiro de todos os estrangeiros".
Fonte: Cantídio Dantas