Você sabia que existiu um forte no alto do Morro da Viúva? O Morro da Viúva, situado entre os bairros de Botafogo e Flamengo, já foi uma pedreira cujas pedras abasteceram importantes obras da cidade, como o Obelisco da Avenida Rio Branco e os meios-fios da Beira-Mar.
Em meados do século XIX, por volta de 1863, foi erguida ali uma bateria militar — a Bateria do Morro da Viúva — como parte das defesas da Baía de Guanabara durante a Questão Christie, mas foi desativada cerca de 1885 e posteriormente demolida com a abertura da Avenida Rui Barbosa em 1922.
Logo a seguir, por volta de 1878–1891, foi construído um reservatório de água no topo do morro. Projetado pelos engenheiros Jerônimo Jardim e Luiz Francisco Monteiro de Barros, foi concebido para abastecer os bairros de Botafogo, Praia Vermelha e Leme com água proveniente de mananciais da Tijuca e áreas próximas. O reservatório, feito em alvenaria com compartimentos cobertos por abóbadas, permaneceu em operação até a década de 1970 e recebeu tombamento provisório pelo Inepac em 1998
Hoje, o morro está quase invisível do nível da rua, completamente cercado por prédios altos, mas preserva uma vegetação densa no alto e abriga ruínas históricas do reservatório Acessar esse espaço depende de um acesso discreto pela Travessa Acaraí, no final da Avenida Oswaldo Cruz, atrás da Praça Nicarágua, onde uma portinhola leva a uma escadaria que sobe até o platô do morro
Moradores locais mantêm o local limpo e preservado, mesmo sob ameaças de despejo. A presença da vegetação, saguis e a vista parcial do Pão de Açúcar, Cristo e Corcovado por entre os prédios tornam o lugar um “segredo” precioso da cidade.