segunda-feira, 13 de julho de 2009

O Relógio do Fim do Mundo

Recebi por email, assinado por Nehemias Gueiros, Jr.
O chamado "Relógio do Fim do Mundo", em inglês The Doomsday Clock, é uma face simbólica de relógio, mantida em funcionamento desde 1947 pelo conselho de diretores (board of directors) do "Boletim de Cientistas Atômicos" da Universidade de Chicago. O aparato utiliza a analogia da espécie humana estar em um tempo calculado como "minutos antes da meia-noite", no qual meia-noite representa a destruição catastrófica da humanidade. Originalmente, a analogia representava a ameaça da guerra nuclear global mas atualmente inclui as tecnologias que influenciam e modificam o clima e novos desdobramentos das ciências vitais e na nanotecnologia que poderiam causar danos irreparáveis ao meio-ambiente terrestre.
Desde seu advento, o relógio do fim do mundo aparece em todas as capas da revista do "Boletim dos Cientistas Atômicos". Sua primeira representação gráfica foi em 1947, quando o co-fundador da revista Hyman Goldsmith pediu à artista plástica Martyl Langsdorf (esposa do físico Alexander Langsdorf, Jr., que participou do Projeto Manhattan de desenvolvimento da primeira bomba atômica americana em Los Alamos, estado do Novo Mexico) para criar uma capa para a edição de junho de 1947.
O número de minutos antes da meia-noite - que medem os graus de ameaças nucleares, ambientais e tecnológicas à humanidade - é periodicamente corrigido. Atualmente o relógio está em 5 (cinco) minutos para a meia-noite, tendo avançado até 2 minutos no dia 17 de janeiro de 2007.
Abaixo, a capa da edição que estampou pela primeira vez o relógio fatídico.
Em 1947, logo no início da Guerra Fria entre os Estados Unidos e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, que acabara de começar após a divisão da Alemanha pelos aliados ao final da Segunda Guerra Mundial, o relógio foi iniciado posicionado em 7 (sete) minutos antes da meia-noite e subsequentemente avançou e recuou várias vezes em função do estado do planeta e as possibilidades de guerra atômica. O posicionamento do relógio é relativamente arbitrário e decidido pelos membros do "Boletim dos Cientistas Atômicos" na esteira dos acontecimentos geopolíticos globais.
O relógio nem sempre foi avançado e recuado tão rapidamente como os eventos mundiais acontecem. O mais próximo da meia-noite foi durante a "crise dos mísseis de Cuba", em 1962, quando os russos instalara mísseis atômicos em Cuba, a apenas 90km de Miami e capazes de atingir todas as cidades americanas em menos de 15 minutos. O presidente John F. Kennedy demonstrou firmeza e resolução, não recuou, colocou as forças armadas dos Estados Unidos em alerta DEFCON 2 (Defense Condition 2), em que todos os bombardeiros B-52 e mísseis intercontinentais, caças supersônicos e porta-aviões ao redor do mundo se posicionaram para ataque imediato ao território russo e a URSS teve que ceder, desmantelando os mísseis e mandando-os de volta a Moscou em navios sobrevoados humilhantemente pela Marinha e pela Força-Aérea americana durante o trajeto de volta. Esta crise atingiu seu climax e solução em menos de 15 dias e o relógio não chegou a marcar meia-noite, mas marcou 11h59min, um tremendo susto para a humanidade.
O mais recente avanço do relógio do fim do mundo ocorreu em 17 de janeiro de 2007, e refletiu eventos internacionais de grande perigo para a espécie humana criados pela enorme quantidade de armamentos nucleares hoje ainda existentes nas mãos de alguns países, cerca de 27.000 ogivas, pelo menos 4.000 delas prontas para lançamento em apenas alguns minutos, de submarinos submersos em vários pontos do globo.
A decisão, além do Boletim dos Cientistas Atômicos, foi tomada em conjunto com vários cientistas laureados com o prêmio Nobel, entre eles o físico inglês Sir Stephen Hawking e o astrônomo Sir Martin Rees.
Desde seu início, em 1947, os ponteiros do "relógio do fim do mundo" já se moveram 18 (dezoito) vezes.

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