15 maio 2025

O mapa do mundo

Na Dinamarca, próximo à cidade de Hobro, encontra-se uma atração notável chamada Verdenskortet, ou "O Mapa do Mundo". Construído por Søren Poulsen ao longo de mais de 25 anos, esse mapa artesanal gigante está situado nas águas rasas do Lago Klejtrup. Poulsen começou o projeto em 1944, usando pedras que ele mesmo transportou manualmente para representar cada país e continente.
O mapa é construído em escala, com cada grau de latitude equivalente a 111 quilômetros. Cada massa de terra é delineada com grande cuidado, e os visitantes podem caminhar por caminhos que permitem explorar o mundo inteiro em apenas alguns minutos. O que começou como um projeto pessoal transformou-se em uma maravilha local, atraindo turistas e entusiastas de geografia.
Hoje, Verdenskortet permanece como um tributo à visão, dedicação e habilidade de Poulsen. É um exemplo único de como a paixão de uma pessoa pode transformar um pequeno pedaço de terra em um símbolo global.

A ascensão da China

A China do século XXI não é somente uma potência em ascensão: é uma força transformadora da ordem internacional. Em poucas décadas, o país passou de uma economia rural e isolada para se tornar a segunda maior economia do planeta, disputando protagonismo com os Estados Unidos em frentes econômicas, tecnológicas, militares e diplomáticas.
RAÍZES HISTÓRICAS DO RESSURGIMENTO 
Para entender a ascensão chinesa, é preciso recuar. Durante séculos, a China foi uma das civilizações mais avançadas do mundo. Mas a chamada “Era da Humilhação” — marcada por guerras com potências ocidentais, perda de territórios e o domínio colonial — abalou profundamente o orgulho nacional.
A Revolução Comunista de 1949, liderada por Mao Zedong, deu início à construção de um novo Estado. Porém, foi com as reformas econômicas iniciadas por Deng Xiaoping a partir de 1978,  que a China começou a se transformar: abandonou o isolamento e integrou-se à economia global com um modelo único de “socialismo de mercado”.
O MOTOR DA NOVA CHINA 
Nas décadas seguintes, a China tornou-se a “fábrica do mundo”, dominando cadeias de produção e acumulando reservas bilionárias. A urbanização em massa, os investimentos em infra-estrutura e a educação técnica impulsionaram a produtividade. Hoje, o país lidera áreas como:
Tecnologia 5G, inteligência artificial e veículos eléctricos;
Finanças globais, com o yuan ganhando espaço internacional;
Infra-estrutura global, com a ambiciosa Iniciativa do Cinturão e Rota (Nova Rota da Seda), que busca ligar a Ásia, a África e a Europa sob uma rede logística e diplomática liderada por Pequim.
GEOPOLÍTICA DO PODER: O DESAFIO AO OCIDENTE 
A ascensão da China desafia o status quo liderado pelo Ocidente desde o fim da Segunda Guerra Mundial. O país propõe uma ordem internacional mais multipolar e centrada na Ásia, promovendo alianças como o BRICS, o SCO (Organização de Cooperação de Xangai) e reforçando sua influência em organismos internacionais.
Ao mesmo tempo, tensões com os Estados Unidos e seus aliados aumentam, especialmente em temas como:
Taiwan e o Mar do Sul da China;
Tecnologias estratégicas e segurança cibernética;
Direitos humanos e liberdade de expressão.
A disputa não é apenas militar ou econômica — é ideológica, envolvendo diferentes modelos de sociedade, desenvolvimento e governança.
O DILEMA GLOBAL: COMPETIÇÃO OU COOPERAÇÃO?
A ascensão chinesa impõe ao mundo um dilema geopolítico: será possível coexistir com uma superpotência que não compartilha dos mesmos valores políticos que o Ocidente? Ou o futuro será marcado por uma nova Guerra Fria, mais tecnológica e diplomática que militar?
Países do Sul Global, especialmente na África e América Latina, enxergam na China uma alternativa de investimento e parceria sem os condicionantes tradicionais do Ocidente, o que aumenta o alcance da influência chinesa ,mas também gera dependência.
A ascensão da China é, ao mesmo tempo, um feito histórico e um desafio sistêmico. Para alguns, é o retorno de um império milenar ao seu lugar de destaque. Para outros, uma ameaça à ordem liberal internacional. O certo é que o século XXI será moldado pelo equilíbrio — ou desequilíbrio — entre as potências tradicionais e o gigante que despertou.
A pergunta que fica: o mundo está preparado para a liderança chinesa?
Fonte: ARQUIVO HISTÓRICO - RESGATANDO MEMÓRIAS, CONECTANDO HISTÓRIAS

14 maio 2025

Chuva artificial chinesa

Cientistas chineses realizaram um experimento bem-sucedido de modificação climática na região árida de Xinjiang, utilizando drones para induzir chuva artificial. 
Com apenas 1 kg de iodeto de prata, um composto que atua como núcleo de condensação nas nuvens, eles conseguiram gerar mais de 70.000 metros cúbicos de precipitação adicional, o equivalente a aproximadamente 30 piscinas olímpicas de 2 metros de profundidade.

O relógio mais antigo de Paris

O relógio mais antigo de Paris é o Relógio Conciergerie, instalado em 1370. Localizado na Île de la Cité, adorna a fachada da Conciergerie, outrora um palácio real e mais tarde uma prisão. 
Este relógio deslumbrante não é apenas uma obra-prima do design gótico, mas também o primeiro relógio público em Paris, construído para ajudar a regular a vida na cidade. Restaurado várias vezes, ainda se mantém como um símbolo das profundas raízes históricas e da elegância arquitetónica da cidade.

13 maio 2025

As Oiorpatas

As Oiorpatas eram mulheres guerreiras dos povos citas, conhecidas por sua habilidade no combate e por desempenharem papéis significativos nas sociedades nômades das estepes eurasiáticas. O termo "Oiorpata" vem do grego antigo e significa "matadoras de homens", derivado de oior (homem) e pata (matar). Heródoto, historiador grego do século V a.C., utilizou esse termo para descrever essas mulheres guerreiras.
Segundo Heródoto, as Oiorpatas eram originalmente mulheres da tribo das Amazonas, que, após serem derrotadas na batalha do rio Termódon, foram capturadas pelos gregos e levadas em navios. Durante a travessia, elas se rebelaram, mataram os marinheiros e, sem conhecimento de navegação, foram levadas pelas correntes até as terras dos citas. Lá, elas se estabeleceram, adaptaram-se à vida nômade e tornaram-se guerreiras habilidosas.
Outras fontes, como o texto hipocrático Sobre o Ar, as Águas e os Lugares, descrevem práticas culturais das mulheres guerreiras citas, incluindo a cauterização do seio direito para melhorar a habilidade com o arco e a exigência de matar três inimigos antes do casamento.
Escavações arqueológicas confirmam a presença de mulheres guerreiras nas culturas citas e sármatas. Por exemplo, no túmulo de Ak-Alakha, na região do Altai, foi encontrado o esqueleto de uma mulher enterrada com seis cavalos selados e objetos de status, sugerindo seu papel como líder ou guerreira de elite. 
Além disso, estudos indicam que cerca de um terço das mulheres citas enterradas com armas, como arcos, lanças e espadas, evidenciam sua participação ativa em batalhas. 
O legado das Oiorpatas perdura como símbolo de força e independência feminina. Elas desafiaram as normas de gênero de sua época, desempenhando papéis de liderança e combate em sociedades dominadas por homens. Seu exemplo inspira até hoje movimentos que buscam a igualdade de gênero e o empoderamento feminino.

Seu cachorro vê além dos seus olhos

Já reparou quando ele para e olha fixamente pro nada? Ou late pra um canto vazio da casa?
Não é loucura. Ele sente o que você não vê. Ele vê o que seus olhos não alcançam.
Os cães têm uma sensibilidade espiritual incrível.
Eles percebem quando sua energia está pesada.
Se aproximam quando você está triste.
Rosnam para o “nada” porque estão te protegendo de algo que você não enxerga.
Seu cachorro não é só um amigo.
Ele é um guardião da sua paz, um escudo contra energias negativas, um ser de luz que sente o que ninguém mais sente.
Quando ele deita do seu lado em silêncio, é porque ele sabe que você precisa dele.
Quando chega perto sem motivo, é porque sua alma está pedindo acolhimento.
Eles não protegem só a casa…
Protegem o seu espírito.
Acredite: ele vê por você.
Dê amor, carinho e gratidão. Porque no olhar do seu cão…
Existe uma alma antiga que escolheu te amar.
Fonte: Mundo Animal. 

12 maio 2025

Energia de um raio

A energia liberada em um raio é um fenômeno elétrico e térmico que ocorre devido à intensa diferença de potencial elétrico entre nuvens ou entre uma nuvem e o solo. Esse potencial pode atingir milhões de volts, criando um campo elétrico forte o suficiente para ionizar o ar, tornando-o condutor e permitindo a descarga elétrica. 
Fisicamente, um raio pode ser descrito pelo conceito de potência elétrica, dado por P = V.I, onde V é a diferença de potencial e I é a corrente elétrica. Durante uma descarga, a corrente pode chegar a dezenas de milhares de amperes, liberando uma enorme quantidade de energia em um curto intervalo de tempo. Essa energia se manifesta como luz, calor e ondas sonoras. 
A temperatura no canal do raio pode ultrapassar 30.000°C, cinco vezes mais quente que a superfície do Sol. Essa alta temperatura faz com que o ar ao redor se expanda rapidamente, gerando uma onda de choque que percebemos como trovão. 
Além disso, a energia eletromagnética emitida pode interferir em dispositivos eletrônicos e causar danos a estruturas. O estudo da física dos raios é essencial para o desenvolvimento de sistemas de proteção e para entender melhor os fenômenos atmosféricos.
Raio caindo em árvores
Quando um raio atinge uma árvore, a temperatura extrema faz a seiva ferver instantaneamente, criando uma forte pressão interna. O impacto pode causar desde rachaduras na casca até a explosão completa da árvore.
Raio em vulcão
Esse fenômeno, conhecido como relâmpago vulcânico, ocorre quando a erupção libera partículas de cinzas e gases carregados eletricamente. Essa eletrificação na atmosfera forma uma tempestade de raios dentro da própria erupção, criando um dos espetáculos naturais mais raros e assustadores.

A vida do músico Blind Tom

Em 1849, em uma plantação na Geórgia, nasceu uma criança que parecia destinada a ser esquecida pela história. Thomas Wiggins, mais tarde conhecido como Blind Tom, veio ao mundo numa época em que ser cego significava ser considerado inútil no cruel sistema esclavagista do sul dos EUA. Sua vida começou com rejeição: ele não podia trabalhar nos campos, então seu dono pensou em se livrar dele. Mas o destino tinha outros planos.
Desde cedo, Tom demonstrou um fascínio obsessivo por sons. Enquanto outras crianças brincavam ou trabalhavam, ele passava horas ouvindo o vento nas árvores, a chuva gota ou o ranger das madeiras da casa. Qualquer barulho parecia apanhá-lo em um mundo só seu.
Um dia, quando tinha quatro anos, Tom encontrou um piano na casa do seu mestre, James Bethune. Para surpresa de todos, sem ter recebido uma única lição, sentou e começou a tocar. No início, os sons eram caóticos, mas rapidamente começou a imitar as melodias que ouvia na casa, com uma precisão impossível para alguém que nunca tinha tocado um instrumento.
Bethune, ao perceber que tinha um prodígio nas suas mãos, decidiu explorá-lo. Treinou-o com professores de música e começou a levá-lo em turnê, apresentando-o como um fenômeno da natureza. Com o tempo, Tom foi enchendo teatros por toda a América e Europa. Eu podia ouvir qualquer peça musical uma vez e repeti-la nota por nota, até peças complexas de compositores como Beethoven ou Chopin. Mas seu talento ia além da simples imitação: improvisava, compunha e dava à música uma alma própria.
As pessoas vinham em massa para ver. Não só porque ele era um virtuoso, mas porque sua forma de tocar era visceral, como se a música falasse através dele. Diz-se que ele podia imitar com o piano qualquer som que ouvisse desde o canto dos pássaros até o estrondo de uma tempestade.
No entanto, sua vida nunca foi inteiramente sua. Apesar da fama e do dinheiro que ele gerava, ele nunca foi livre. Seus ganhos iam para a família Bethune, e Tom, com uma mentalidade infantil devido ao que hoje poderia ser diagnosticado como autismo, nunca compreendeu totalmente a exploração a que estava sujeito. Ele passou a vida sendo transferido de um lado para o outro, tocando em cenários deslumbrantes, mas sem ter controle sobre o seu próprio destino.
À medida que envelheceu, a fama de Blind Tom diminuiu, embora o seu talento nunca diminuísse. Faleceu em 1908, tendo tocado para presidentes, músicos renomados e milhares de espectadores que ficaram maravilhados com seu dom.
Hoje, o seu legado continua vivo. Sua história inspirou músicos como Elton John, que compôs a música The Balad of Blind Tom em sua homenagem. E embora seu nome não seja tão lembrado quanto o de outros gênios musicais, sua história é um testemunho do poder da arte, da resiliência e do mistério do talento humano.
Blind Tom não via o mundo, mas ouvia-o de uma maneira que ninguém mais podia. E através da sua música, ele conseguiu que outros também o ouvissem.

Painéis solares entre trilhos de trem

A Suíça está instalando painéis solares entre os trilhos de trem — e essa tecnologia pode fornecer energia para 300 mil residências sem atrapalhar a circulação dos trens.
Em um avanço inovador rumo às energias renováveis, a startup suíça Sun-Ways implantou painéis solares entre os trilhos próximos à cidade de Buttes, no oeste da Suíça.
Esse sistema diferenciado — desenvolvido para ser instalado e retirado com rapidez — é o primeiro no mundo a unir geração de energia solar com a infraestrutura ferroviária ativa. Ao contrário de outros projetos que utilizam trilhos, os painéis da Sun-Ways são completamente removíveis, permitindo o funcionamento normal dos trens e a realização de manutenções necessárias. Com o apoio da Agência Suíça de Promoção da Inovação e diversos parceiros, o projeto piloto busca provar que é viável transformar milhares de quilômetros de ferrovias subutilizadas em fontes de energia limpa.
Caso seja adotado em larga escala, a Sun-Ways estima que sua tecnologia poderia gerar até 2% da eletricidade do país, o suficiente para abastecer 300 mil lares. A proposta já chamou atenção internacional, com países como Coreia do Sul e Estados Unidos avaliando parcerias semelhantes. Embora alguns especialistas levantem dúvidas sobre a eficiência dos painéis removíveis a longo prazo, outros acreditam no enorme potencial de reutilizar estruturas existentes ao invés de ocupar áreas naturais. Com metas ambiciosas rumo a um futuro sem emissões, a Suíça vê na solução da Sun-Ways um modelo arrojado e expansível para produção de energia limpa sobre trilhos.

11 maio 2025

Árvores na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte

As espécies de árvores da Praça da Liberdade em Belo Horizonte - Na praça, estão diversas espécies de árvores, com destaque para os ipês, que são uma característica marcante da cidade. Além dos ipês, que incluem diversas tonalidades como roxo, rosa e branco, também se encontram outras espécies como palmeiras imperiais, ipês-brancos, araucárias, ciprestes, tipuanas e magnólias. A praça conta com uma alameda de palmeiras imperiais e outras árvores de porte médio, arbustos e gramíneas. 
Principais árvores da Praça da Liberdade:
Ipês: Diversas espécies, incluindo roxo, rosa e branco.
Palmeiras Imperiais: Utilizadas para formar uma alameda.
Ipês-Brancos: Conhecidos como "noivas da cidade" pela cor de suas flores.
Araucárias: Presentes na praça.
Ciprestes: Também fazem parte da paisagem da praça.
Tipuanas: Incluídas nas novas árvores plantadas.
Magnólias: Novas adições à praça.
Outras: Arbustos, gramíneas e diversas espécies floríferas. 
A praça é um local emblemático na cidade, com a floração dos ipês, especialmente os brancos, sendo um evento anual aguardado por muitos. 
Na Praça são encontradas ainda algumas espécies arbóreas chamadas de pioneiras, cujo crescimento rápido proporciona a formação de sombras em curto período de tempo, tais como: bouganvilha (Bougainvillea glabra), carnaúba (Copernicia prunifera) e ipê-roxo bola (Handroanthus impetiginosa). Fotografia de @gustavosimoes.art