segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Como vai a Bolsa de Valores diante do desenrolar da crise?

Nos últimos dias andei pensando o quê poderia acontecer em termos de desdobramentos pela aprovação do "pacote" americano para tentar superar a crise. Pensei muito. Li daqui e dalí, analisei algumas possibilidades, e fiquei mais convencido que uma das máximas do mercado bursátil, "comprar no boato e vender no fato" tem se comprovado nos últimos tempos. Evidências não faltaram.
Acompanho de perto análises gráficas que são disponíveis em diversos sites, faço a minha, observo opiniões de ariculistas e colunistas de plantão na área econômica. Sinceramente, não tenho visto muita coisa de novo que os articulistas tragam sobre o comportamento do mercado. Vejo-os muito na defensiva, talvez devido aos grandes erros do ano de 2008. Mudam as palavras, mas, espremendo-se, continua tudo no mesmo. A crise é forte!
Então, para onde vai a dinheirama que os diversos governos estão colocando no mercado, com a finalidade de aumentar o crédito, dinamizar produção, retomar o crescimento, etc.? Em minha modesta e despretensiosa opinião vai exatamente para onde foi estabelecido, com alguns pormenores que conclui diante do que estou vendo e lendo.
O crédito está voltando lentamente, mas o custo do dinheiro está muito alto, até como proteção para os próprios bancos, que nunca gostaram de correr riscos, principalmente agora. As indústrias e pessoas físicas (a maioria), não estão conseguindo crédito. Então, os bancos que já haviam se precavido durante o desenrolar da crise, estão reforçando seus balanços, aumentando em muito as reservas para os chamados "devedores duvidosos". Não me assustarei se os balanços dos bancos para o 1º semestre vierem com polpudos lucros (mais uma vez). As indústrias, o comércio e a área de prestação de serviços dependem direta e indiretamente do crédito dito disponível. A disponibilidade não ocorre conforme os governos gostariam e a população consciente, poupa para se prevenir de um futuro incerto.
Mas e daí? O que teria isto a ver com a Bolsa de Valores? Minha visão é de que, por enquanto, pelo menos durante o primeiro semestre, a situação não ficará muito diferente do que estamos vendo. Todos sabem que os mercados não podem parar, sob pena de ocorrer uma estagnação com baixa inflação, a famosa estagflação. Se não há compradores, não há produção, os preços não sobem, os mercados não andam.
Olhando agora a Bolsa de Valores e análises desenvolvidas nos últimos tempos, após o recrudescimento da crise mundial, podemos verificar, por exemplo, que o mercado à vista da Bovespa nunca apresentou redução de vendas tão grande como agora. Segundo alguns analistas, o fluxo de investimento estrangeiro na Bovespa apresenta uma confuguração que nos leva a crer em uma retomada dos investimentos estrangeiros, o que pode representar, a se confirmar a tendência, uma boa oportunidade para compra de ações. Não podemos nos esquecer de outra máxima: "toda crise representa um bom momento para garimpar boas oportunidades de negócios".
Outra posição que sempre deve ser observada, é de que bolhas no mercado acionário sempre começaram, historicamente, durante crises financeiras, quando os juros estavam relativamente baixos, justamente para alvancar a retomada do crescimento. Lembremo-nos de passados recentes, pelo menos no Brasil: Plano Collor, Crise do México, Crise da Ásia e Rússia, possibilidade da primeira eleição de Lula, e por aí vai.
Já alertei em post anterior que nos últimos meses, algumas ações como Vale, Petrobras e outras badaladas, subiram cerca de 30%, mesmo com todas as incertezas da crise, antes da posse do novo presidente dos EUA. Seriam as oportunidades que muitos desprezaram? Desprezaram por medo das profundas quedas recentes?
Agora só nos resta acreditar que a retomada virá. Em minha opinião, antes do que se imagina e, quem sabe, teremos já um segundo semestre bem mais animador?
Bola prá frente!
Crise é momento de boas oportunidades de negócios, não podemos esquecer.

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