sábado, 15 de novembro de 2008

A nova revolução chinesa em marcha

Dexter Roberts editor para a Ásia e chefe do escritório da China para o periódico Business Week publicou um interessante artigo na edição online do dia 13 de novembro último, falando sobre uma nova revolução que está em marcha na China, a Revolução Urbana. Aqui passo alguns tópicos por ele abordados, que julguei interessantes.
Diz ele que “apesar do recente pacote de incentivos (US$586 bilhões), promovido por Beijing, com muito estardalhaço, no último dia 9 de novembro, cuja finalidade era combater o desaquecimento da economia chinesa, o crescimento da China continua mostrando sinais de enfraquecimento. Há que se notar que no último dia 11 de novembro o governo chinês anunciou um crescimento na inflação dos preços ao consumidor da ordem de 4,6%, o mais baixo em 17 meses. O pacote foi forçado por uma razão superveniente, qual seja a de ser compatível com uma enorme despesa planejada com vistas a atender as necessidades da maior urbanização da história humana.”
A revolução chinesa mencionada por Roberts está baseada em avaliações feitas sobre números realmete espantosos e assustadores, fora da realidade do mundo atual.
A China estima que nos próximos 17 anos, 350 milhões de residentes rurais (mais do que toda a população dos Estados Unidos, hoje) deixarão o campo e se deslocarão para as principais cidades chinesas. Isso fará com que a população urbana da China aumente dos atuais 600 milhões para algo próximo de um bilhão de habitantes, transformando a China em um país no qual mais do que dois terços de sua população viverá nas cidades.
Trinta anos atrás, quando a China iniciou o processo de modernização de sua economia, mais de 80% dos chineses viviam no campo. Seis anos atrás esse número caia para 60%, mas hoje, a população chinesa é 50% urbana.
As previsões indicam que a nova população chinesa, urbanizada, estará morando em oito megacidades, com uma população total de mais de 10 milhões de habitantes, ao mesmo tempo que 15 grandes cidades, abrigarão uma população entre 5 e 10 milhões de habitantes. Por volta de 2025 a China terá, muito provavelmente, pelo menos 221 cidades com população acima de 1 milhão de habitantes. Isso é comparável com 35 cidades de toda a Europa e de mesma escala, nos dias de hoje.
A necessidade de urbanização daí decorrente traz a expectativa de que seja um poderoso alavancador de crescimento. Com tal expansão, o consumo urbano estará subindo dos atuais 25% do PIB (Produto Interno Bruto) para cerca de 33%, em 2025.
Jonathan Woetzel, diretor do escritório de Shangai da empresa
McKinsey afirma que “A urbanização é o motor da economia chinesa – é o que conduzirá o crescimento da produtividade pelos próximos 20 anos. E a China tem realmente, potencial para tal.”
A necessidade de infra-estrutura para as novas cidades representará tanto um desafio, como uma oportunidade. Mais de 5 bilhões de metros quadrados adicionais de rodovias serão necessários, bem com a construção de sistemas de transporte de massa. Mais de 40 bilhões de metros quadrados de locais para habitação e escritórios deverão ser construídos em 5 milhões de edifícios, com cerca de 50.000 arranha-céus com altura acima de 30 pavimentos.
Meus amigos, esse é o gigante que não para de crescer!

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